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Pioneira das artes

Decana no ramo, a Galeria Ipanema cede obra rara a mostra no prestigiado MoMA

Por Rafael Teixeira
Atualizado em 2 jun 2017, 13h16 - Publicado em 18 dez 2013, 19h51

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nunciada para maio de 2014, a retrospectiva da mineira Lygia Clark (1920-1988) no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA) contará com aproximadamente 300 peças. Haverá exemplares de séries importantes, caso de Obra Mole, em que ela utilizou borracha para criar esculturas flexíveis, e Superfície Modulada, da qual se originou o trabalho mais caro de um brasileiro já vendido em um leilão ? foi negociada em agosto passado por 5,3 milhões de reais. Dentro dessa notável seleção, caberá a uma galeria carioca o empréstimo de uma raridade: Maquete para Interior ? Versão Única (1955), uma espécie de modelo de um cômodo vazio, que é uma das três obras do gênero feitas pela artista em toda a carreira (veja o quadro). A peça que seguirá para o MoMA integra a coleção do marchand Luiz Sève, 72 anos, dono da Galeria Ipanema. Fundado em 1965, o espaço se mantém como uma referência para os apreciadores de arte moderna. “Temos trabalhos contemporâneos, mas o modernismo é o nosso principal patrimônio. Estou sempre em busca de obras-primas”, diz Sève, que atua com a filha e sócia Luciana.

Mais antiga galeria em atividade no Rio, a Ipanema integra um lote de iniciativas pioneiras na formação desse mercado no Brasil, ao lado da Petite Galerie, que pertenceu a Franco Terranova, da Bonino, de Alfredo e Giovanna Bonino, e da Relevo, de Jean Boghici, todas as três já extintas. Aberta inicialmente no Copacabana Palace (teve o mesmo nome do hotel até 1969, quando se mudou para o bairro atual), a galeria trabalhou com nomes do porte de Candido Portinari, Di Cavalcanti, Manabu Mabe e Iberê Camargo. Com muitos deles, Sève partilhou um convívio estreito. Ele trazia do exterior para Volpi material de pintura. Alguns autores tiveram impulso decisivo dado pelo marchand, caso do mineiro Raymundo Colares, que fez sua primeira individual na galeria. Depois de décadas no ramo, Sève identifica mudanças no perfil do colecionador. “Era gente acima de 40 anos, todos engravatados. Hoje tenho clientes na casa dos 30, que aparecem de jeans rasgado.” Qualquer que seja o consumidor, um aviso: a peça que vai para o MoMA só sai do acervo por empréstimo ? ele não a vende de forma alguma.

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