Crítica: Ah, a Humanidade! E Outras Boas Intenções
✪✪✪✪ AH, A HUMANIDADE! E OUTRAS BOAS INTENÇÕES, de Will Eno. Integrantes da Sutil Companhia de Teatro, o ator Guilherme Weber e o diretor Murilo Hauser conceberam esta comédia dramática, composta de cinco textos curtos do autor americano — comparado a Samuel Beckett, entre outras razões, por seu intenso flerte com o absurdo e […]
✪✪✪✪ AH, A HUMANIDADE! E OUTRAS BOAS INTENÇÕES, de Will Eno. Integrantes da Sutil Companhia de Teatro, o ator Guilherme Weber e o diretor Murilo Hauser conceberam esta comédia dramática, composta de cinco textos curtos do autor americano — comparado a Samuel Beckett, entre outras razões, por seu intenso flerte com o absurdo e sua riqueza de metáforas sobre a condição humana. A aparente falta de unidade entre as pequenas histórias esconde uma poética (e, ao mesmo tempo, bem-humorada) investigação sobre a resistência humana diante da perda, evocada lindamente no cenário de Valdy Lopes Jn e Rafael Faustini. No primeiro texto, Claudio Mendes vive um treinador esportivo que, em uma entrevista coletiva, começa a falar sobre uma mulher que marcou sua vida. No melhor episódio, Alice Borges e Guilherme Weber são duas patéticas figuras que gravam vídeos para uma agência de encontros. Em seguida, Renata Hardy encarna a representante de uma companhia aérea incumbida de dar explicações após uma tragédia. Alice e Mendes voltam ao palco como uma dupla que busca recriar a cena de uma fotografia de guerra. Por fim, Weber e Renata vivem um casal tentando chegar a um evento que nem eles mesmos sabem qual é. Gustavo Arthiddoro faz uma ponta nesta última parte. Direção de Murilo Hauser.