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Hugo Bonemer e Daniel Rocha conversam sobre preconceito e empatia

Temáticas são levantadas no espetáculo "Frames", estrelado pela dupla, em cartaz a partir desta sexta (15) na Casa de Cultura Laura Alvim

Por Renata Magalhães
Atualizado em 14 jun 2018, 11h00 - Publicado em 14 jun 2018, 11h00
(Cadu Silva/Divulgação)

Intolerância, preconceito, dificuldade de comunicação. Temáticas latentes em tempos difíceis são levadas ao palco em Frames, espetáculo que rendeu ao paulistano Franz Keppler uma indicação ao Prêmio APCA na categoria Melhor Texto em 2009. Depois de passar por várias cidades brasileiras, a peça estrelada por Daniel Rocha e Hugo Bonemer chega ao Rio nesta sexta (15), em temporada na Casa de Cultura Laura Alvim. Sob a direção de Camila Gama e Sandro Pamponet, a dupla dá vida à quatro histórias que acontecem com diferentes personagens em um mesmo dia. Numa delas, um tiroteio impede duas pessoas de saírem de casa (familiar?) e isso muda radicalmente seus destinos; em outro momento, dá-se o alerta sobre as consequências trágicas de um caso de homofobia. A pedido da VEJA RIO, os atores conversaram sobre a estreia e as reflexões levantadas em cena. Confira o resultado abaixo:

Daniel Rocha: O quanto você é movido por preconceito e generosidade [temas abordados em cena]?

Hugo Bonemer: Sou movido pelos dois, como todo ser humano, e tento desequilibrar essa balança. A generosidade é um valor cristão, e natural a todo ser vivo que se reconhece no outro. O preconceito também é natural e nos protege daquilo que entendemos como nocivo, após vivermos experiências ruins. Percebo que há experiências que nem são nossas, e ainda sim assimilamos preconceitos por questões culturais. Percebo também que onde tem preconceito não há generosidade. Ou um, ou o outro. Então procuro ficar atento e deixar meu preconceito me proteger de circunstancias, e não de pessoas, e, assim, quero acreditar que consiga abrir espaço para a generosidade acontecer.

HB: Como conviver com o diferente?

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Daniel Rocha: É mais simples do que de fato se preocupar com o outro, mas ainda exige respeito. Eu preciso entender o outro para que possa existir respeito. É longe da relação ideal, profunda, que desejamos com o mundo, mas muitas vezes é a melhor versão disponível para muitas relações. Pra você, de que forma é possível se colocar no lugar do outro?

Hugo Bonemer: Escutando. Aparentemente vivemos pedindo que nos entendam, mas pouco nos disponibilizamos a escutar. No fundo queremos as mesmas coisas básicas que nos levem a um estado de satisfação. Já é difícil ser um, e ter que entender outro parece uma perda de tempo rumo a satisfação pessoal. Uma coisa que pode ajudar é pensar que se colocar no lugar do outro pode nos privar de cometer os mesmos erros, ou nos ampliar a visão sobre os caminhos para nossa satisfação pessoal. Está longe de ser o lugar mais altruísta, mas já cria um ambiente mais agradável para se viver.

HB: Você acha que o que você pensa ou faz impacta outras pessoas?

Daniel Rocha: Sempre. Escolher não usar copo descartável, comprar a granel, manter funcionários até que se aposentem, preferir marcas sustentáveis, preferir transporte público, perguntar mais, ouvir mais, oferecer o melhor de si, por exemplo, são escolhas que impactam positivamente na nossa vida e nas dos outros.

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Hugo Bonemer: Você pode resumir Frames?

Daniel Rocha: São quatro histórias que falam sobre a preguiça de conviver. Em três recortes os personagens não podem se movimentar, e por isso são colocados cara a cara. Em uma última história, percebemos a convivência por escolha. O que você acha que que o público pode esperar da peça?

Hugo Bonemer: Passar bons 50 minutos e voltar pra casa querendo viver a vida com mais sentido e mais afeto.

Casa de Cultura Laura Alvim. Avenida Vieira Souto, 176, Ipanema. Sexta e sábado, 20h; domingo, 19h. R$ 30,00. Até 8 de julho. Estreia na sexta (15).

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