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Cecília Aldaz

Aos 29 anos, a bela sommelière arranca elogios dos clientes do restaurante Oro, no Jardim Botânico

Por Daniela Pessoa
Atualizado em 5 dez 2016, 16h12 - Publicado em 15 jun 2011, 15h17

Nascida na Argentina, a enóloga e sommelière Cecília Aldaz tem apenas 29 anos e já arranca suspiros dos clientes do Oro, no Jardim Botânico. Os elogios não são apenas pelo conhecimento que demostra ao falar sobre os vinhos expostos na carta do restaurante, mas também pela simpatia e beleza da guapa de cabelos longos e olhos claros.

Quando o sommelier de um restaurante é chamado, as pessoas estão acostumadas com homens, geralmente mais velhos inclusive. Há preconceito com mulheres que entendem de vinhos? Existe bastante preconceito sim, mas eu vejo isso como um desafio. Acredito que as mulheres têm a mesma capacidade do que os homens e podem ter profissões que hoje são dominadas por eles.

E como você se tornou sommelière?

Sou de Mendonza e minha família, como muitas de lá, faz seu próprio vinho. Pra mim era uma grande brincadeira de criança participar da colheita, acompanhar a fermentação, engarrafar a bebida. Acabei me formando como técnica química e enóloga e naturalmente mergulhei nesse universo profissionalmente.

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E como chegou ao Rio?

Eu estava morando na Suíça e namorando um russo que vinha morar no Brasil. Comecei a fazer contatos para ver como poderia me inserir no mercado local, fiz o curso da ABS (Associação Brasileira de Sommeliers), e eles me indicaram para trabalhar no restaurante Eñe (de cozinha espanhola, em São Conrado).

Ainda está namorando o russo?

Não, não… (risos). Acabei ficando só com o vinho mesmo. (E com o chef Felipe Bronze, dono do restaurante Oro, com quem está namorando desde o carnaval).

Mas você deve levar muita cantada no restaurante, não?

Os cariocas são bem simpáticos, engraçados. Já me disseram coisas do tipo: “Se esse vinho for tão bom quanto você, eu quero experimentar!”. Mas quando começo a conversar com eles sobre vinhos, só sobre vinhos, eles vêem que eu sou profissional e que o papo ali só vai ser sobre isso mesmo.

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Me explica como funciona a harmonização? A harmonização é como um casamento. Temos um vinho, um prato e eles têm que casar. Mas às vezes não dá certo – aliás, muitas vezes. Harmonizar é isso, é ir testando, experimentando.

Qual é sua dica básica?

O vinho precisa realçar as características do prato. Para isso, é preciso medir os pesos, tanto da comida quanto do vinho. Se for o caso de um prato leve, então para acompanhá-lo é preciso um vinho branco ou um tinto mais leve. Se for uma carne mais pesada, gordurosa, aí é o caso de um vinho com mais estrutura – um tinto com um pouco de tanino para limpar a boca, por exemplo.

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Você já fez alguma harmonização que deu errado?

Tem alguns ingredientes que são o terror dos sommeliers. É o caso do aspargo, da gema mole de ovo, da alcachofra, que me deixam completamente apavorada porque são muito difíceis de harmonizar. Mas tem alguns vinhos que funcionam como coringa, como o Jerez, que nos ajudam a escapar de dificuldades como essas.

Como você faz para convencer um cliente a consumir um determinado vinho?

Tento resgatar um pouquinho da história das uvas, por exemplo. Quando eu digo para o cliente simplesmente que temos uma uva nova, ele não costuma demonstrar interesse. Quando eu explico que essa uva quase sumiu da Espanha porque é muito difícil de cultivar, desperta o interesse. É um pouco de marketing sim, porque ajuda a vender, mas também faz parte do romance do vinho.

Tem algum vinho que esteja na moda atualmente?

No momento, os vinhos espanhóis estão em destaque – antes quase não eram vendidos no Brasil.

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Existe alguém que você considere um enochato, aquela pessoa que adora se fazer de entendida quando o assunto é vinho?

O vinho move paixões. Tem gente que ama, gente que odeia… Mas o que eu acho importante é usar as palavras para facilitar o acesso das pessoas ao vinho. Do contrário você acaba deixando a bebida muito elitizada, e ela vira um produto de luxo sem realmente ser.

Você já pagou algum mico servindo vinho?

Tenho um cliente que trouxe um champanhe. Acho que a garrafa deve ter balançado muito no carro, quando abri fez aquele estouro. O certo seria abrí-la sem fazer barulho e sem deixar a rolha pular, mas não deu para segurar. Alguns colegas do restaurante começaram a brincar perguntando se o Réveillon já tinha chegado.

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