Roda de Santa Rita completa um ano e faz homenagem a Rita Lee
Com apresentações gratuitas no Alalaô Kiosk, no Parque Rita Lee e na Rua General Glicério, onde começou, a roda de música celebra a rainha do rock
No dia 8 de maio completou um ano da partida da musa do rock nacional, Rita Lee. E, não coincidentemente, a Roda de Santa Rita também fecha seu primeiro ano de existência e sucesso nas agendas cariocas. Para marcar a data, tem uma agenda cheia pela frente, a começar por hoje à noite (10), no Alalaô Kiosk, no Arpoador. Domingo (12), a roda se apresenta na inauguração do Parque Rita Lee, no Boulevard Olímpico, às 9h. E no dia 26, volta ao lugar de origem e faz a comemoração de um ano na rua General Glicério, em Laranjeiras, de 16h30 às 19h, que estará fechada com atividades variadas durante o dia.
Vi a roda nascer debaixo da minha janela – literalmente –, na Rua General Glicério, organizada por um grupo de pessoas amigas e vizinhas. Despretensiosa, como uma forma de homenagem de fãs ainda doídos com a notícia da morte da cantora. Não dava pra imaginar que aquela “brincadeira” de vizinhas fosse dar no que deu. E que bom!
Como o nome já diz, é uma roda de música em torno da obra da artista, reverenciando e homenageando a autora de clássicos como “Ovelha Negra”, “Baila Comigo”, “Desculpe o Auê” e “Chega Mais”, entre tantas outras. Rita Lee tem uma discografia que reúne 63 discos e 315 músicas de sua autoria, registradas em cerca de 60 anos de carreira. A maioria delas em parceria com o músico Roberto de Carvalho, seu companheiro, com quem ficou casada por 47 anos.
“Logo depois da passagem da Rita Lee para outro plano, tive a ideia de fazer uma homenagem para a minha grande ídola, em forma de festa na rua, para que todos pudessem participar do evento e prestar suas homenagens! Convoquei amigos músicos, designers, moradores da região, para celebrar o momento. E foi mágico, a Rua General Glicério transbordou de tanta gente que quis fazer parte dessa homenagem. Foi uma festa linda”, conta Beta Furtado, idealizadora do projeto.
A vocalista Val Becker, ao ver o sucesso do evento, sugeriu a Beta criar uma banda. Foi assim que as duas começaram a montar o time. Convocaram os participantes que estavam interessados em seguir com o projeto, e Claudio Reston assumiu a direção musical, enquanto Val a preparação vocal das cantoras, ficando com Beta a produção executiva. Daí veio o convite para várias parcerias.
De 2023 até aqui, a trajetória do grupo foi sendo construída a partir da própria troca com o público e ganhando novos espaços como o Alalaô Kiosk, a Feira Carioquíssima, na Urca, e o Ginga, no Leme. As apresentações, inicialmente feitas nas ruas, também acabaram ganhando os palcos, como o do Festival Auê, no Carnaval.
Treze pessoas fazem parte da Roda de Santa Rita, cujos arranjos partem dos originais, mesclando com sonoridades de outras influências como, por exemplo, Beatles, Santana, Jimmy Hendrix e David Bowie. Beta Furtado (produção executiva); Marcelo Cunha (produção); Andréa Cals (voz); Beatriz Napolitani (voz); Nina Castro (voz); Sofia Mattos (voz); Val Becker (voz); Claudio Reston (baixo); Eduardo Lopes (guitarra); Leonardo Mirabeau (bateria); Pedro Sucupira (cajón); Rogério von Krüger (violão); e Theo Abreu (violão) formam o time.
“Rita Lee deixou um legado imenso. Todos os integrantes da Roda são fãs, e a ideia de termos um projeto que a homenageie e continue ecoando a sua voz, o seu repertório, a mulher potente, suas opiniões, nos deixa extremamente empolgados. Queremos seguir ‘rodando’ por vários palcos e em meio a diversos públicos, trabalhando para que o seu legado permaneça vivo e alcançando mais pessoas! A nossa ideia é continuar fazendo um monte de gente feliz, como Rita fez e ainda faz!”, declaram, em conjunto.
Rita Fernandes é jornalista, escritora e pesquisadora de cultura de carnaval.