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O red velvet cai nas graças dos cariocas

Um clássico das cafeterias americanas, o bolo vermelho se multiplica nos cardápios da cidade em saborosas versões

Por Fábio Codeço Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 17 mar 2018, 08h00 - Publicado em 17 mar 2018, 08h00

O vermelho intenso da massa contrasta com a cor do recheio, que é branco como nuvem, num eficiente jogo de sedução. Não há quem passe indiferente por uma fatia de red velvet. Um dos doces mais vendidos nos Estados Unidos, o veludo vermelho (na tradução de seu nome, uma alusão à cor e à textura fofa), bolo de massa colorida e recheio à base de cream cheese, vem ganhando atenção de chefs e confeitarias cariocas. “Eu gosto é da estrutura em camadas, que mantém a mesma proporção de recheio e de massa”, explica Pedro de Artagão, que criou para a filial do Blue Note no Rio uma variação com recheio de maracujá. Ele garante que ela vende mais que a torta de chocolate, outra opção da carta de sobremesas. Apresentado ao doce pelas filhas, o restaurateur Marcelo Torres escolheu a receita clássica, mas com frutas frescas, na hora de elaborar o cardápio do asiático Xian. Segundo ele, são vendidas cerca de 200 fatias por semana. A comoção em torno da sobremesa levou a variações como a recheada de bolinho de iogurte, hit na Brigadeiros do Tuíter, e despertou o interesse até da gigante Kibon, que lançou o Magnum Red Velvet, picolé cremoso de morango com chantili.
Como costuma acontecer com preparações antigas, a origem do red velvet é cercada de controvérsias. Há quem diga que o cacau em pó produzido na década de 20, de alta acidez, ganhava coloração avermelhada ao ser aquecido. Outros acreditam que o doce teria surgido na Segunda Guerra, quando a escassez de ingredientes teria levado cozinheiros a usar beterraba na fabricação de bolos. Mas a verdade é que a versão que conhecemos hoje está associada a uma bela jogada comercial. Nos anos 40, John Adams, dono da Adams Extract, no Texas, passou a divulgar uma receita intitulada red velvet cake como forma de alavancar as vendas de seu corante alimentício — o ingrediente, aliás, ainda é amplamente usado. Depois de anos ignorado pelos gourmets, que consideravam o bolo sem graça ao paladar, ele foi ficando mais saboroso, mais elaborado e até saudável. O corante tem sido substituído por suco de beterraba, como fez Artagão, e há até uma preparação sem glúten nem lactose, à venda na Carolina Sales Fit. Em 1996, a inauguração da Magnolia Bakery, em Nova York, célebre ponto de encontro de Carrie Bradshaw e suas amigas na série Sex and the City, ajudou a alçar o doce ao estrelato ao transformá-lo num cupcake. Por aqui, ele também já virou cookie e brownie. Como se vê, a receita vermelha de Mr. Adams continua ecoando mundo afora e atiçando o desejo dos comensais.

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