Adaptação de Oscar Wilde, A Importância de Ser Perfeito completa um ano em cartaz e muda de teatro
Em cartaz desde maio de 2013, sempre com grande sucesso, A Importância de Ser Perfeito está (mais uma vez) de mudança: depois de uma boa temporada no Teatro Vannucci, estreia nesta sexta (13) na Sala Fernanda Montenegro do Teatro Leblon. Com texto adaptado por Leandro Soares (também integrante do elenco) e direção de Daniel Herz, […]
Em cartaz desde maio de 2013, sempre com grande sucesso, A Importância de Ser Perfeito está (mais uma vez) de mudança: depois de uma boa temporada no Teatro Vannucci, estreia nesta sexta (13) na Sala Fernanda Montenegro do Teatro Leblon. Com texto adaptado por Leandro Soares (também integrante do elenco) e direção de Daniel Herz, a montagem é uma versão hilariantemente carioca da comédia The Importance of Being Earnest, de Oscar Wilde. A peça traz em seu enredo uma sucessão de mal-entendidos envolvendo dois amigos, os farristas Algernon e Jack (no original; aqui, Agenor e José, vividos pelo próprio Soares e por Leandro Castilho). Enamorados cada um por uma moça (interpretadas aqui por George Sauma e João Pedro Zappa), eles resolvem disfarçar seus maus hábitos assumindo outra identidade, a de um respeitável e ilibado senhor Ernest (nome próprio homófono do adjetivo inglês earnest, que significa sério, honesto, decente, confiável ou qualquer outra palavra do gênero — o trocadilho é tido como um dos maiores desafios da dramaturgia mundial para qualquer tradutor).
Indicada na última edição do Prêmio APTR na categoria Especial, a adaptação de Soares faz o que parece impossível: transporta a Inglaterra vitoriana para o Rio de Janeiro de hoje sem qualquer prejuízo do texto, uma debochada reflexão sobre o jogo de aparências tão comum entre as elites mais abastadas. Assim, se no original Jack comenta que tem uma casa na Belgrave Square, referência de endereço chique de então, por aqui José diz ter um apartamento na Vieira Souto. Se Lady Bracknell afirma que “felizmente, na Inglaterra a educação não produz o menor efeito em nível algum” e que, “se produzisse, seria um perigo para as elites e acabaria provocando atos de violência na Grosvenor Square”, aqui Tia Augusta substitui, muito apropriadamente, a Inglaterra pelo Brasil e Grosvenor Square pela Cinelândia. Outras referências cariocas, como Edifício Chopin, Magé, Copacabana Palace, Estação Central do Brasil e a linha 583 de ônibus também aparecem no texto.
Ah, e atenção: a sessão de reestreia, na sexta (13), é excepcionalmente gratuita, com distribuição de senhas uma hora antes do espetáculo. Confira o serviço: Teatro do Leblon — Sala Fernanda Montenegro (417 lugares). Rua Conde Bernadotte, 26, Leblon, ☎ 2529-7700. Quinta a sábado, 21h; domingo, 20h. R$ 60,00 (qui. e sex.) e R$ 70,00 (sáb. e dom.). Bilheteria: a partir das 15h (qui. a dom.). Cc: D, M e V. Cd: todos. IC. Estac. (R$ 4,00 a cada meia hora). Até 27 de julho.