A história de uma árvore centenária em Copacabana
Em 2006, eu trabalhava na revista Domingo, do JB, e fiz uma matéria sobre uma árvore amazônica de nome curioso, assacu, que foi plantada na Rua Pompeu Loureiro. A espécie, que na ocasião entrou para a lista de Árvores Notáveis da Cidade, uma espécie de tombamento realizado pela Fundação Parques e Jardins, agora está ameaçada […]

Em 2006, eu trabalhava na revista Domingo, do JB, e fiz uma matéria sobre uma árvore amazônica de nome curioso, assacu, que foi plantada na Rua Pompeu Loureiro. A espécie, que na ocasião entrou para a lista de Árvores Notáveis da Cidade, uma espécie de tombamento realizado pela Fundação Parques e Jardins, agora está ameaçada por uma poda da Comlurb, como me alertou o amigo André Balocco. É uma pena o que já fizeram com a árvore que até poucos dias atrás tinha uma copa frondosa.
Da altura de um prédio de sete andares, o assacu deve muito de sua preservação à família Schuback, antiga proprietária do terreno onde está plantada. Quando vendeu a propriedade, o representante comercial Otto Schuback fez constar em cartório que a Hura crepitans, de que tanto gostava, só poderia ser derrubada depois que ele morresse. Schuback morreu em l968, mas a vida da árvore foi preservada.
O assacu dá um fruto que os ingleses batizaram de monkey’s dinner bell, que, numa tradução livre, seria sino de jantar de macaco. Faz um barulho alto quando se abre. Uma das explicações para o nome inusitado da espécie está nas propriedades laxantes de suas sementes, que, segundo o Dicionário de plantas úteis do Brasil, são “um purgante enérgico, drástico e violento”, porém tóxico.
Na ocasião do tombamento, também entraram para a lista de Árvores Notáveis o conjunto de quase 200 tamarindeiros da Rua Engenheiro Richard, no Grajaú, e as 54 palmeiras das ruas Patagônia, Quito e do Couto, na Penha. Entre as árvores que já tinham sido tombadas, estão as 166 figueiras que embelezam a Avenida Visconde de Albuquerque, no Leblon.
Abaixo, vemos o assacu em quatro momentos: na década de 30, no quintal da casa da família Schuback (álbum de família); na virada do século 19 para o 20 (reprodução do Facebook de Sérgio Giovanelli Coelho); em 2006, na ocasião do tombamento (reprodução); em 2013, depois da poda (reprodução do Facebook de André Balocco).