Crítica: Depois da Queda
✪✪✪ DEPOIS DA QUEDA, de Arthur Miller. Autor de clássicos como A Morte do Caixeiro Viajante e As Bruxas de Salem, Arthur Miller também ficou conhecido por seu casamento de cinco anos com a atriz Marilyn Monroe. Essa relação é o ponto nevrálgico de Depois da Queda, drama de tintas autobiográficas montado aqui pela companhia Complexo […]

✪✪✪ DEPOIS DA QUEDA, de Arthur Miller. Autor de clássicos como A Morte do Caixeiro Viajante e As Bruxas de Salem, Arthur Miller também ficou conhecido por seu casamento de cinco anos com a atriz Marilyn Monroe. Essa relação é o ponto nevrálgico de Depois da Queda, drama de tintas autobiográficas montado aqui pela companhia Complexo Duplo, com direção de Felipe Vidal. Em cena, o alter ego do autor é o advogado Quentin (vivido com segurança por Lucas Gouvêa). Alternando-se entre narrador e personagem de sua própria história, ele promove um acerto de contas particular, passando em revista sua relação com amigos, família e mulheres. Episódios que remetem à vida de Miller, como a patrulha anticomunista presente nos Estados Unidos nos anos 50, são narrados no texto um tanto mais longo do que o desejável. Destaque absoluto da montagem, Simone Spoladore interpreta Maggie, telefonista avoada que vira cantora de sucesso e personalidade autodestrutiva — equivalente de Marilyn na peça. Irrepreensível, ela dribla armadilhas inerentes a uma personagem não apenas real, mas icônica.