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Teatro de Revista

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Daniel Herz fala sobre Beatriz, nova peça dos Atores de Laura

Depois do tremendo sucesso de O Filho Eterno, monólogo baseado no livro homônimo do catarinense Cristóvão Tezza, a Cia Atores de Laura volta a mergulhar na obra do escritor. Em Beatriz, que estreia nesta quinta (9) na Casa de Cultura Laura Alvim, o grupo mesclou dois livros: um de contos, que tem o mesmo nome […]

Por rafaelteixeira
Atualizado em 25 fev 2017, 19h08 - Publicado em 3 Maio 2013, 18h39
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Beatriz

Depois do tremendo sucesso de O Filho Eterno, monólogo baseado no livro homônimo do catarinense Cristóvão Tezza, a Cia Atores de Laura volta a mergulhar na obra do escritor. Em Beatriz, que estreia nesta quinta (9) na Casa de Cultura Laura Alvim, o grupo mesclou dois livros: um de contos, que tem o mesmo nome da peça, e o romance Um Erro Emocional. Diretor da montagem, Daniel Herz (na foto acima entre os atores Paulo Hamilton e Ana Paula Secco, que estão na peça) conversou com o blog:

Por que voltar à obra do Tezza?

O Filho Eterno foi um processo que envolveu uma equipe maravilhosa em torno de uma equação teatral. Como trazer para a cena um romance? Como fazer um monólogo que o personagem central fala na terceira, pessoa mas na verdade está falando dele mesmo? Acho que encontramos boas respostas para essas perguntas, e fazer um novo trabalho sobre a literatura do Tezza foi um consequência natural. Um desejo de aprofundar o que começou em O Filho Eterno.

Que qualidades na obra do Tezza facilitam a transposição para os palcos?

Tem uma sofisticação poética, literária, mas ao mesmo acessível para o evento teatral. É profundo, mas chega no público fácil. São histórias do nosso mundo de hoje. Demanda uma pesquisa de linguagem para a tradução cênica que é muito instigante.

A peça é uma adaptação de um livro de contos, Beatriz, e de um romance, Um Erro Emocional. Como isso se dá, do ponto de vista da dramaturgia? Como vocês somaram essas obras no palco?

A peça começa com dois momentos de Beatriz e depois desemboca em Um Erro Emocional. Na história, o escritor Paulo contrata a revisora de textos Beatriz para ler o seu novo livro. A trama se concentra no apartamento dela, depois que ele declara: “Cometi um erro emocional. Me apaixonei por você”. A partir daí, há diálogos, muitos pensamentos e lembranças e o público vai ficar curioso para saber o que vai acontecer com aquele casal. Eles vão ficar juntos?

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Como diretor, existe alguma dificuldade específica em levar ao palco uma obra nascida na literatura? No caso de Beatriz, qual você diria que foi o seu maior desafio?

O desafio é fazer o público acompanhar as três temporalidades da peça: o discurso direto entre os personagens Beatriz e Paulo, os pensamentos que cada um tem sobre o que está acontecendo no momento presente e as lembranças do passado, marcas radicais que influenciam o momento em que os dois se encontram.

A Cia Atores de Laura está completando 21 anos. Que balanço você faz da trajetória do grupo?

Um sentido para o que não tem sentido. No absurdo da existência, a sensação de encontros sólidos traz uma ilusão de que estamos driblando a morte com muita criatividade. Cada ensaio, cada cena, cada peça  faz com que tudo valha a pena!

Vocês vão encenar duas peças do repertório da companhia, paralelamente a Beatriz: Absurdo e Enxoval. Por que a escolha por estas duas?

Absurdo é a última peça que estreou antes de Beatriz, e queremos fazer mais no Rio. Enxoval é uma peça que tem que ser feita sempre! Uma história linda, atores com um resultado incrível e a direção do Luiz André é de uma sensibilidade enorme! Mas, se desse, faríamos todas as peças do repertório…

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Saindo um pouco dos Atores de Laura, você vai dirigir uma montagem de A Importância de ser Perfeito, do Oscar Wilde. O que você pode nos contar sobre esse espetáculo?

Montar Oscar Wilde sempre foi um sonho meu! Um processo delicioso, atores incríveis. A adaptação do Leandro Soares para o Brasil é muito inteligente, atores tocando em cena, além da ironia do Oscar Wilde. Estou num momento muito feliz. Saio do mundo de Beatriz e vou para o mundo de Oscar Wilde… depois volto de novo para Beatriz. É quase perfeito!

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