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Rita Fernandes

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Um olhar sobre a cultura e o carnaval carioca
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Rio Montreux Jazz Festival: imersão no jazz e na música instrumental

Em sua segunda edição, festival promove encontros de artistas brasileiros e internacionais, e pela primeira vez será com transmissão gratuita na internet

Por Rita Fernandes
Atualizado em 20 out 2020, 16h18 - Publicado em 20 out 2020, 16h05
As apresentações, transmitidas via internet, serão no Hotel Fairmont Copacabana, privilegiando a vista da praia mais famosa do Brasil. (Divulgação/Divulgação)
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Enquanto a vacina não vem, realizadores de festivais seguem recriando seus projetos para adaptá-los à nova realidade que ainda impõe isolamento social. Na semana passada teve a edição do Art Rio, na Marina da Glória que, apesar de público reduzido, teve ótimo resultado. Agora é a vez do Rio Montreux Jazz Festival, que acontece no próximo fim de semana, de 23 a 25 de outubro, pela primeira vez com transmissão gratuita na internet.

Essa é a segunda edição do festival, totalmente voltado para democratização do acesso ao jazz e à música instrumental. Nesse momento de distanciamento social, o evento vai conectar quatro diferentes lugares por meio da música, em apresentações que acontecem diretamente de Los Angeles, Nova York, Rio de Janeiro e Juiz de Fora. Por aqui, a maioria das apresentações será realizada no Fairmont Copacabana, privilegiando a linda vista que o hotel oferece da praia mais famosa do Brasil.

“Conseguimos uma das vistas mais bonitas da cidade para exibir para o mundo. Com um evento virtual e gratuito, temos a possibilidade de atingir novos públicos, seja de pessoas que moram em outros países ou democratizando o acesso à música e ao jazz”, celebra Duda Magalhães, presidente da Dream Factory.

Toquinho – Foto Marcos Hermes
Toquinho e Yamandu Costa juntos na programação do festival, no domingo (Foto Marcos Hermes/Divulgação)

Esse ano, o festival prestigia, em sua maioria, artistas nacionais, com 23 apresentações de cantores e instrumentistas brasileiros. A diversidade é enorme, com nomes como A Cor do Som, Som Imaginário, Toquinho, Roberto Menescal e Marcos Valle, Letieres Leite e a Orquestra Rumpilezz, Funk Orquestra, Rio Jazz Orchestra, Milton Nascimento, João Donato,  Yamandu Costa e Jacques Morelenbaum.

Destaque para a representação feminina, que vem com tudo para mostrar a potência das mulheres na música instrumental. Macy Gray, a grande diva da soul music e vencedora do Grammy de Melhor Performance Vocal Pop Feminina, vem com sucessos dos seus vinte anos de carreira na bagagem. As tecladistas Bianca Gismonti e Claudia Castelo Branco se reúnem, em encontro inédito, com a percussionista Lahn Lahn. Tem também a big band Jazzmin’s, uma das maiores orquestras do mundo composta apenas por mulheres; a clarinetista israelense Anat Cohen, uma das responsáveis por levar o choro brasileiro mundo afora; e o Luísa Mitre Quinteto, comandando pela pianista, compositora e arranjadora Luísa Mitre.

Macy Gray
A diva da Soul Music, macy Gray, vai relembrar sucessos dos vinte anos de carreira (Divulgação/Divulgação)

No time dos rapazes, Milton Nascimento se apresenta de casa, direto de Juiz de Fora, em Minas Gerais. Os guitarristas Stanley Jordan e Diego Figueiredo vêm de uma turnê que fizeram em dupla por Estados Unidos e Europa, com ingressos esgotados. O talentosíssimo pianista pernambucano Amaro Freitas se junta pela primeira vez ao super bandolinista Hamilton de Holanda, no que parece ser um dos pontos altos do festival.

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Christian Scott aTunde Adjuah, o trompetista natural de Nova Orleans, tem se destacado por sua sonoridade única e que carrega referências da música africana. Em reconhecimento ao seu trabalho, o músico ganhou duas vezes o prêmio Edison Awards e foi indicado três vezes ao Grammy Awards, sendo a mais recente em 2019, na categoria Melhor Álbum Instrumental Contemporâneo.

“Viva Gonzagão” é o projeto dos jovens e incríveis instrumentistas Pipoquinha (baixo) e Mestrinho (acordeão), que se unem à percussão do consagrado e experiente Marcos Suzano para celebrar o rei do baião. Yamandu Costa, que participou da primeira edição, retorna em show instrumental com Toquinho. Roberto Menescal e Marcos Valle, dois dos grandes nomes da bossa nova, fazem uma viagem pelo melhor da música instrumental.

A novidade que promete colocar o público de casa para dançar é a Funk Orquestra, com dançarinos do passinho. Nessa ala mais jovem, tem também a Camerata Jovem do Rio de Janeiro, formada por jovens de comunidades carentes, que retorna ao palco do Montreux. Em 2019 a Camerata emocionou o público no show de Yamandu Costa.

Christian Scott aTunde Adjuah
O trompetista Christian Scott aTunde Adjuah, de Nova Orleans, se apresenta no sábado. (Divulgação/Divulgação)

No naipe das orquestras, os ritmos afrobaianos ficam por conta do maestro Letieres Leite e sua Rumpilezz. A PianOrquestra vai mostrar técnicas de piano preparado e piano expandido, aplicadas de maneira lúdica e criativa. E a Rio Jazz Orchestra, considerada uma das melhores big bands do mundo, apresenta sucessos da música mundial, com toques atuais e elementos latinos.

Para recordar

O grupo A Cor do Som abre o festival com repertório para recordar a primeira apresentação de músicos brasileiros na edição suíça do Montreux Jazz Festival, em 1978. As músicas daquele show vêm agora em uma versão totalmente instrumental.

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Som Imaginário, a turma ainda ativa do Clube de Esquina, traz a sonoridade do rock progressivo misturado com a música regional. Sergio Dias, fundador dos Mutantes, depois de longa temporada nos Estados Unidos apresenta seu novo projeto de jazz e música instrumental, com composições novas que misturam jazz, rock progressivo e música brasileira.

Para finalizar, o músico e produtor musical Jaques Morelenbaum, vencedor de diversos Grammys, entra em cena no domingo, com grandes sucessos da música brasileira. Fecham a lista da segunda edição do Rio Montreux Jazz Festival dois pianistas incríveis, de diferentes gerações: Jonathan Ferr, que tem usado a inspiração de outros ritmos, como funk e hip-hop em seu jazz mais urbano e pop, e João Donato, considerado o mago do gênero e um dos criadores da bossa nova.

Entre tantas atrações, agora é mergulhar na programação, montar a agenda e fazer esse mergulho virtua no mundo do jazz e da música instrumental. Enjoy!

Dia 23 de outubro, sexta-feira

A Cor do Som: 42 anos de Montreux Jazz Festival

Luísa Mitre Quinteto

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Viva Gonzagão! Pipoquinha, Mestrinho e Marcos Suzano

The Sounds Of Roberto Menescal & Marcos Valle

Jazzmin’s

João Donato: Bossa, Jazz e Salsa

Macy Gray

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Dia 24 de outubro, sábado

Camerata Jovem do Rio de Janeiro: Uma Viagem Pelo Brasil

Som Imaginário: Wagner Tiso, Nivaldo Ornelas, Robertinho Silva, Victor Biglione e Luis Alves

PianOrquestra

Hamilton de Holanda e Amaro Freitas

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LUAS: Bianca Gismonti, Claudia Castelo Branco e Lan Lanh

Stanley Jordan e Diego Figueiredo

Letieres Leite e Orkestra Rumpilezz

Christian Scott aTunde Adjuah

Dia 25 de outubro, domingo 

Jaques Morelenbaum CelloSam3aTrio

Jonathan Ferr

Rio Jazz Orchestra

Anat Cohen and Friends

Sérgio Dias Jazz Mania

Toquinho e Yamandu Costa

Milton Nascimento – Os Sonhos Não Envelhecem – Guests: Sing Harlem, Samuel Rosa e Maria Gadu

Funk Orquestra

 

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