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Nova Orleans é aqui

Junho marca a alta temporada de jazz no estado, com três festivais repletos de atrações internacionais

Por Rafael Teixeira
Atualizado em 5 jun 2017, 14h58 - Publicado em 8 jun 2011, 18h42

As décadas de 80 e 90 suscitam boas lembranças nos jazzófilos cariocas. Enquanto o rock nacional alçava voo, casas de shows como Jazzmania, Mistura Fina e Rio Jazz Club eram portos seguros para os admiradores do gênero nascido em Nova Orleans. Para culminar, em 1985 a cidade viu surgir o Free Jazz Festival, que em suas dezessete edições deu acolhida a uma constelação sonora. Chet Baker, Miles Davis, Ray Charles, Wynton Marsalis, Sarah Vaughan, Art Blakey, Dizzy Gillespie, Etta James e B.B. King, entre outras legendas, marcaram presença. Aos poucos, porém, os endereços musicais fecharam as portas, e então o evento mudou de nome e perfil, abrindo espaço a artistas do rock e da eletrônica. Os nostálgicos daquela época e os jovens apreciadores do estilo musical têm motivos para celebrar o mês de junho, quando o nosso estado vai receber três grandes encontros dedicados ao gênero, com atrações nacionais e estrangeiras. O primeiro deles, o BMW Jazz Festival, que teve seus ingressos esgotados em menos de 48 horas, acontece nos dias 13 e 14, no teatro Oi Casa Grande. Depois é a vez do Bourbon Festival Paraty, de 17 a 19, na cidade da Costa Verde, e, em seguida, outro evento semelhante será realizado em Rio das Ostras, município da Região dos Lagos, de 22 a 26, no feriado de Corpus Christi. “O público aficionado é grande”, avalia o humorista Reinaldo Figueiredo, do grupo Casseta & Planeta, que, em sua faceta menos conhecida, ataca de baixista da Companhia Estadual de Jazz.

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O mais aguardado é mesmo o BMW Jazz Festival, que, de certa forma, tem o Free Jazz como antepassado. Por trás de ambos está a produtora Monique Gardenberg, escolhida pela montadora de automóveis para cuidar do evento, que inicialmente seria realizado só em São Paulo. Depois de dois meses de negociações, foi confirmada a edição carioca, um pouco mais enxuta. Por questão de custo, vem ao Rio apenas uma parte do elenco que se apresenta na capital paulista, mas justamente a nata da programação (veja o quadro acima). No primeiro dia, sobem ao palco do Oi Casa Grande duas gerações de saxofonistas americanos: o quase octogenário Wayne Shorter e Joshua Redman, 42 anos. Na noite seguinte, fecham o evento o baixista nova-iorquino Marcus Miller e a cantora americana Sharon Jones, mais chegada ao soul, e sua banda, The Dap-Kings. Por sinal, ela “emprestou” o grupo a Amy Winehouse para acompanhá-la no seu segundo CD, Back to Black. A ótima resposta comercial do público carioca trouxe um alento a Monique Gardenberg. “Reforça o sonho de uma edição integral em 2012.”

Inspirado na tradição europeia de realizar bons eventos musicais em cidades de menor porte, o circuito de festivais fluminenses consolida-se a cada temporada. Com organização do Bourbon Street, conhecido clube musical paulistano, o Bourbon Festival Paraty vai para sua terceira edição, uma história iniciada com uma sondagem da prefeitura daquela cidade ao empresário Edgard Radesca, dono da casa noturna. “Eles quiseram algo na linha dos festivais que fazíamos no Rio e em São Paulo”, lembra. Na edição de estreia, os shows levaram 20?000 pessoas à Praça da Matriz. No mesmo local se apresentam neste ano o pianista cubano Roberto Fonseca, o baixista camaronês Richard Bona (ambos no dia 17) e as cantoras americanas Erica Falls (18) e Jane Monheit (19), entre outros, com entrada franca. A programação termina com um estranho no ninho: a cantora Maria Gadú, que, entretanto, prepara um repertório diferente do habitual.

Igualmente diversificada e gratuita é a grade do Rio das Ostras Jazz & Blues Festival, em seu nono encontro. O município da Região dos Lagos, cuja população, segundo o Censo 2010, triplicou em dez anos, passando para mais de 100?000 habitantes, ficará ainda mais apinhado durante os cinco dias da farra sonora. O público estará disperso pelos quatro palcos onde acontecem os espetáculos, capazes de agradar a gostos variados. O cantor americano Jose James, por exemplo, ganhou fama pela sua alquimia de jazz e hip-hop. Nascida na Califórnia, a banda Yellowjackets é um ícone do fusion, enquanto o trio Medeski Martin & Wood ficou conhecido por sua pegada de vanguarda. “Sempre que me encontram, os amantes do jazz lamentam a ausência de uma programação mais constante”, relata o empresário Pedro Paulo Machado, que foi dono do extinto Mistura Fina. Junho, ao menos, é exceção.

BMW Festival

Joshua Redman Trio e Wayne Shorter Quartet, na segunda (13), no Oi Casa Grande

Sharon Jones & The Dap-Kings e Marcus Miller, na terça (14), no Oi Casa Grande

Paraty

Roberto Fonseca, na sexta (17), no Palco do Matriz

Jane Monheit, no domingo (19), no Palco da Matriz

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Rio das Ostras

Nicholas Payton Sexxxtet, na sexta (24), na Tartaruga, e no sábado (25), em Costazul

Yellowjackets, na sexta (24), em Costazul, e no sábado (25), na Tartaruga

Medeski Martin & Wood, no sábado (25), em Costazul, e no domingo (26), na Tartaruga

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