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Adriana Calcanhotto: “Partimpim é um lembrete para não me levar tão a sério”

O Quarto mescla composições próprias a música inédita de Marisa Monte e Arnaldo Antunes, versão de Beatles e o hit Tô Bem, que explodiu no TikTok

Por Marcela Capobianco
10 out 2024, 12h54
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    Adriana Partimpim: algumas músicas do novo álbum aguardaram quase 20 anos para serem escolhidas (Leo Aversa/Divulgação)

    Sob o heterônimo Partimpim, Adriana Calcanhotto lança, nesta quinta (10), o álbum o O Quarto, mesclando composições próprias e músicas de artistas como Rita Lee, Marisa Monte, Arnaldo Antunes. Tem até uma versão de Tô Bem, hit da banda curitibana Jovem Dionísio que viralizou no TikTok e no Instagram. Outra faixa curiosa é O Bode e a Cabra, versão forrozeada de Renato Barros para I Want to Hold Your Hand, dos Beatles.

    A produção é de Pretinho da Serrinha, que, segundo a artista, deixou as músicas enxutas, precisas, dando margem à imaginação. O encantamento de Adriana pelo trabalho do percussionista e produtor musical se deu ao ouvir uma das últimas produções de Pretinho, o disco Xande Canta Caetano, em que o músico Xande de Pilares dá uma roupagem de samba a conhecidas músicas de Caetano Veloso. “Fiquei louca pelo álbum e, quando o surto passou, fui correndo dizer ao Pretinho que era aquilo que eu queria no quarto disco da Partimpim”, disse a cantora em entrevista a VEJA Rio.

    O Quarto está disponível nas plataformas de streaming. Confira, abaixo, a entrevista completa com a artista.

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    Partimpim: “Adulto gosta de inventar problema e as crianças sabem viver no tempo presente”, reflete Adriana Calcanhotto (./Divulgação)

    Vinte anos depois do primeiro disco da Partimpim, quais desafios você enfrentou para se comunicar com esse público, hoje mais ansioso e conectado?

    A forma de comunicação mudou, mas as crianças continuam sendo crianças. O tempo de atenção é menor e, por isso, o álbum é bem mais enxuto. Costumo dizer que a Partimpim manda um ‘papo reto’ para quem a escuta, e não importa se essa comunicação se dá por um vinil, pelo rádio ou no streaming.

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    Você diz que a Partimpim está sempre no tempo presente. Como se ater a ele?

    É algo que a gente precisa exercitar na idade adulta, porque só as crianças conseguem viver no presente. Eu aprendo com elas. O primeiro disco da Partimpim está completando 20 anos, mas ela não envelhece. Adulto gosta de criar problema, de se levar a sério. A Partimpim é um lembrete, sobretudo, para que eu não me esqueça da criança que fui e que ainda habita em mim.

    A Partimpim dá um recado claro na música O Quarto: “E nós vamos inventar o mundo”. Você acredita que é chegado o momento de inflexão?

    O recado da Partimpim tem algumas camadas. É necessário inventar o mundo por causa das questões climáticas, porque a água vai acabar, então as crianças de hoje vão ter que se deparar com essa emergência daqui a alguns anos. Mas também há o componente poético e lúdico, de inventar o mundo da forma que a gente quer que ele seja. A música traz uma mensagem de esperança.

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    Você convidou o Pretinho da Serrinha para produzir o disco após ouvir o álbum Xande Canta Caetano, assinado por ele. Como foi esse encantamento e como ele te inspirou?

    O colorido de timbres e as soluções rítmicas para músicas do Caetano Veloso, tão conhecidas, me surpreenderam muito, além do canto do Xande de Pilares, que é espetacular. Fiquei louca pelo disco e, quando o surto passou, procurei o Pretinho dizendo que aquele era o tipo de som que eu queria, preciso, enxuto, sem tantos instrumentos e com amplo espaço para a imaginação.

    Nas composições que não são suas você vai de Vitor Ramil a Jovem Dionísio. Como foi essa curadoria?

    Eu alimento uma lista de músicas que têm a ver com a Partimpim há mais de duas décadas. Boitatá (Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Mano Wladimir) e Atlântida (Rita Lee e Roberto de Carvalho), por exemplo, já estavam garantidas no disco mesmo antes de eu saber quando entraria em estúdio. Com a enchente no Rio Grande do Sul, em abril deste ano, tive vontade de cantar Estrela Estrela (Vitor Ramil). Através dessa canção, eu me comunico com o povo gaúcho. Já Tô Bem (Jovem Dionísio) eu escutei num vídeo de cachorrinho numa rede social e quis incluí-la no disco.

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    Jovem Dionísio é o Claudinho e Buchecha dos novos tempos, então?

    Nem tanto. Com Fico Assim Sem Você, eu praticamente usei a mesma forma da música original. Agora, eu senti necessidade de apresentar a canção de um jeito mais simples e mais potente.

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    O que você sente quando vê uma criança nos seus shows, cantando as suas músicas?

    Fico com um aperto no coração, porque muitas delas vão ao show da Adriana Calcanhotto, ouvem Lupicínio Rodrigues e dormem até que eu cante Fico Assim Sem Você. Às vezes, a música nem está no repertório, mas eu toco só para elas.

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