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Futebol sem bola

Já é sensação entre os pequenos cariocas a safra 2013 dos jogos PES e Fifa, cada vez mais divertidos e reais

Por Renan França
Atualizado em 5 jun 2017, 14h16 - Publicado em 12 dez 2012, 18h36

Cariocas de todas as idades, principalmente crianças e adolescentes, vêm alimentando as estatísticas ? os números são cada vez mais vigorosos ? do mercado de videogames de futebol. Uma pesquisa realizada neste ano, primeira a mapear o comportamento dos “peladeiros de sofá” no país, revelou, por exemplo, que mais da metade deles passa pelo menos duas horas por dia de joystick na mão. Agora, com a proximidade do Natal, filas que vêm se formando nas lojas são o reflexo mais visível da mania. No Rio, dois produtos se destacam na preferência dos aficionados. Lançados há três meses, Fifa 2013 e PES 2013 lideram o setor e, de certa forma, mostram-se complementares. O brinquedo que leva o nome da entidade máxima do esporte no mundo, criado em 1993 nos Estados Unidos pela Eletronic Arts, é mais realista: os lances se dão de forma natural e por isso o disco acaba tendo, no jargão dos iniciados, mais “jogabilidade”. Por sua vez, o concorrente nipônico da Konami, cujo nome vem da sigla em inglês para Pro Evolution Soccer, reúne dribles desconcertantes, é considerado mais divertido e possibilita mais gols.

Esses dois gigantes travam uma disputa saudável pelo consumidor. O líder, que na cidade detém 60% do mercado, é o jogo americano, capaz de vender 350?000 unidades num único dia ? foi assim quando chegou às prateleiras, em setembro, e de lá para cá estima-se que a cada mês estejam sendo comprados cerca de 8 milhões de DVDs Brasil afora. Até o fim da década de 90, porém, o PES (nascido em 1997 com o nome Winning Eleven) era a principal referência nesse nicho. Nos últimos anos perdeu espaço, mas, num contra-ataque, em sua atual versão, visando o potencial de vendas no país da Copa, tratou de pôr uma foto de Neymar na capa da caixa. Além disso, aposta nos bordões espirituosos do experiente Sílvio Luiz, da Rede TV!, como “pelas barbas do profeta” e “no paaaaaau”, enquanto o concorrente joga suas fichas nos globais Tiago Leifert (narrando) e Caio Ribeiro (nos comentários). Os preços são equivalentes: entre 150 e 200 reais. Mas os pais devem correr às lojas. A previsão é que os estoques, os do Fifa em especial, acabem antes de 20 de dezembro.

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Os meninos que, nos dias de hoje, ganham de Papai Noel um presente desses não mais se enxergam como meros mexedores de bonecos. O jogo eletrônico de futebol (que agora tem até música de Michel Teló como pano de fundo) deixou de ser apenas um totó na tela para se tornar espelho de como os negócios e a força do marketing acontecem de verdade no mundo da bola. Como se fossem dirigentes, as crianças escolhem o torneio que merece mais atenção (aliás, finalmente a Libertadores da América fechou parceria). Tal como técnicos, decidem que camisa seus comandados usarão em campo. Nesse quesito, o PES acaba de dar um salto importante, com novos uniformes licenciados: o do Vasco, em relação às edições anteriores, está bem mais real. Por essas e por outras, o artigo japonês conquista a novíssima geração. Do alto de seus 10 anos, Rodrigo Araújo é tão entusiasmado que pediu ao pai os dois produtos. Todo dia convida o amigo Arthur Canavarros, de 9, para uma pelada em sua casa, em Laranjeiras. “O Fifa 2013 é igual a uma transmissão da TV”, atesta o pequeno futebolista.

No duro, nem era preciso que os dois se encontrassem fisicamente, em frente à mesma TV, no quarto do anfitrião. Hoje as partidas podem ser disputadas pela internet. E ganham até mais molho, pois são, por assim dizer, atualizadas. Se um jogador como o sueco Ibrahimovic, do PSG, tem uma atuação brilhante na rodada (e ele andou recentemente fazendo gol de bicicleta de fora da área), isso significa que o craque que o emula na tela ganhará, durante a semana, um potencial a mais, um quê de craque a ser explorado pelos usuários. “Queremos dar a sensação de estar dentro de campo”, diz o carioca (radicado no Canadá) Gilliard Lopes, um dos programadores do Fifa. E que ninguém julgue precipitadamente: não se trata apenas de coisa de nerds nem de viciados em computador. Veja-se este exemplo. Foi após atuar como técnico de equipes virtuais que o jovem Vugar Huseynzade, do Uzbequistão, conseguiu treinar um dos clubes mais importantes de seu país, o Baku FC. Ele enviou seu currículo de vitórias na rede e acabou contratado. Isso serve de inspiração para muitos carioquinhas da atual legião de feras do joystick ? e, como se sabe, o que não falta no Rio hoje em dia é time grande precisando de técnico.

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