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Relíquias no condomínio

Mostra de obras chinesas é montada em antigo estande imobiliário na Barra

Por Rafael Teixeira
Atualizado em 5 dez 2016, 15h23 - Publicado em 26 set 2012, 17h11

Em meio à fornada de exposições que prometem movimentar o cenário artístico carioca nas próximas semanas, uma chama atenção por seu caráter surpreendente. Batizada de China Revelada, a mostra a ser aberta nesta quinta (27) é constituída por 600 itens, entre eles porcelanas produzidas durante o período em que a dinastia Ming reinou no país asiático, de 1368 a 1644. As peças ? que não estão à venda ? fazem parte da coleção particular do empresário Carlos Fernando de Carvalho, de 88 anos, dono da construtora Carvalho Hosken. Ao contrário do que seria de esperar, a exibição de tais relíquias não se dará em nenhum museu ou galeria, mas sim em um antigo estande de vendas da Barra da Tijuca. Denominado Espaço Cultural Península, o local tem 600 metros quadrados e fica no condomínio homônimo ? quase um sub-bairro com o tamanho do Leblon e meia centena de edifícios de alto padrão. Para trazer a público suas preciosidades orientais, Carvalho investiu pesado. Apenas na reforma e na cenografia do lugar foi gasto 1,5 milhão de reais. “A Barra tem tudo, mas ainda é um deserto na área cultural. Minha ideia é criar aqui uma espécie de difusor de arte”, diz o construtor.

A julgar pelo tamanho e pela diversidade da coleção pessoal do empresário, a chance de o Espaço Península ser incorporado ao roteiro artístico da cidade é significativa. Com cerca de 10?000 itens adquiridos a partir do início dos anos 70, o acervo de Carvalho é um reflexo de seus múltiplos interesses, que vão do renascimento italiano ao modernismo brasileiro. Apenas de arte chinesa, ele conta com mais de 3?000 peças. “A delicadeza dos objetos e a forma criteriosa como a coleção foi montada impressionam”, diz a historiadora da arte Maurília Castello Branco, curadora de China Revelada. Da seleção feita por ela, praticamente tudo foi adquirido no Brasil. “Além dos exemplares Ming, temos objetos da dinastia Qing, que durou de 1644 a 1912, exemplares do período revolucionário e outros mais atuais”, diz Sylvia Regina Sousa, museóloga do acervo da Carvalho Hosken (veja os destaques ao lado). Em alguns casos, o empresário comprou as obras em lote único, em leilões, como o serviço de 22 peças no estilo Rouge de Fer, do período Qing, que pertenceu a Lily Marinho. Em outros, para completar um único aparelho de chá, foi preciso arrematar cada uma das porcelanas, espalhadas pelas mãos de diversos proprietários. Um exercício de paciência oriental, cujo resultado agora é revelado aos cariocas.

China Revelada. Espaço Cultural Península. Avenida Flamboyants, 500 (Península), Barra. Quinta a sábado, 14h às 21h; domingo, 10h às 21h. Grátis. Até 18 de dezembro. A partir de quinta (27)

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