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Coincidência dos diabos

A cerveja feita por um belga radicado no Rio se assemelha a uma marca muito famosa

Por Rafael Teixeira
Atualizado em 5 dez 2016, 13h46 - Publicado em 19 mar 2014, 20h11

A Bélgica sempre foi louvada como uma potência cervejeira. Lá são produzidas 1?500 variedades da bebida, de todos os tipos e sabores. No fim de fevereiro, somou-se a esse arsenal a Deuce, uma típica belgian golden strong ale. Mais uma marca confeccionada naquele país seria algo corriqueiro, não fosse o fato de seu fabricante ser um cidadão belga radicado no Rio desde 1996: Xavier Depuydt, dono do bar The Ale House, em Ipanema, e pioneiro na importação de cervejas especiais. No entanto, outro detalhe chamou ainda mais atenção: as escancaradas semelhanças entre a Deuce e sua conterrânea Duvel, um rótulo mundialmente conhecido. “Uma similaridade seria compreensível; duas, talvez. Mas três, quatro, cinco?”, questiona um profissional da área. Algumas coincidências são mais genéricas, como o fato de ambas pertencerem à categoria das golden strong ale: douradas, fortes, amargas e ao mesmo tempo frutadas, de alto teor alcoólico. Inclusive, a gradação é a mesma: 8,5%. Mas há semelhanças específicas, a começar pelo nome: Deuce, em inglês, significa diabo, assim como Duvel, em flamengo. Pode-se alegar que há também marcas chamadas Satan e Lucifer. Mas nenhuma delas tem um visual tão parecido com o da Duvel: o formato bojudo da garrafa de 330 mililitros e o rótulo branco com letras em vermelho, com tipologia parecida (veja o quadro). O preço, no entanto, varia: no Delirium Café, a Deuce custa 22,90 reais, exatamente 4 reais a menos que sua irmã gêmea.

Produzida desde o fim da I Guerra e, de início, batizada de Victory Ale para celebrar o término do conflito, a Duvel só ganhou esse nome nos anos 20, quando um amigo do mestre cervejeiro a descreveu como “um verdadeiro diabo”. Hoje, é o terceiro rótulo mais consumido da Bélgica, exportado para mais de quarenta países. Depuydt, entretanto, rejeita qualquer insinuação de carona na fama alheia. “Aquele tipo de letra é mais ou menos o mesmo em todas as strong ales. E o nome tinha de ser vermelho, como o diabo”, ressalta. “É coincidência, mas sempre vai ter gente falando bobagem.” Segundo ele, o que importa é o conteúdo, inteiramente diferente: trata-se de uma receita de família, criada pela cervejaria fundada pelo bisavô em 1892 e fechada trinta anos depois. As aparências, no entanto, assombram como o diabo em pessoa.

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