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Novos estabelecimentos revitalizam a Praça Nossa Senhora da Paz

Reaberta depois de quatro anos fechada para obras do metrô, área de lazer vira epicentro de um efervescente polo gastronômico

Por Fábio Codeço Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 nov 2017, 12h55 - Publicado em 27 nov 2017, 12h54

Transformada num enorme canteiro de obras para a instalação de uma estação da Linha 4 do metrô, a Praça Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, ficou quase quatro anos escondida por trás de tapumes. Nesse período, o barulho, a poeira e o ambiente escuro e inóspito à noite afastaram moradores e visitantes que circulavam em seu entorno, o que afetou consideravelmente os negócios instalados no local. Reaberta em meados do ano passado, a área de lazer tem passado por uma bem-vinda revitalização, impulsionada pela chegada, em série, de novos empreendimentos gastronômicos. Entre inaugurações recentes e as que ainda estão por vir, o quadrilátero formado pelas ruas Joana Angélica, Maria Quitéria, Visconde de Pirajá e Barão da Torre reunirá, até março de 2018, sete novos estabelecimentos de comes e bebes. Novidades como o Oia, empreitada dos donos da Pici Trattoria, e a primeira loja-conceito da rede T.T. Burger (veja o quadro) vão se juntar às duas unidades do Botequim Itahy, os únicos remanescentes da época anterior às obras. “Ipanema andava meio largada. E acho que estávamos todos nós, empresários, pensando: ‘Temos de olhar para aquele bairro, que é a cara do Rio’. Essa energia acabou convergindo e resultando neste novo polo”, opina Branca Lee, sócia do Empório Jardim, misto de café, bistrô e padaria, que abrirá, na Maria Quitéria, a terceira unidade.
Proprietários de uma franquia do Botequim Informal, que ocupava o número 348 da Barão da Torre, Leonardo Rezende e Gustavo Gil resistiram por algum tempo à queda de movimento no salão. Mas acabaram jogando a toalha quando viram o faturamento ser reduzido a um quarto do que era na fase pré-obras. “Foi melhor fechar e economizar nos custos de operação. Esperamos quase dois anos a praça ser reaberta para voltar a investir no imóvel”, lembra Rezende, que, junto com o sócio, abriu no lugar a Pici Trattoria, um fenômeno comercial que recebe 7 000 pessoas por mês. Motivada pelos novos ares, a dupla pegou o ponto ao lado para montar o Oia, que será o único restaurante de culinária grega da cidade. Fechado havia mais de quatro anos, o imóvel abrigou, na década de 80, a badalada Pizza Palace, propriedade de Carlos Perico (1935-2016), fundador do Antiquarius. “Estamos no melhor ponto do Rio”, gaba-se Rezende.

(Arte/Veja Rio)

Uma cena corriqueira ilustra bem a volta da animação à praça. Quem passa por ali, no meio da tarde, tem grande chance de encontrar três chefs premiados, expoentes de uma nova geração da gastronomia carioca, vestidos a caráter conversando amistosamente à porta de uma das casas. No intervalo do cigarro, Bruno Katz (Nosso), Ricardo Lapeyre (Club Hippopotamus) e Elia Schramm (Pici Trattoria) costumam se encontrar para um bate-papo, em que trocam ideias sobre suas operações, numa genuína política de boa vizinhança. “Frequentamos o mesmo barbeiro aqui do lado. E, na falta repentina de um ingrediente, tem sempre alguém para salvar o colega”, revela Lapeyre, que comanda a cozinha do Club Hippopotamus, a nova encarnação do clube privê fundado por Ricardo Amaral em 1977. Criador de endereços lendários que se revezaram em dois imóveis de sua propriedade na Rua Barão da Torre, como Alô, Alô, Sal & Pimenta, Banana Café e Provisório, o eterno rei da noite carioca é otimista. “Já tive vários negócios na área e já vi muita coisa boa abrir, mas nunca de forma tão consistente e ao mesmo tempo”, observa.
Coração do bairro que encarna o legítimo espírito carioca, a Praça Nossa Senhora da Paz foi construída em 1917 como parte do projeto de urbanização coordenado pelo barão de Ipanema. Batizada de Praça Souza Ferreira, a área ganhou o nome atual em 1936, com a abertura da igreja homônima. Ao seu redor, viu surgir alguns ícones do Rio, como o Cine Pax, uma joia art déco erguida na década de 50. Num momento em que se tenta varrer para longe o baixo-astral que tomou a cidade, não deixa de ser um alento ver a retomada do local. E com a bênção de Nossa Senhora.

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