O bisavô do sintetizador
Admirável mundo novo, hoje espalhado por miríades de subgêneros e sempre associado à última moda, a música eletrônica deu seus primeiros passos lá no começo do século passado. Em 1929, Friedrich Trautwein criou, em Berlim, o trautonium, um curiosíssimo instrumento que, no lugar do teclado, trazia resistores sobre uma chapa de metal – pressionados, […]
Admirável mundo novo, hoje espalhado por miríades de subgêneros e sempre associado à última moda, a música eletrônica deu seus primeiros passos lá no começo do século passado. Em 1929, Friedrich Trautwein criou, em Berlim, o trautonium, um curiosíssimo instrumento que, no lugar do teclado, trazia resistores sobre uma chapa de metal – pressionados, produziam som. O invento original foi prontamente adotado por Oskar Sala (1910-2002), físico formado e pianista alemão que, ao lado do compositor e violinista Paul Hindemith, outro conterrâneo, botou para quebrar: em 1930, os dois protagonizaram, no Berliner Musikhochschule Hall, o concerto chamado Nova Música Berlim 1930, concebido para apresentar o avô do sintetizador ao público. No ano seguinte, Oskar Sala, em turnê pela Alemanha, foi o solista em obras como Concerto para Trautonium e Quarteto de Cordas, de Hindemith, e Concerto para Trautonium e Orquestra, de Harald Genzmer. Em parceria com a Telefunken, Oskar Sala também colaborou para o desenvolvimento do primeiro modelo mais popular do trautonium, que teve 200 peças produzidas. Curiosidade: o físico e músico emprestou sua sonoridade singular à trilha sonora de Os Pássaros, clássico de Hitchcock. Conto isso tudo aqui depois que Fernando Moura, tecladista que já foi assunto no Solta o Som, me mostrou o vídeo abaixo. Confiram Oskar Sala e seu trautonium espetacular.
p.s. – não consegui jogar aqui o vídeo nem por um knüppel, então seguem dois links do músico e físico em ação:
https://www.youtube.com/watch?v=-tQQEChMq1A&feature=share
https://www.youtube.com/watch?v=4zHaQPyG7u4