Pelo 29º ano, Trem do Samba leva sambistas a Oswaldo Cruz
Projeto de Marquinhos de Oswaldo Cruz recebe Pretinho da Serrinha, Moacyr Luz e Samba do Trabalhador e mais 20 rodas em quatro palcos
Quem não gosta de samba bom sujeito não é, já dizia Dorival Caymmi, na sua antológica “Samba da Minha Terra”. O gênero nunca esteve tão em alta aqui no Rio Janeiro. Recentemente, a prefeitura cadastrou 150 rodas e lançou o Mapa das Rodas de Samba, com o objetivo de preservar essas manifestações culturais, além de garantir aos eventos, muitos deles nas ruas e praças da cidade, segurança jurídica ao desburocratizar a concessão de alvarás.
Para comemorar mais uma vez o Dia Nacional do Samba, Marquinhos de Oswaldo Cruz realiza pela 29ª vez, no dia 7 de dezembro, o seu Trem do Samba, projeto que celebra o ritmo e os sambistas da cidade. Revisitando uma prática de Paulo da Portela, um dos mais importantes nomes do samba carioca, o artista refaz o circuito que o fundador da escola azul e branca de Madureira fazia todos os dias, quando voltava do trabalho. Paulo da Portela embarcava com os amigos no trem das 18h04, saindo da Central do Brasil, em direção ao bairro de Oswaldo Cruz, onde morava, lugar que mantém até hoje a quadra da escola.
A festa começa em um grande palco na Central do Brasil, às 15h. O anfitrião e criador do Trem do Samba receberá carinhosamente os amigos sambistas, entre eles as mais tradicionais Velhas Guardas das escolas de samba do Rio de Janeiro: Mangueira, Império Serrano, Vila Isabel e Salgueiro. Em seguida, também como fazia o mestre Paulo da Portela, partirá rumo a Oswaldo Cruz no Trem das 18:04, acompanhado das Velhas Guardas.
Com intervalos de 20 minutos, mais dois trens partirão para o bairro, com as principais rodas de samba da cidade tocando em seus vagões. Bip Bip, Terreiro de Mangueira, Pagode da Gigi, Samba da Volta são algumas delas.
Já em Oswaldo Cruz, serão três palcos em diferentes locais, cada um deles com três apresentações de grandes sambistas da cidade. Entre as atrações, Pretinho da Serrinha, Moacyr Luz e o Samba do Trabalhador, Terreiro de Crioulo convida Cassiana Pérola Negra, Dorina, Mauro Diniz, Toninho Gerais, Velha Guarda da Portela, entre outros nomes. Os palcos levam os nomes de três importantes personagens da cultura do samba carioca: Monarco (Central do Brasil), Candeia (Rua João Vicente), Tia Doca (Rua Átila da Silveira) e Manacéa (Estrada da Portela). Completando a grande ocupação das ruas do bairro, dezesseis rodas de samba tradicionais do Rio se apresentarão pelos bares.
A boa notícia desta edição é que quem se aventurar por Oswaldo Cruz para acompanhar os shows poderá contar com o trem de volta. Até o ano passado, o último trem era às 21h, e apenas para a Central do Brasil, o que não permitia acompanhar toda a programação considerando-se o transporte para a volta. Em acordo com a Supervia, o projeto garantiu que esse ano haverá opções de retorno durante a noite para Japeri, Santa Cruz e Central do Brasil.
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Rita Fernandes é jornalista, escritora, presidente da Sebastiana e pesquisadora de música, cultura e carnaval.