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Adaptação da obra de Kafka, O Processo traz um ator protagonista diferente a cada sessão, sem qualquer ensaio

Baseado no livro homônimo de Franz Kafka, o drama O Processo, quarta peça da companhia Teatro Voador Não Identificado, em cartaz na Sede das Cias, não é uma adaptação convencional. Para contar a história do bancário Joseph K., preso sem qualquer motivo aparente e submetido a um longo e incompreensível processo por um crime jamais revelado, […]

Por rafaelteixeira
Atualizado em 25 fev 2017, 18h29 - Publicado em 7 nov 2014, 16h30

Baseado no livro homônimo de Franz Kafka, o drama O Processo, quarta peça da companhia Teatro Voador Não Identificado, em cartaz na Sede das Cias, não é uma adaptação convencional. Para contar a história do bancário Joseph K., preso sem qualquer motivo aparente e submetido a um longo e incompreensível processo por um crime jamais revelado, o diretor Leandro Romano e o dramaturgo Luiz Antonio Ribeiro tiveram a ideia de inserir o ator protagonista em uma situação desnorteante, semelhante à do personagem. A maneira como isso foi feito é insólita: a cada sessão, um ator diferente vive Joseph K., sem qualquer ensaio e tampouco conhecimento do texto. Na semana de estreia, os convidados foram Charles Fricks, George Sauma e Leandro Soares. Os próximos são Bernardo Marinho (hoje), Alcemar Vieira (amanhã), João Rodrigo Ostrower (domingo) e João Velho (segunda).

O blog conversou com o diretor da montagem. Confira:

Como surgiu a ideia de colocar um ator diferente a cada sessão? 

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Eu já tinha a vontade de montar O Processo. Conversando com o Luiz Antonio Ribeiro, nosso dramaturgo, concluímos que não faria sentido adaptar a peça para o teatro de modo convencional. Queríamos que o ator vivenciasse uma situação semelhante à do personagem principal do livro, Joseph K. Na trama, K. enfrenta um processo cujo motivo desconhece mas precisa se defender mesmo assim. Na peça, o ator que o interpreta não ensaia, não vê a peça e não conhece a dramaturgia e precisa subir no palco mesmo assim. Por isso, cada dia um ator diferente.

Como os atores convidados foram escolhidos e como eles reagem ao convite

O caminho mais óbvio era escolher atores acostumados com improviso, por isso convidamos o Fabio Porchat e o Gregorio Duvivier, por exemplo. Mas também não queríamos reduzir a escolha a isso. Convidamos atores de todos os tipos. A reação é sempre muito positiva. Os atores ficam surpresos, adoram o projeto e se animam. A maioria está apavorada! Até agora felizmente não tivemos nenhuma recusa por desconforto, apenas por colisão de agendas. Mas não há motivo para desespero. Somos muito cuidadosos nesse sentido.

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Que efeito essa experiência provoca nos atores, na relação com a plateia e na montagem como um todo?

Para o elenco é uma aventura! A Larissa Siqueira da Cunha, uma das atrizes fixas, costuma dizer que essa temporada é uma escola de interpretação. E é mesmo. Os atores precisam estar muito preparados para o imprevisível. Não há como prever, mas podemos nos preparar. Da outra parte os atores convidados começam um pouco apavorados mas logo que entendem o jogo ficam mais à vontade para brincar. O que acontece entre o elenco e o ator convidado é uma delícia para plateia. Ao mesmo tempo que há a camada da ficção, afinal nós contamos uma história, ver uma peça ensaiada cujo não ator principal não ensaiou é muito divertido. Por um lado, isso é maravilhoso, pois acaba expondo a comicidade existente em Kafka. É isso, explicitamos o que há de mais engraçado na obra kafkiana.

Como foram as primeiras experiências, nos primeiros dias da temporada?

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Tem sido maravilhoso! Estamos vivendo dias incríveis. Primeiro para nós como companhia ter a oportunidade de mostrar nosso trabalho completo em um lugar sensacional como é a Sede das Cias. Segundo porque a peça tem sido muito bem recebida, tanto pelos atores convidados quanto pelo público. O Charles, o George e o Leandro arrasaram! São grandes atores e complementam muito bem o nosso projeto. E bate também uma ansiedade. Ainda tem muita coisa por aí. Isso é só o começo!

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