Crítica: Aos Domingos
✪✪✪ AOS DOMINGOS, de Julia Spadaccini. Autora fértil, a carioca Julia Spadaccini teve dezesseis textos montados nos últimos dez anos. Pela comédia Quebra Ossos, encenada em 2012, foi indicada ao Prêmio Shell. Agora com um drama dirigido por Bruce Gomlevsky, ela volta a exibir seus dotes dramatúrgicos. No palco, é contada a história de dois irmãos. Ana […]
✪✪✪ AOS DOMINGOS, de Julia Spadaccini. Autora fértil, a carioca Julia Spadaccini teve dezesseis textos montados nos últimos dez anos. Pela comédia Quebra Ossos, encenada em 2012, foi indicada ao Prêmio Shell. Agora com um drama dirigido por Bruce Gomlevsky, ela volta a exibir seus dotes dramatúrgicos. No palco, é contada a história de dois irmãos. Ana (Juliana Teixeira) e Edu (Jorge Caetano), motivados pela morte da mãe, tornam a se ver após seis anos de afastamento. Ambos são lados da mesma moeda: abandonados pelo pai e deixados aos cuidados de uma mãe em crescente degradação psicológica, eles passam a procurar formas de escapar da realidade. Ela se recolhe em uma vida pacata e aparentemente perfeita. Ele parte para o exterior, movido por espírito aventureiro. Frustrações acumuladas de lado a lado, no entanto, não demoram a emergir nesse reencontro. Ao redor da mesa onde haverá um almoço ainda estão presentes o marido de Ana, o desagradável Sérgio (Paulo Giardini, bom alívio cômico), e um amigo de infância, Johnny (Bruno Padilha, adequadamente sóbrio), por quem ela foi apaixonada. No belo cenário de Nello Marrese e Natalia Lana, que representa o jardim de uma casa, Juliana e Caetano se enfrentam em atuações equilibradas.