Crítica: As Mulheres de Grey Gardens – O Musical
✪✪✪ AS MULHERES DE GREY GARDENS — O MUSICAL, de Doug Wright, com música de Scott Frankel e letras de Michael Korie. Em 1975, os irmãos Albert e David Maysles lançaram Grey Gardens, documentário no qual abordavam a relação entre Edith Ewing Bouvier Beale (1895-1977) e sua filha Edie (1917-2002), respectivamente tia e prima de Jacqueline Kennedy. […]
✪✪✪ AS MULHERES DE GREY GARDENS — O MUSICAL, de Doug Wright, com música de Scott Frankel e letras de Michael Korie. Em 1975, os irmãos Albert e David Maysles lançaram Grey Gardens, documentário no qual abordavam a relação entre Edith Ewing Bouvier Beale (1895-1977) e sua filha Edie (1917-2002), respectivamente tia e prima de Jacqueline Kennedy. Oriundas de uma família de posses, as duas viveram seus últimos anos juntas, em profunda decadência, na propriedade que dá nome ao filme. Além da penúria, porém, chama atenção a relação de amor e ódio, sempre simbiótica, que elas desenvolveram. Levada à Broadway como um musical, em 2006, a história chega aos palcos brasileiros pelas mãos do diretor Wolf Maya. Soraya Ravenle, um portento, encarna duas personagens: no primeiro ato, passado em 1941, é a jovem Edith, e no seguinte, em 1973, é Edie mais velha. Carol Puntel faz Edie na juventude e Suely Franco, excelente, interpreta Edith na velhice. A maioria das músicas não apenas emoldura a ação, mas faz as vezes de diálogo. A impactante cenografia de Bia Junqueira põe no palco uma montanha de lixo, evocando a real imundície na qual mãe e filha viveram.