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Capricho de magnata

Industrial alemão que formou uma rica coleção com ênfase na pop art e em Picasso tem parte de seu variado acervo à mostra no CCBB

Por Rafael Teixeira
Atualizado em 2 jun 2017, 13h08 - Publicado em 7 Maio 2014, 17h33

Retratista de mão-cheia, Andy Warhol perpetuou em coloridíssimas obras personalidades tão distintas quanto a atriz Marilyn Monroe, o ditador chinês Mao Tsé-tung e a rainha Elizabeth II. Vez por outra, seu talento se voltava também para figuras menos conhecidas do grande público, mas fundamentais para o mercado da arte: os colecionadores. Entre esses personagens eternizados por ele está o alemão Peter Ludwig (1925-1996), magnata da indústria do chocolate que dedicou sua vida a acumular obras de arte, tornando-se dono de uma coleção estimada em mais de 20?000 itens, hoje distribuída por catorze instituições em onze cidades do planeta. Uma pequena mas relevante fração desse acervo estará reunida na exposição Visões na Coleção Ludwig, que começa no Centro Cultural Banco do Brasil nesta quarta (7). Serão 64 trabalhos de nomes tão diversos quanto o cubista Pablo Picasso, de quem Ludwig é o terceiro maior colecionador privado do mundo, o hiper-realista Ralph Goings e o iconoclasta Jeff Koons, além de representantes da pop art ? Jean-Mi­chel Basquiat, Roy Lichtenstein e o já citado Warhol (confira alguns destaques acima). “Ele era um apaixonado por arte. Comprava guiado pelo prazer, não como um comerciante”, diz Evgenia Petrova, uma das curadoras.

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Filho de um fabricante de cimento, Peter Ludwig cresceu em uma família de posses e intelectualmente estimulante: estudou arqueologia, história, filosofia e arte. Na universidade, conheceu Irene Monheim, filha de um dos mais prósperos produtores de chocolate da Alemanha. O interesse artístico atraiu os dois, que se casaram em 1951. Um ano depois, Ludwig já integrava a diretoria da fábrica e, em 1969, tornou-se presidente da empresa. A fortuna acumulada permitiu ao casal formar uma alentada coleção ? na qual, ressalte-se, a esposa tinha participação ativa. Consta que, durante boa parte dos anos 70, Ludwig comprava pelo menos uma obra por dia. Antenado com os movimentos mundo afora, viajava constantemente em busca de novidades. “Ele foi um dos primeiros colecionadores europeus a se interessar pela pop art americana e a promover exposições dessas obras em seu continente. Fez o mesmo com artistas do Leste Europeu”, conta Evgenia, destacando a visão pioneira de Ludwig. A exemplo do que tem acontecido em recentes mostras dedicadas a colecionadores (como as de Jean Boghici e de Sérgio Fadel no Museu de Arte do Rio, em 2013, e a de Sylvio Perlstein no Museu de Arte Moderna, ainda em cartaz), esta é mais do que uma bela reunião de talentos. Trata-se de uma oportunidade para entender um pouco da própria personalidade de um obcecado por arte.

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