Crítica: Hamlet
✪✪✪✪ HAMLET, de William Shakespeare (1554-1616), com tradução de Ron Daniels e Marcos Daud. Clássico eterno, a tragédia protagonizada pelo atormentado príncipe da Dinamarca inspira reverência. A montagem estrelada por Thiago Lacerda honra a tradição do texto, mas se distingue por uma certa ousadia no que diz respeito à tradução. Os puristas podem até torcer […]
✪✪✪✪ HAMLET, de William Shakespeare (1554-1616), com tradução de Ron Daniels e Marcos Daud. Clássico eterno, a tragédia protagonizada pelo atormentado príncipe da Dinamarca inspira reverência. A montagem estrelada por Thiago Lacerda honra a tradição do texto, mas se distingue por uma certa ousadia no que diz respeito à tradução. Os puristas podem até torcer o nariz, mas revela-se um acerto o abandono da métrica usada pelo autor em favor de uma linguagem mais acessível. Conduzido pelo brasileiro Daniels, diretor associado da inglesa Royal Shakespeare Company, o elenco de quinze atores mostra segurança. Sobressai, porém, o desempenho de Selma Egrei (Gertrudes, mãe de Hamlet), Roney Facchini (o alívio cômico, como Polônio) e, especialmente, Lacerda, dono de surpreendente presença cênica. Direção de Ron Daniels.