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Teatro de Revista

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Espetáculos, personagens, bastidores e tudo mais sobre o que acontece na cena teatral carioca, pelo olhar do crítico da Veja Rio

Um passeio pelos teatros da Grécia

Não escrevo nada aqui desde o dia 6 de setembro, o que configura o maior período de inatividade do Teatro de Revista desde a sua estreia. Mas a razão é nobre: estava de férias, aproveitando um merecido descanso. Como acontece na maioria das vezes em que viajo para o exterior, fiquei afastado do teatro. Bom, […]

Por rafaelteixeira
Atualizado em 25 fev 2017, 18h55 - Publicado em 18 out 2013, 20h12
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Não escrevo nada aqui desde o dia 6 de setembro, o que configura o maior período de inatividade do Teatro de Revista desde a sua estreia. Mas a razão é nobre: estava de férias, aproveitando um merecido descanso. Como acontece na maioria das vezes em que viajo para o exterior, fiquei afastado do teatro. Bom, talvez não tanto assim. Desta vez, o mais correto seria dizer que fiquei longe das peças. Porque um dos meus destinos no mês passado foi a Grécia, país que, para usar o clichê inescapável, é o berço da dramaturgia ocidental. Assim, naturalmente, há uma série de teatros, muitos em ruínas, que são pontos turísticos do país. Mesmo nos mais degradados pelo tempo, um simples exercício de imaginação é capaz de levá-lo para o século IV a.C., época em que Ésquilo, Sófocles e Eurípedes montaram suas tragédias. Visitei três destes teatros, uma experiência emocionante para quem ama essa arte, que divido com vocês abaixo.

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Esta é a visão de cima do Odeon de Herodes Ático, inaugurado em 161 d.C. Como o nome indica, foi construído pelo tal Herodes, membro de uma importante família ateniense, em memória de sua falecida mulher. E o sujeito não economizou, usando materiais nobres, como mármore e cedro. O vão da plateia, com 76 metros de diâmetro, foi escavado na rocha de uma colina. Na época de sua inauguração, ao contrário de hoje, a estrutura era coberta, abrigando nada menos do que 5000 pessoas.  Durante a invasão dos hérulos em 267 d.C., o teatro foi destruído. Uma restauração só seria levada a cabo nos anos 50 e, desde 1957, o local voltou a ser utilizado para apresentações de artes cênicas e música. Tive a oportunidade de assistir a um show de um tenor grego, chamado Mario Frangoulis. Para a minha sorte, só umas cinco músicas eram gregas — as demais eram sucessos de musicais conhecidos mundialmente, como West Side Story e O Fantasma da Ópera.

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Este teatro, bem mais arrasado do que o Odeon, chama-se Teatro de Dionísio. Fica pertinho do próprio Odeon e, como este, abaixo da Acrópole de Atenas, que se pode ver, pelo menos uma parte, no alto da foto. Olhando assim, parece um teatrinho modesto, mas este foi o mais importante palco da Grécia antiga e, quando em uso, podia receber 17000 pessoas. Construído no século V a.C., ele recebeu as mais célebres montagens dos tragediógrafos gregos, encenadas nas festas em homenagem a Dionísio. Quase dá para ver Édipo por ali.

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Isso que se vê na foto acima é o que restou do teatro de Delos, uma das ilhas cíclades (grupo que inclui, entre as mais famosas, Mikonos e Santorini). Considerada patrimônio da humanidade pela Unesco, a ilha é um grande sítio arqueológico não habitado — para se ter uma ideia, não é permitido sequer nadar nas margens. O que não significa que há pouco para fazer. Sua ocupação na antiguidade começou no século X a.C., e ali foi construída uma enorme cidade, hoje inteiramente em ruínas (cujas partes estão em constante descoberta e restauração). A ilha foi um santuário dedicado ao deus Apolo (deus da luz e da beleza), que, segundo a mitologia, ali teria nascido, junto com sua irmã gêmea Ártemis (deusa da caça). A história, como todos os mitos gregos, é curiosa. Deus máximo do Olimpo, Zeus traiu sua esposa Hera (deusa dos casamentos) com Leto (deusa do anoitecer), engravidando-a dos gêmeos. Furiosa, Hera obteve de Gaia (um dos deuses primordiais, a Mãe Terra) a promessa de que esta impediria Leto de encontrar um lugar onde pudesse dar à luz. Vendo a infelicidade da grávida, Poseidon (deus dos mares) se apiedou e fez emergir uma ilha — justamente Delos, que, sendo flutuante, não estava sob o poder de Gaia, e ali puderam nascer Apolo e Ártemis.

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