Três perguntas para Beth Carvalho
Após um ano e meio afastada dos palcos, tratando de graves problemas na coluna, a madrinha do samba se apresenta no Vivo Rio no sábado (7)
Qual é sua expectativa para esta volta aos palcos? Consegui andar, depois de mais de um ano. Não muito, mas estou andando. Tô feliz demais, sinto tanta paz, dessa vez felicidade exagerou comigo! (a cantora cita versos de uma composição sua, o samba Tô Feliz Demais).
O samba é um gênero que precisa se renovar? O samba é vanguarda na essência porque é a crônica do dia a dia do povo brasileiro. Por isso é tão atual. Quem faz samba é representante desse povo, sabe onde o calo aperta. Lembro quando gravei Corda no Pescoço, em 1986. A música falava sobre o Plano Cruzado e tinha um tom de denúncia. Nosso Samba Tá na Rua, que batiza meu último disco, também é um manifesto.
Nosso Samba Tá na Rua (2011) foi o seu primeiro álbum de inéditas em dezesseis anos. Por que demorou tanto? Foi uma demanda do próprio mercado. Migramos do LP para o CD, e essa transição transformou regravações em uma necessidade. Antes, na época do vinil, era quase proibido regravar músicas. Depois, veio o DVD e tivemos de colocar tudo isso em imagens. Quando me dei conta, tinham se passado mais de quinze anos. Mas esse é 100% de novidades.