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Casal de lésbicas denuncia homofobia no CCBB Rio

Em uma postagem que já teve mais de 34 mil curtidas, uma delas contou os detalhes do caso

Por Agência Brasil Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
2 jan 2017, 17h44

Um casal de lésbicas denunciou ter sido vítima de preconceito dentro do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) do Rio de Janeiro na última sexta  (30). Em uma rede social, em uma postagem que já teve mais de 34 mil curtidas, uma delas contou que estava com a namorada, em uma sala recreativa, quando foi alvo de insulto homofóbico.

Por volta das 20h, um homem que parecia ser namorado de uma das funcionárias do CCBB, segundo uma das vítimas, escreveu em um quadro destinado a intervenções do público de uma exposição a frase “Fora, Lésbica”. O episódio ocorreu depois delas terem desfeito uma frase de baixo calão deixado pelo mesmo homem no espaço, que é destinado a crianças.

Antes de ir embora, o casal tentou deixar uma reclamação no CCBB, mas foi impedido pelo autor dos insultos. Ele arrancou o papel das mãos de uma delas e tapou o buraco da caixa destinada a receber as opiniões de frequentadores do centro cultural. “O tempo inteiro que escrevia a reclamação ele ficou a menos de um metro de mim rasgando os papéis da caixa. Todos presenciaram a cena e nada fizeram mesmo quando pedimos alguma intervenção”, contou.

O relato do casal viralizou na internet, com pessoas pedindo uma retratação do CCBB e capacitação da equipe contra o preconceito, em especial a lesbofobia. Um protesto batizado “Lesbianizar o CCBB” já foi convocado para a próxima quarta (4), a partir das 18h, na sede do centro cultural. “O CCBB é uma instituição conhecida por suas grandes exposições, filmes e peças, quase sempre feitos por nós LGBTs”, diz trecho da convocação do evento. “Porém, na hora de reconhecerem nosso afeto e amor, nos expõem ao ridículo e são preconceituosos”, acrescenta o manifesto.

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A coordenadora de Política Nacional da Articulação Brasileira de Lésbicas, Yone Lindgren, diz que o caso no CCBB faz parte da realidade de mulheres lésbicas no país, que, com frequência, são constrangidas em locais públicos. “Não precisa de nada. Basta nossa presença”, disse. “Se percebem que as mulheres estão de mãos dadas ou trocam algum olhar mais carinhoso, nada mais do que isso, começa o desrespeito”, denuncia.

Yone alerta que casos assim podem evoluir para violência física e precisam ser combatidos. Segundo ela, como as mulheres lésbicas não vivem em guetos, as manifestações hostis ocorrem em todos lugares, principalmente, quando estão em casal, sem amigos por perto.“Isso vem do machismo, da misoginia, da cultura de não aceitar que mulheres podem amar outras mulheres.”

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Afastamento

No início da tarde de hoje (2) o CCBB reuniu funcionários que posaram em uma foto com os dizeres “CCBB contra homofobia” no mesmo quadro em que foram escritos os insultos às lésbicas. Por uma rede social, a instituição manifestou “total repúdio” ao episódio, informou que a funcionária envolvida no caso “pertence ao quadro de colaboradores terceirizados e foi afastada”, que está apurando o fato e que medidas legais e judiciais serão tomadas “com a firmeza que a situação descrita exige”. O caso, segundo CCBB, “contraria os valores” e o trabalho da instituição “contra a intolerância e a favor da diversidade étnica, sexual, de gênero e religiosa”.

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