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Teatro de Revista

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Espetáculos, personagens, bastidores e tudo mais sobre o que acontece na cena teatral carioca, pelo olhar do crítico da Veja Rio

Uma conversa com Hugo Possolo, do Parlapatões, que remonta o sucesso PPP@WllmShkspr.Br

Em 1998, o grupo Parlapatões, de São Paulo, montou aquele que seria o seu primeiro grande sucesso: PPP@WllmShkspr.Br. Escrito pelos americanos Adam Long, Jess Borgeson e Daniel Singer, o texto abrevia, de maneira cômica, 37 peças de William Shakespeare em um único espetáculo. Boa parte da graça na montagem, dirigida por Emílio Di Biasi, estava na […]

Por rafaelteixeira
Atualizado em 25 fev 2017, 18h53 - Publicado em 8 nov 2013, 15h03
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Em 1998, o grupo Parlapatões, de São Paulo, montou aquele que seria o seu primeiro grande sucesso: PPP@WllmShkspr.Br. Escrito pelos americanos Adam Long, Jess Borgeson e Daniel Singer, o texto abrevia, de maneira cômica, 37 peças de William Shakespeare em um único espetáculo. Boa parte da graça na montagem, dirigida por Emílio Di Biasi, estava na forma como a trupe inseria as histórias de clássicos shakespearianos na realidade brasileira. Assim, sangrentos embates pelo poder eram comparados a uma futebol e versos de Otelo apareciam na forma de um rap. A montagem foi apresentada cerca de 500 vezes e participou de diversos festivais, cumprindo uma brilhante trajetória. Mas, em 2012, quando os Parlapatões comemoraram vinte anos, surgiu a ideia de remontar a comédia. O resultado chega na próxima quinta (14) ao Teatro de Arena da Caixa Cultural, com novos cenário e figurinos, e a entrada de Alexandre Bamba no elenco, juntando-se a Hugo Possolo e Raul Barretto.

O blog conversou com Possolo sobre essa nova montagem. Confiram:

Como vocês conheceram esse texto, originalmente?

O Emílio Di Biasi adquiriu o livro com o texto em Nova York. Ao ler, achou que tinha nossa cara. Quando ele nos procurou, tínhamos outros projetos de montagem, mas cedemos de cara. Emílio tinha razão, o texto tinha tanto a ver com nossa maneira de fazer teatro que passamos a acreditar até que o texto era nosso. É um tipo de humor que gera uma reflexão, cuja poesia brinca com Shakespeare, sem zombar dele, mas descontruindo a visão careta que se costuma ter da obra dele.

Em que a montagem original de vocês difere da montagem americana? 

Só assitimos a montagem americana muito tempo depois. É bem diferente. Os próprios autores e atores da Reduced Shakespeare Company (responsáveis pelo original) assitiram a nossa montagem e comentaram como foi importante termos adaptado o texto a uma visão brasileira, ao humor direto, aos improvisos, sem a referência do que eles faziam. Não queremos a visão limitadora de uma franquia e, sim, deixar nossa criatividade fluir a partir do texto. Acredito que conseguimos, principalmente porque o Emílio teve a sensibilidade de jogar com nossas inquietações e trazê-las para a cena.

Qual foi a importância desse espetáculo para a carreira dos Parlapatões?

Foi, em 1998, o primeiro grande sucesso comercial, com grandes casas de espetáculo lotadas. Fomos a diversos festivais e viajamos o Brasil inteiro com ela. Foi muito importante pois, além de abrir muitas portas para o grupo, ajudou nosso pensamento como comediantes, da responsabilidade que se tem ao fazer uma piada. O humor pode ser conservador ou transformador. O humor rançoso, que reproduz preconceitos, não nos interessa.

Por que vocês decidiram montar novamente o espetáculo?

Para comemorar e homenagear os cinquenta anos de carreira do Emílio Di Biasi e nossos vinte anos de Parlapatões, em 2012. E, claro, foi uma peça que nos trouxe muitas coisas boas e queríamos retomá-la em nosso repertório. Essa é uma característica e vantagem de um grupo: manter um repertório. Por falta de mercado e de estímulo de políticas públicas para as artes, o teatro no Brasil é desperdiçado, com as peças ficando pouco tempo em cartaz no Rio ou em são Paulo e depois abandonadas. Existe muito público no país que quer ver teatro e para o qual devemos levar os nossos trabalhos. O repertório dá longevidade às peças.

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Além da entrada do Alexandre Bamba, que diferenças há entre a primeira montagem de vocês e esta?

Modificamos apenas cenografia e refizemos os figurinos da versão original. Mantivemos a essência da direção original do Emílio, que não está bem de saúde, com Alzheimer. Ele pode acompanhar alguns ensaios e foram momentos emocionantes, uma maneira de reviver nossa história com muito humor e ternura.

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