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Banho de loja

Sede centenária do Fluminense é reformada e muda de cor para o aniversário do clube

Por Ernesto Neves, Fotos Fernando Frazão
Atualizado em 5 dez 2016, 16h09 - Publicado em 20 jul 2011, 15h23

Após sucessivos problemas de infraestrutura, que incluíram ratos despencando do teto e infestações de cupins, a histórica sede do Fluminense em Laranjeiras entra na fase final de reformas. Tudo para que a comemoração dos 109 anos do atual Campeão Brasileiro, que acontece nesta quinta (21), seja feita no ambiente renovado. Inaugurado no início dos anos XX, o salão nobre do clube abriga obras raras e estava deteriorado pela falta de manutenção. Para recuperar o glamour daqueles tempos, a restauradora Ana Frazão trabalhou sob a supervisão do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural e usou a técnica de prospecção estratigráfica. Ela raspou nove camadas de tinta da parede até chegar à cor original do salão (marfim), ao invés do rosa usado até o inicio das obras. “Além remover a pintura em diversos pontos, precisei recorrer a fotos da época. O edifício foi muito modificado ao longo do tempo”, conta.

O trabalho da restauradora também revelou atrocidades cometidas contra a história do clube. Por baixo da tinta foram encontradas telas dos irmãos João e Artur Timóteo da Costa, que também trabalharam na decoração do Copacabana Palace . “Eles colavam suas pinturas na parede. É uma técnica rara. Somente edifícios importantes recebiam esse tratamento”, diz a restauradora. As que não foram encobertas por tinta estão desbotadas e ainda aguardam por restauro. Já os estêncis, desenhos que ornamentavam as paredes, foram refeitos por Ana, um a um, tudo à mão. As obras revelaram outro retrato do descaso histórico: foram descobertas colônias de cupins nas estruturas de madeira, como os batentes. “A parte elétrica também precisa ser refeita. Tem instalações com fios de pano, de décadas atrás”, acrescenta José Mohamed, vice-presidente administrativo do clube.

O resgate na história do Flu passa ainda pela sala de troféus, que foi completamente refeita, e pelo parque aquático, onde desde o início do ano já foram trocados mais de 300 azulejos da piscina principal. A previsão é de que sejam gastos 925 mil reais até o final da reforma. Os planos da presidência do clube incluem ainda a construção de um museu com o acervo do tricolor. “Queremos que a sede das Laranjeiras entre no roteiro turístico da cidade”, diz Mohamed. A situação dos cofres do clube, no entanto, requer cuidados: existe uma dívida estimada em 380 milhões de reais, e o Fluminense é alvo de 500 processos na justiça, a maioria trabalhista. Segundo a assessoria, no entanto, as obras foram feitas com o dinheiro disponível do caixa, sem novos empréstimos. Pelo visto, levar o time à primeira colocação do Brasileirão (ou ao bicampeonato) não é o único desafio que aguarda a direção do clube e sua torcida.

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