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COMER & BEBER 2018/2019: Bares – Centro e arredores

Confira a seleção dos melhores endereços dessa região

Por Carol Zappa
Atualizado em 30 jul 2018, 14h01 - Publicado em 27 jul 2018, 08h00

A edição especial COMER & BEBER 2018/2019 apresenta os melhores bares da cidade. Abaixo, a seleção dos endereços no Centro e arredores:

Canapés rococó, com copa e pasta de gorgonzola: hit do Bar Léo (Tadeu Brunelli/Divulgação)

CENTRO

Antigamente. Com piso de ladrilho hidráulico e paredes revestidas de ilustrações de pontos turísticos da cidade, o estabelecimento faz jus ao nome também no cardápio, repleto de pedidas tradicionais caprichadas. As mesas ao ar livre são as mais concorridas na happy hour, abastecida por chope Brahma (R$ 8,90 a tulipa) ou por cervejas em garrafa, a escolher entre Bohemia (R$ 13,00), Serramalte (R$ 15,00) e Colorado (R$ 24,00). A suculenta costela é o recheio preferencial para o bolinho de aipim (R$ 34,90 a porção com dez unidades), o tira-gosto campeão. Outras pedidas populares são filé-mignon aperitivo no pão italiano (R$ 62,90) e o clássico frango à passarinho (R$ 37,90 a porção). Naquele agradável pedaço preservado do Rio Antigo, próximo a bastiões culturais da cidade como o CCBB, a Casa França-Brasil e a Livraria Folha Seca, fique atento à programação musical: às quintas, a partir das 18h, tem MPB ao vivo e, aos sábados, a partir das 14h30, entra em cena uma concorrida roda de samba.

Bar do Gengibre. Vizinho do CCBB, do Centro Cultural Correios e da Casa França-Brasil, o endereço onde já funcionou a Adega Timão é comandado pelo empresário cearense Antonio Rodrigues. A especiaria picante que batiza a casa entra em pelo menos duas sugestões do cardápio etílico: a caipivodca de tangerina (R$ 22,00) e a batida da erva (R$ 6,00 a dose). Pelo mesmo valor, é possível escolher outros sabores da popular mistura de cachaça com leite condensado: há amendoim, milho-verde, limão e maracujá. Distração para grupos maiores, o trio mineiro (R$ 59,90) combina carne-seca, aipim e queijo de coalho assado. Outro tira–gosto atraente é o pastel de picanha (R$ 6,90 a unidade). Quem trabalha nas redondezas ou está apenas a passeio pelos centros culturais da vizinhança também encontra sugestões para uma refeição mais consistente, a exemplo do galeto (R$ 23,90), ladeado por arroz, feijão, fritas e farofa. Completam o programa cascos gelados de Original (R$ 12,90) ou Serramalte (R$ 16,00).

Bar Léo. Fundado em 1940, em São Paulo, o ponto tradicional, berço da caldeireta de chope — criação de um antigo sócio —, integra o grupo Fábrica de Bares (o mesmo do Bar Brahma) desde 2012. Em processo de expansão, a casa abriu duas filiais na capital paulista e trouxe seu charme à moda antiga para o Rio em abril de 2018. Em uma esquina do Centro, o salão com decoração típica da Baviera tem prateleiras de madeira escura, balcão de mármore e vitrais coloridos. Disputadas na happy hour, as mesas do lado de fora também ficam lotadas no sábado, dia de roda de choro. Instituição local, o bem tirado chope Brahma ganha três dedos de colarinho cremoso (R$ 6,90 o claro; R$ 10,90 o escuro). Outra pedida, a caipirinha com o nome da casa leva vodca, tangerina, pimenta dedo–de-moça e manjericão (R$ 23,00). Da cozinha de verve alemã, são dicas certeiras os canapés no pão preto, como o hackepeter, de carne crua (R$ 37,00, doze unidades), e o eisbein fink, joelho de porco à pururuca servido com mostarda escura e chucrute (R$ 43,00).

Bar Luiz. Esta instituição carioca enfrenta apuros desde que metade dos sobrados da rua foi adquirida por um fundo imobiliário e os aluguéis subiram. Devido à importância histórica do imóvel, a prefeitura o desapropriou em 2014, mas ainda assim as dificuldades persistem. A comoção é proporcional à história do estabelecimento. Em um dos episódios emblemáticos acontecidos no bar, que resultou na mudança para o atual nome, o compositor Ary Barroso evitou que ele fosse depredado por um grupo de estudantes do Pedro II: coube ao compositor de Aquarela do Brasil explicar que o Bar do Adolph era assim chamado em homenagem ao antigo dono, e não tinha nada a ver com outro Adolph, de péssima lembrança, que, na época, espalhava o horror na II Guerra Mundial. Neste templo sagrado, bebe-se chope Brahma (R$ 9,00 a caldeireta). Depois das 15h, o preço cai para R$ 6,50. Delicie-se com as salsichinhas mistas (R$ 40,00) ou o bolinho de bacalhau (R$ 40,00 a porção com dez). Fartura para dois, o alemão completo (R$ 110,00) reúne chucrute, salsichões vermelho e branco e um par de kassler, além de batata, cozida e preparada como salada.

Café Gaúcho. Os azulejos das paredes, decorados com formas geométricas, dão charme retrô ao estabelecimento, com mais de oito décadas de vida. Tanto no salão quanto nas mesas altas na calçada, inexistem cadeiras. Aproxime-se do balcão e peça o chope Brahma (R$ 6,90 a tulipa) para abrir os trabalhos. Um clássico local, o bolinho de carne (R$ 4,50) divide o papel de protagonista com o sanduíche de linguiça ao vinagrete no pão francês (R$ 8,50). Devido à grande rotatividade, as empadas de camarão, palmito e frango (R$ 5,00 a unidade) costumam estar sempre fresquinhas. Os frequentadores mais assíduos também costumam saborear as batidas de limão, maracujá, caju (R$ 4,50 cada uma) e gengibre (R$ 7,00).

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Casa PaladinoCom seus móveis de madeira e cristaleiras elegantes, o bar é uma preciosidade da boemia carioca que remete aos antigos armazéns de secos e molhados. Até hoje é possível comprar produtos finos por lá, como bacalhau, castanhas, bebidas e manteiga. A maioria dos fregueses, no entanto, adentra o salão interessada nos sanduíches. O triplo é uma instituição local, servido no pão francês com provolone, ovo e presunto (R$ 10,00). Pelo mesmo preço, pode-se optar pelo recheio de queijo provolone com copa. Outras sugestões muito requisitadas são as omeletes, em boa variedade de recheios. Bacalhau (R$ 24,00) e gorgonzola (R$ 26,00) são duas escolhas certeiras. Para beber, vá de chope Brahma (R$ 6,50 a tulipa).

Casa Paladino: desde 1906 no Centro (Guto Costa/Divulgação)

Casa VillarinoSobre o belo piso de pastilhas repousam finas mesas com tampo de mármore e cadeiras estofadas com couro vermelho. Nos fundos, chama atenção um grande painel com fotos de frequentadores das antigas. Ali estão Tom Jobim e Vinicius de Moraes, que se conheceram em uma das mesas da casa e, juntos, viriam a mudar a trajetória da música brasileira. Duas placas de órgãos do patrimônio recordam esse momento histórico. Ainda hoje, a clientela escolhe produtos na delicatessen, logo na entrada, que podem ser degustados por lá mesmo — é o caso do jamón serrano (R$ 45,00 a porção). Os bolinhos de aipim com carne-seca (R$ 21,00, oito unidades) ganharam a concorrência dos de feijoada, onipresentes, vendidos pelo mesmo preço. Sanduíches têm clientela fiel. Prove o de lombinho defumado com queijo, maionese, tomate e alface (R$ 21,00). Para beber, além do uísque, escolha preferida de Tom e Vinicius, há cerveja, nas marcas Brahma (R$ 13,00 o casco), Original (R$ 14,00), Serramalte (R$ 15,00) e Heineken (R$ 16,00). No almoço, o serviço executivo oferece pratos variados, acompanhados de suco e sorvete de creme, a R$ 38,00.

Cine BotequimNa casa de inspiração temática, cartazes de clássicos do cinema decoram os salões do 1º e do 2º andar. Os comes são batizados com nomes originais que fazem referência ao universo da tela grande. Sucesso de crítica, as coxinhas fogem à receita usual em invencionices saborosas, como a super (R$ 9,90), de carne–seca com requeijão, e a spartacus (R$ 9,90), de costela bovina desfiada. Na potter (R$ 8,90), a galinha é a protagonista e brilha no recheio, na companhia de gorgonzola e tomate seco. Atualizada semanalmente, a carta de cervejas costuma ter opções variadas, de IPA, como a 3 Cariocas Ipanema (R$ 25,90, 500 mililitros), a bock, caso da Paulaner Salvator (R$ 28,90, 330 mililitros). Quem prefere uma pilsen puro malte pode ficar com cascos de Heineken, Eisenbahn (R$ 11,90 cada um) ou Therezópolis (R$ 19,90).

Opus. Mesmo depois de ter passado às mãos de um novo dono — o empresário David Mattos, gerente de operações da Confeitaria Colombo, logo ali ao lado —, pouquíssimo mudou neste reduto cinquentenário. Ainda bem. Cercado por banquinhos, o balcão separa a clientela das robustas peças de pernil e de carne assada que abastecem celebrados sanduíches no pão francês (R$ 18,50 cada um), com molho da carne ao gosto do freguês. Uma dica: peça aos atendentes, todos famosos pela simpatia, para que sejam acrescentados queijo e abacaxi (R$ 4,00 cada escolha). Os recheios para o pão podem ganhar ainda fatias de calabresa (R$ 16,00), de salaminho e de tender (R$ 20,00 cada pedido). No salão revestido de azulejos, costumam completar o programa o chope Brahma, claro ou escuro, na tulipa (R$ 6,60 cada um), além de batidas nos sabores de maracujá ou limão (R$ 5,00 a dose). Uma geladeira logo na entrada exibe garrafas de cerveja artesanal de fabricação própria, nas versões pilsen e lager (R$ 15,90, 600 mililitros). Uma curiosidade: a escada retrátil no acesso ao banheiro é outra singularidade da casa. 

Rivalzinho. Campeão da categoria agito no COMER & BEBER, em 2017, o pequenino bar voltado para a rua atrai multidões antes ou depois dos shows no vizinho Teatro Rival. Nas noites de quinta e sexta, DJs conhecidos, entre eles Marcelinho da Lua, Tito Figueiredo e Joca Vidal, põem o público para dançar ao ar livre. Outro trunfo está no cardápio: a lista de tira-gostos traz criações de Katia Barbosa, do Aconchego Carioca. Além do bolinho de feijoada original (R$ 24,00, quatro unidades), há pastéis de queijo (R$ 8,00 a unidade), de costela (R$ 9,00) e de bobó de camarão (R$ 9,00). Outra sugestão bem procurada é o sanduíche de churrasquinho com queijo e tomate (R$ 15,00). Servido no potinho de compota, o rival de galo (R$ 10,00) é releitura do prestigiado barman Alex Mesquita para o rabo de galo: por lá, o drinque reúne catuaba, cachaça e martini rosso. O balde com cinco cascos de 600 mililitros da Amstel custa R$ 50,00 e, com Heineken, sai a R$ 60,00. Tanto sucesso quanto a cerveja fazem os clássicos aperol spritz e gim-tônica (R$ 20,00 cada um).  

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Xian. Paredes envidraçadas permitem que a paisagem exuberante seja notada até da cozinha. Deve ser difícil trabalhar assim. No topo do Bossa Nova Mall, vizinho do Aeroporto Santos Dumont, a casa tem vista para as curvas do Pão de Açúcar, os braços abertos do Cristo Redentor, os barquinhos da Baía de Guanabara e outros clichês maravilhosos. Para curtir um pôr do sol espetacular, abolete-se na varanda panorâmica. Por dentro, o empreendimento do grupo BestFork (de restaurantes como Laguiole Lab e Giuseppe Grill) também impressiona. Em 3 000 metros quadrados de área, o suntuoso projeto arquitetônico de Manuel Pinto Guimarães reserva surpresas — a beleza do entorno é refletida até no espelho-d’água do lago de carpas no lounge. Atrás da bancada de mármore, quem manda é Rod Werner. Com mais de vinte anos de estrada e paixão pelas misturas etílicas inspirada na literatura boêmia de Hemingway, Bukowski e Rimbaud, o mixologista, com passagens por Lasai e Oro, entre outros endereços prestigiados, esbanja talento no preparo de coquetéis originais. Na sua lista brilham o aperol morreu, reunião de vodca Grey Goose, Aperol, espumante, gengibre, bitters e espuma de laranja (R$ 28,00), e oito variações de negroni, a R$ 20,00 cada uma. No menu, de acento asiático, as ostras crocantes, empanadas em farinha panko, são servidas com maionese de wassabi e molho tonkatsu (R$ 38,00, quatro unidades). Nas noites de quinta e sexta tem DJ, é bom avisar. Enorme, o espaço vai crescer: está prevista para agosto a inauguração do Xian Club, casa noturna com pista a céu aberto.

LAPA

Armazém Senado. A um quarteirão de distância da Rua do Lavradio, o antigo armazém encontrou nos cascos de cerveja a solução para manter-se firme na esquina que ocupa há 111 anos. Resquícios dos primeiros dias, as prateleiras de madeira e o balcão coberto de mármore de Carrara conferem dignidade ao endereço. Com exceção do segundo sábado de cada mês, dia de trio pé de serra, nos outros todos a animação dos clientes é assegurada por roda de samba, a partir das 14h. O baticum também embala a happy hour de sexta, a partir das 17h. Além de Brahma e Antarctica a R$ 8,50, são servidas garrafas de Bohemia, Original e Brahma Extra (R$ 10,00 cada uma). Uma seleção de cinquenta rótulos de cachaça inclui a mineira Boazinha (R$ 5,00 a dose) e a gaúcha Weber Haus, envelhecida em barril de amburana (R$ 10,00). Vinhos nacionais a bons preços são outra opção. O merlot Malgarim 2016, também oriundo do Rio Grande do Sul, custa R$ 48,00. O ponto não tem cozinha: para beliscar, vá de empada caseira (R$ 5,00), nos sabores palmito, frango e camarão, ou porções de azeitona (R$ 8,00), salaminho, copa e gorgonzola (R$ 20,00 cada uma).  

Bar BrasilA curiosa configuração do salão em L faz com que o tradicional reduto de inspiração alemã tenha acessos pelas ruas do Lavradio e Riachuelo. Mesmo com a instalação do ar-condicionado, a porta de estilo saloon foi preservada. Depois de passar pela serpentina de 66 metros, o chope Brahma (R$ 6,50, na caldeireta de colarinho grosso), instituição local, jorra da bela torre da chopeira. Os barris ficam armazenados em câmara fria, o que garante sua qualidade. Das geladeiras chegam garrafas de cerveja Colorado Appia e Indica (R$ 23,00 cada uma). Sucesso mais recente no endereço centenário, o schnitzel (espécie de bife à milanesa) feito com lombinho suíno pode ser levado à mesa em dois tamanhos (R$ 48,00, para uma pessoa, e R$ 74,00, para duas). Para acompanhar, a sugestão é a indefectível dupla de salada de batata e chucrute. As guarnições também podem ladear o clássico kassler (R$ 58,00 e R$ 88,00). Outra pedida acertada, a linguiça de pernil recheada de queijo parmesão custa R$ 30,00.

Baródromo. O pé-direito alto e as fantasias de escolas de samba impressionam logo na entrada. Estandartes e pinturas temáticas fazem parte da decoração dos 300 metros quadrados do bar, que dobrou de tamanho desde que deixou a Cidade Nova. Na Lapa, o primeiro salão recebe concorridas rodas de samba (por onde já passaram ícones como Zé Katimba, Monarco e Martinho da Vila) de quinta a sábado (com cobrança de couvert de R$ 20,00 a R$ 25,00). Já a área externa, ao ar livre, é voltada para quem quer petiscar, beber e conversar sem incomodar ou ser incomodado. O chope (R$ 8,00) e as cervejas (a partir de R$ 11,00) vão muito bem com a porção de dadinhos de tapioca (R$ 28,00) ou com um dos fartos bolinhos, como o de moqueca (R$ 33,00, seis unidades). Aos sábados, ainda tem feijoada (R$ 33,00, no prato; R$ 99,00, para até quatro pessoas) no almoço.

Baródromo: samba na decoração e na trilha sonora ao vivo (Felipe Fittipaldi/Divulgação)

Beco do Rato. Reduto concorrido de rodas de samba, a casa concentra bambas consagrados e novos talentos com programação variada. Em uma das animadas atrações locais, a roda intitulada Aos Novos Compositores, o repertório é sempre composto de músicas inéditas. No ambiente, o balcão foi reformado para atender a turma que prefere um drinque a uma gelada. Taças de gim-tônica (R$ 25,00) e outras misturas passaram a fazer companhia para cascos de Brahma (R$ 10,00), Antarctica (R$ 11,00), Original, Einsenbahn (R$ 12,00 cada uma), Heineken (R$ 13,00) ou Serramalte (R$ 13,00). Também é bastante requisitada a dose de gabriela (R$ 7,00), cachacinha com mel, cravo e canela. Com carne de sol, aipim frito, queijo de coalho e pimenta-biquinho, a tábua rato caipira (R$ 59,00) alimenta grupos maiores. O pastel de angu traz recheios de frango, carne (R$ 7,00 a unidade) e de camarão com cream cheese (R$ 8,00). Todos os dias tem samba, com exceção do choro às terças, a cada quinzena.

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Booze Bar. No coração da Lapa, a casa é um oásis para os fãs de geladas especiais. A curitibana Bodebrown, a gaúcha Tupiniquim e a carioca Hocus Pocus têm lugar cativo. Nas dezesseis torneiras, ainda predominam rótulos locais, com lançamentos quase semanais de marcas como Oceânica, Gaspar e Overhop (entre R$ 9,00 e R$ 19,00, 290 mililitros). Aos barris, somam-se cerca de 100 opções em garrafa ou lata, entre elas achados como a farmhouse ale Sofie, da americana Goose Island, envelhecida em barril de vinho (R$ 24,00, 330 mililitros). Para beliscar, a coxinha sem massa, com recheios como frango, costela ou palmito (R$ 27,00, seis unidades), é campeã de pedidos. St. Patrick’s Day, IPA Day e Invasão Carioca são alguns dos agitos temáticos na programação da casa, que, antes do fim do ano, deve ganhar um 3º andar e dobrar sua capacidade.

Boteco CarioquinhaPouso seguro para quem busca cervejas especiais na Lapa, o bar com mais de meio século sofreu um incêndio em setembro de 2017, mas, após dois meses de reformas e a louvável solidariedade de concorrentes vizinhos, o estabelecimento foi reaberto. A configuração do salão, com o balcão à esquerda de quem entra e a escada no fundo à direita, permanece inalterada. Uma vez instalado, experimente a gaúcha Barco Thai (R$ 36,00, 600 mililitros), weiss com um toque de gengibre. Se a preferência for pela pale ale, aposte na catarinense Blumenau Capivara (R$ 29,00, 500 mililitros). De preço atraente e apetitoso, o sanduíche gratinado de linguiça artesanal com creme de gorgonzola na baguete de 30 centímetros, batizado como bengala da Lapa (R$ 19,90), faz sucesso. Pedida robusta, o ponto e vírgula (R$ 34,90) reúne carré de porco americano fatiado, purê cremoso de batata, farofa crocante e minissalada. Dica para beliscar, o mix de salsichas temperadas com ervas finas custa R$ 22,90.

Espaço Lapa CaféAmpla, a casa tem três ambientes. No 1º andar, logo na entrada, o visitante encontra um café de inspiração retrô. Cruzando a porta de vidro, chega-se ao corredor onde foi instalada uma câmara fria com 8 metros de comprimento e trinta torneiras embutidas, concebidas para servir chope artesanal de produtores independentes do Rio, preferencialmente. Entre as marcas confirmadas estão Molotov, Cariola, Bella Craft Beer e Colibrew. Na régua com cinco copos de 200 mililitros, degustam-se cinco tipos por R$ 24,90. Pilsen de produção própria, o Da Lapa é servido por convidativos R$ 5,90, na caldeireta de 300 mililitros. Com a chegada das torneiras, a carta de cervejas importadas, que já foi uma das maiores da cidade, está sendo reformulada. Por enquanto, há cascos da De Janeiro, como a weiss Da Glória (R$ 23,90) e a stout Do Catete (R$ 23,90). Para petiscar, escolha entre a porção de salsichinha (R$ 32,90), com cesta de pães, molho barbecue e mostarda escura, e a de dadinho de tapioca (R$ 25,90), ladeada por molho de abacaxi com pimenta.

Nova Capela. O funcionamento da casa histórica serve como termômetro da situação do bairro. No auge da revitalização da região, o horário se estendia quase até o amanhecer. De 2016 para cá, no entanto, com a crise, econômica e de segurança, o tradicional ponto sentiu a queda no movimento. Numa tentativa de reação, passou a fechar antes de 1 da manhã durante a semana e deixou de abrir às noites de segunda. O carro-chefe local é o suculento cabrito assado guarnecido de arroz de brócolis, batatas coradas e alho torradinho (R$ 133,00, para até três pessoas). A carne do bicho também figura como recheio do pastel (R$ 6,00 a unidade) e no croquete (R$ 26,00 a porção com dez). No salão revestido de azulejos marrons, nota-se que o art déco já serviu de inspiração — repare nos detalhes do teto e na pilastra arrojada no meio do salão. Com o tempo, foi descaracterizado, mas ainda é enfeitado com curiosas pinturas de modalidades esportivas, obras de autor desconhecido que oferecem divertido contraste com o sedentarismo da boemia local. Os primeiros chopes (Brahma, R$ 6,40 a caldeireta) costumam ser acompanhados pelo bolinho de bacalhau (R$ 7,30), outra estrela do lugar.

Rio ScenariumUm rolé pelos três andares desta mistura de bar e antiquário pode revelar muito sobre a história. O visitante encontra, por exemplo, belos painéis de madeira que adornaram a mansão dos Guinle na Praia de Botafogo. Verá de perto também liteiras e carruagens do século XIX, além de mobiliário de diferentes épocas. Esse peculiar acervo reunido pelo dono da casa, o antiquário Plínio Fróes, contribuiu para tornar famosa a casa, hoje um amplo complexo. Locais e multidões de turistas curtem a noite embalada por shows de forró, samba e gafieira. Bebem-se Heineken, Itaipava Premium e Eisenbahn (R$ 11,00 cada long neck) e boas artesanais vindas de Minas Gerais, entre elas a belgian blonde ale Backer Medieval (R$ 24,90, 600 mililitros) e a Antuérpia Tabla IPA (R$ 19,90 a long neck). A chapa sabor nordeste (R$ 49,00) traz lâminas de carne de sol acebolada, aipim frito, cubos de queijo de coalho e farofa de manteiga de garrafa. Outro tira-gosto, os dadinhos de tapioca (R$ 35,00, vinte unidades) chegam à mesa com geleia de pimenta.

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TribOz. Fundado pelo músico e pesquisador australiano Mike Ryan, o lugar tem na programação musical de qualidade o seu forte. Nas quintas e sextas há dois horários para shows, às 18h30 e às 21h, enquanto no sábado só acontece a segunda sessão. No fim de semana, uma apresentação-solo frequente é a da cantora Andrea Dutra, integrante do conhecido grupo vocal Arranco de Varsóvia. Atração fixa, o duo formado pela cantora americana radicada no Rio Alma Thomas e pelo guitarrista Thiago Trajano sobe ao palco sempre às quintas, no primeiro horário. O restante da programação é anunciado no site oficial e nas redes sociais. Embalam os shows garrafas long neck de Stella Artois (R$ 10,00) ou Colorado Appia Cauim (R$ 25,00, 600 mililitros). Dois drinques com abacaxi fazem sucesso: o shakuhachi, que, além da fruta, leva saquê e geleia de pimenta, e o bondi blue, mistura com blue curaçao e suco de abacaxi. Cada pedido custa R$ 20,00. Para beliscar, prove o bolinho de arroz com molho de pimenta-doce (R$ 35,00, dez unidades) ou o escondidinho de camarão com batata-baroa (R$ 42,00).

 REGIÃO PORTUÁRIA

Angu do GomesClássico das madrugadas cariocas nas décadas de 60 e 70, a polenta mole com farto molho de carne, miúdos de boi e linguiça, vendida em carrocinhas, fez a alegria de legiões de boêmios. Nos anos 80, o negócio desandou e os pontos de venda desapareceram. Inspirado pela história de sucesso, o neto de um dos sócios do Angu do Gomes, Rigo Duarte, abriu na Saúde um bar que serve a receita original do quitute, em dois tamanhos (R$ 18,50 e R$ 22,90). Também a adaptou para o formato de bolinho com recheios de camarão, rabada ou gorgonzola (R$ 6,90 a unidade). Para beber, chegam à mesa garrafas de 600 mililitros de cerveja de marcas como Eisenbahn (R$ 12,00), Bohemia (R$ 10,50) e Therezópolis (R$ 19,90). Em 2018, foi aberta uma filial em um sobrado de dois andares em Botafogo.

Bar do Omar. A poucos metros da sempre agitada Fábrica da Bhering, no acesso ao Morro do Pinto, o o ponto funciona sobre uma laje com vista para a região portuária, com sua fileira de guindastes, prédios de arquitetura arrojada e a Baía de Guanabara. Aos sábados, a roda Samba das Estações embala os presentes noite adentro, quando a paisagem ao fundo ganha o colorido alaranjado da iluminação pública. No capítulo dos bolinhos, duas tentações são as receitas de jiló com linguiça toscana e de abóbora com camarão, vendidas por R$ 28,00 cada porção de oito unidades. Outro tira-gosto para dividir é a carne de sol com aipim (R$ 49,00). Hambúrgueres são uma das especialidades locais. O x-pi-canha (R$ 25,00), recheado de 180 gramas de carne, queijo e cebolas no shoyu, é servido com fritas. Antes de partir para os cascos de Heineken ou Original sempre bem gelados (R$ 12,00 cada um), peça a batidinha de maracujá (R$ 5,00 a dose), um sucesso, também vendido em feiras na vizinha Bhering e outros cantos da cidade. Ali, o gim-tônica (R$ 22,00) é feito com Tanqueray.  

Bar Imaculada. A tranquilidade do estabelecimento contrasta com a correria da Avenida Rio Branco, que fica a cinco minutos a pé dali. Este recanto encravado no Morro da Conceição também se notabiliza por sua caprichada seleção de tira-gostos. Um clássico local, o bola sete (R$ 26,90 a porção com sete unidades) é um bolinho de arroz e feijão recheado de carnes de feijoada. O pedido disputa a preferência dos visitantes com o croquete de rabada (R$ 28,90, com meia dúzia). Outra dica, o chicote profano da sogra (R$ 24,90 a porção) reúne pedaços de língua bovina assada, batata calabresa e farofa. Sexta e sábado são dias de feijoada completa (R$ 39,50 a meia–porção; R$ 75,90 a inteira). Para beber, vá de Original, Bud-weiser (R$ 16,90 cada uma) ou Serramalte (R$ 14,90). Os cascos de Colorado Appia ou Indica valem R$ 27,90. Um tanto paradoxal, a caipirinha detox leva couve, gengibre, limão, hortelã e cachaça (R$ 22,90). A programação musical inclui karaokê com banda ao vivo às sextas, a partir de 18h. Na quarta tem jazz com a Jazztopia e no sábado, a partir de 16h, roda de samba.

GraciosoNo endereço com longo histórico como boteco, um incêndio há alguns anos foi a deixa, junto com o processo de revitalização da Zona Portuária, para uma reforma modernizante. A vocação local, no entanto, foi mantida, assim como o espírito de outrora, representado pela parede de pedras aparentes. A cada quinze dias, nas sextas, a partir das 19h, uma roda de samba agita o 2º andar. O dia que antecede o fim de semana também é sinônimo de alegria para os fãs de pernil assado. Suculenta, a carne chega às mesas na porção (R$ 26,00) ou como recheio de sanduíche (R$ 16,00). Crocante por fora e de interior macio, o croquete gracioso (R$ 7,00) divide as atenções com o du calhau (R$ 7,00), um bolinho de aipim com bacalhau. Entre os sessenta rótulos de cachaça disponíveis, a prestigiada Canarinha (R$ 18,00 a dose) é pedida acertada, ao lado de representantes de Salinas, as mineiras Lua Cheia (R$ 12,00), Seleta e Boazinha (R$ 9,00 cada uma). Igualmente variada, a ala das cervejas oferece sugestões como a pilsen Paulistânia (R$ 12,00, 600 mililitros), além das artesanais Hija de Punta (R$ 26,00, 600 mililitros), uma lager, e Katia Flávia (R$ 30,00), IPA que celebra a louraça belzebu da música de Fausto Fawcett.

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Trapiche Gamboa. O belo casarão do século XIX, com salão amplo, ambientes variados e pé-direito muito alto, foi uma pioneira aposta na boemia da região da Gamboa. Tornou-se um concorrido reduto de samba e choro bem antes de o projeto Porto Maravilha varrer a região. Entre as atrações que batem ponto na casa estão craques da nossa música, a exemplo do violonista Paulão 7 Cordas e do cavaquinista Eduardo Gallotti. Às quintas, o grupo Razões Africanas se apresenta, sempre ao lado das representantes do Jongo da Serrinha. Prepare-se, portanto, para riscar o salão. Entre um rodopio e outro, refresque-se com Budweiser, Stella Artois, Heineken (R$ 10,00 a long neck), Amstel e Antarctica (R$ 13,50 cada uma), as duas últimas na garrafa de 600 mililitros. Para beliscar, o cardápio oferece, entre outras sugestões, caldinho de feijão com tempero na medida, além de bacon crocante, salsinha e torradas (R$ 11,70), e filé aperitivo envolvido por saboroso molho funghi (R$ 36,00).  

 SANTA TERESA

Explorer Bar, em Santa Teresa (Felipe Fittipaldi/Divulgação)

Armazém São ThiagoO estabelecimento preserva boa parte do charmoso mobiliário do século passado, quando o armazém de secos e molhados abriu as portas. Isso inclui o balcão com tampo de mármore, máquinas registradoras, balanças e a bela geladeira de madeira em pleno funcionamento. A freguesia conhece o lugar como Bar do Gomez, lembrança do antigo sócio, o espanhol José Gomez Cantorna, falecido em 2016. Na seleção de bolinhos, entraram em cena doze receitas — agora, são 26 as opções. Entre os recém-chegados estão pedidos de feijão–vermelho com lombinho, de batata-doce com carne-seca e gorgonzola e de arroz com barriga de porco. Para ajudar os indecisos, os salgados podem vir em duplas (R$ 17,00). Sugestão introduzida por Gomez, e que ele comia pelo menos três vezes por semana, o bacalhau à negreira é dessalgado, desfiado e servido com azeite e pão (R$ 53,50). Bem tirado, o chope Brahma enche a caldeireta (R$ 7,50) e a jarra de 1,5 litro (R$ 30,00). 

Bar do MineiroConcorrido endereço do bairro, o estabelecimento é comandado pelo mineiro Diógenes Paixão, colecionador de arte que empresta parte de seu acervo particular para enfeitar as paredes de azulejo branco da casa. Paixão foi um pioneiro ao servir pastéis recheados de feijão (R$ 38,00 a porção com dezoito unidades de tamanho míni). Outro carro-chefe do bar também leva o ingrediente em sua receita: a deliciosa feijoada (R$ 55,00, para uma pessoa; R$ 130,00, para quatro) explica as longas filas de locais e turistas que costumam se formar nos fins de semana. Ainda na ala dos petiscos, os croquetes (R$ 34,00 a porção com seis) chegam à mesa em cinco versões — carne assada, salmão, camarão, calabresa e queijo. Para rebater, além de Antarctica, Brahma (R$ 10,00 cada uma), Eisenbahn, Budweiser, Amstel, Original (R$ 12,00 a garrafa), Heineken e Império (R$ 14,50), são preparadas caipirinhas de lima, limão ou maracujá. Com cachaça Salinas, o pedido sai a R$ 17,00.

Bar dos Descasados. O piso de ladrilho hidráulico vermelho e branco contrasta com os arcos de tijolos aparentes, compondo o ambiente despojado e elegante do salão. Amplos sofás com almofadões, estrategicamente posicionados na varanda, permitem aos clientes, ao mesmo tempo, espairecer e curtir a vista para os telhados do bairro. Não por acaso, o endereço já foi eleito no especial COMER & BEBER o melhor lugar da cidade para ir a dois. Do bar do Hotel Santa Teresa saem criações etílicas em homenagem a dois hóspedes ilustres: a saudosa cantora Amy Winehouse (1983-2011) e o rapper Snoop Dogg. Dela veio a inspiração para o back to black (R$ 34,00), que leva vodca Maesa, Drambuie, suco de abacaxi e creme irlandês. O rapper batiza o snoop (R$ 34,00), reunião de gim, suco de tangerina, limão-siciliano e espuma de gengibre. Enxuto, o cardápio de tira-gostos inclui croquete de cordeiro com maionese de limão (R$ 33,00) e pastel de camarão com catupiry (R$ 32,00), ambos servidos na porção com seis unidades. Aos domingos, às 18h, há jazz ao vivo.

Explorer BarO casarão de muro turquesa com janelas brancas que abriga o despojado hotel Discovery Suites Rio chama a atenção de quem passa pela Rua Almirante Alexandrino, na altura do Largo dos Guimarães. Ali também funciona o bar, aberto para não hóspedes. No espaço, que conta com agradável e concorrida varanda, um recém–chegado no cardápio é o acarajé israelense. O petisco leva esse nome devido ao azeite de dendê usado no preparo da couve–flor temperada com açafrão, servida com homus tahine e salada picadinha de pepino, cebola-roxa e tomate. A mistura dá certo. Assada em baixa temperatura por oito horas e laqueada no caramelo de manga, a costelinha suína (R$ 54,00) é ladeada por polenta crocante recheada de queijo meia-cura. A renovada carta de drinques traz o TLV (R$ 29,00), combinação de xarope de tamarindo, suco de laranja e vodca com espuma de gengibre, e o multicultural caribe ya habib (R$ 29,00), reunião de tequila, suco de limão, vermute, xarope de amêndoas e abacaxi, servido num cantil de barro. De terça a sexta, das 18h às 20h, quem pede um drinque ganha outro igual. 

Mama ShelterDois artistas do bairro foram convidados a contribuir para a colorida decoração do bar instalado dentro da unidade carioca da rede nascida em Paris. O escultor Zemog é o autor da instalação de chapéus sobre o balcão iluminado e o pintor Marcos Jambeiro assina os painéis que retratam cartões–postais da cidade. Além de clássicos da coquetelaria, a carta de drinques apresenta duas criações próprias: o mama loves you (R$ 25,00) para o qual confluem vodca, licor de pêssego e sucos de abacaxi, limão e cranberry, e o dama rosa (R$ 25,00), preparado com vodca, martini rosso, campari, sucos de abacaxi e limão e concentrado de baunilha. Na ala dos comestíveis, as escolhas recaem sobre porção de frango frito com molho levemente picante (R$ 38,00), pão de linguiça (R$ 17,00) ou pizzas. Nessa última lista, a zucchini (R$ 45,00) tem cobertura de quiejo brie, abobrinha grelhada e parmesão com leve toque de alho. Sexta e sábado são dias de DJs em ação.

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