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Jantar cinco-estrelas

Daniel Boulud, celebridade da cozinha mundial, desembarca no Rio para preparar um banquete ao lado de outros quatro chefs

Por Fernanda Thedim
Atualizado em 5 jun 2017, 14h51 - Publicado em 5 set 2011, 17h40

Dentro da rígida hierarquia das cozinhas, o chef rôtisseur é uma das peças-chave na linha de produção de entradas e pratos principais. Invariavelmente enclausurado em ambientes de alta temperatura, tem a responsabilidade de preparar todos os assados, frituras e grelhados que serão servidos ao longo da refeição. Não à toa, o premiadíssimo cozinheiro Daniel Boulud desenvolveu todo o seu talento ao exercer essa função. ?O uso acertado dos temperos e a precisão à beira do fogão são fatores decisivos no sabor final de uma refeição?, acredita o mestre-cuca francês radicado em Nova York, que comanda treze restaurantes e chega ao Rio na quarta (5). A convite do amigo de infância Claude Troisgros (os dois nasceram em cidades bem próximas a Lyon), ele vai preparar dois jantares. O primeiro, beneficente e realizado no mesmo dia em que desembarca na cidade, será no Olympe, com renda revertida para o Projeto Garçom Carioca. Dois dias depois, Boulud dividirá as caçarolas com Troisgros, Roberta Sudbrack e os conterrâneos Benoît Sinthon e Yves Michoux, do restaurante Il Gallo D?Oro, na Ilha da Madeira, em Portugal. Juntos, os cinco prepararão o banquete de gala que encerra um evento de vinhos e gastronomia promovido pela importadora Zahil, no Gávea Golf Club.

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Com tantas Estrelas reunidas em uma única cozinha, a expectativa em torno do festim em São Conrado é grande. Dos 250 lugares postos à venda, restam apenas cinquenta. Detalhe: o ingresso custa 475 reais. Nesse valor estão incluídos sete serviços, todos harmonizados com vinhos escolhidos pelo sommelier Bernardo Silveira, um dos poucos brasileiros aceitos no The Institute of Masters of Wine, que oferece uma espécie de mestrado sobre a bebida. Bouloud preparará duas receitas, uma delas um clássico do Daniel, seu restaurante principal em Nova York, com três estrelas no Guia Michelin. Trata-se de um duo, fórmula recorrente em seus cardápios, em que prepara um mesmo corte de carne, de nobre procedência (no caso, gado da raça black angus), de duas maneiras. ?Minha cozinha tem raízes na técnica tradicional francesa, mas as apresentações podem ser bastante contemporâneas?, antecipa Boulud.

Esta é a segunda vez que o mestre francês desembarca no Rio. Entre as lembranças que guarda de sua primeira passagem por aqui estão a caipirinha, é claro, que ele aprendeu a fazer durante um passeio de barco pela Baía de Guanabara, e uma moqueca de peixe ?fantástica?. Ele gostou tanto da especialidade baiana que pediu para anotar a receita e, anos depois, a reproduziu em Nova York, no estúdio do artista plástico Vik Muniz, de quem é muito amigo. ?Ele disse que eu era quase um brasileiro porque nem o azeite de dendê eu deixei de colocar?, recorda-se, orgulhoso. São, justamente, os ingredientes disponíveis em cada estação a grande inspiração do chef para as criações nas nove casas que carregam sua grife ? oito endereços em Nova York e outros cinco em Miami, Londres, Pequim e Singapura. Um mesmo prato, como é o caso do duo que será preparado aqui, aparece com acompanhamentos que mudam de acordo com a sazonalidade.

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Tomás Rangel
Tomás Rangel ()

Criado na fazenda da família, próximo a Lyon, já bem cedo, aos 14 anos, Boulud começou a fazer o seu próprio Tour de France culinário. Passou por algumas das cozinhas mais famosas do mundo ? todas com a classificação máxima de três estrelas no renomado Michelin. Com Georges Blanc, na Borgonha, conheceu a rotina de um chef-empresário dinâmico, enquanto Roger Vergé, do Moulin de Mougins, na Côte d?Azur, lhe ensinou a importância de receber bem. Já ao lado de Michel Guérard, em Eugenie-les-Bains, cidade do sudoeste do país, desenvolveu seu lado criativo. ?Tenho um pouquinho de cada um deles, da maneira como cozinham à forma como cuidam de seus convidados?, diz. O pulo do gato foi mudar-se aos 24 anos para os Estados Unidos, onde se destacou em meio à pasteurizada culinária internacional que vigorava por lá. Depois de trabalhar na embaixada francesa, no hotel Plaza Athenée de Nova York e servir uma constelação de bilionários, políticos e celebridades, começou a erguer seu próprio império gastronômico. Inspirado pelos melhores cozinheiros do mundo, Boulud acabou finalmente se tornando um deles. Os privilegiados que tiverem a chance de ir aos jantares poderão comprovar essa condição.

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