Crítica: O Patrão Cordial
✪✪✪ O PATRÃO CORDIAL, de Sérgio Carvalho. Trupe politizada, a Companhia do Latão não se afasta da postura crítica em O Patrão Cordial. Tendo por base a peça O Senhor Puntila e seu Criado Matti, de Bertolt Brecht, e o estudo Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda, o diretor Sérgio de Carvalho assina […]

✪✪✪ O PATRÃO CORDIAL, de Sérgio Carvalho. Trupe politizada, a Companhia do Latão não se afasta da postura crítica em O Patrão Cordial. Tendo por base a peça O Senhor Puntila e seu Criado Matti, de Bertolt Brecht, e o estudo Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda, o diretor Sérgio de Carvalho assina a trama protagonizada por Cornélio, um rico proprietário de terras (Ney Piacentini). Sóbrio, o sujeito é um ditador; bêbado, um bonachão. A situação se complica quando Vidinha (Helena Albergaria), sua filha, se engraça com o motorista Vitor (Rogério Bandeira). Outros cinco atores dividem-se por vários personagens. Situado na década de 70, o texto resgata um discurso que pode soar antiquado, calcado na questão da luta de classes, mas sugere reflexões pertinentes sobre a famosa cordialidade brasileira e as perversas relações entre patrão e empregado. A montagem funciona também como comédia, muito graças à desenvoltura do elenco.