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Rita Fernandes

Por Rita Fernandes, jornalista Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Um olhar sobre a cultura e o carnaval carioca

Vêm aí as “Matriarcas do Samba”

Nilcemar, neta de Cartola, Geisa, filha de Zé Kéti, Vera de Jesus, neta de Clementina e Selma, filha de Candeia, se juntam para honrar seus ancestrais

Por Rita Fernandes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
26 jul 2021, 13h48
Geisa Keti, Nilcemar Nogueira, Vera de Jesus e Selma Candeia se juntaram em novo grupo de samba e trazem no repertório clássicos de seus avós e pais.
Geisa Keti, Nilcemar Nogueira, Vera de Jesus e Selma Candeia se juntaram em novo grupo de samba e trazem no repertório clássicos de seus avós e pais. (Diego Mendes/Divulgação)
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Elas são herdeiras da mais alta linhagem do samba. E, inspiradas na obra, luta e conquistas de seus pais e avós, Nilcemar Nogueira, Geisa Keti, Vera de Jesus e Selma Candeia – neta de Cartola, filha de Zé Kéti, neta de Clementina de Jesus e filha de Candeia, respectivamente -, se juntaram e formaram o grupo “Matriarcas do Samba”, que estreia no próximo dia 6 de agosto, às 19h30, no Teatro Rival Refit. 

O encontro das quatro “matriarcas” promete um verdadeiro passeio por muito do que se tornou a base do samba carioca. O repertório do show traz clássicos como A voz do morro, de Zé Kéti, Alvorada e Preciso me encontrar, de Cartola, e Não vadeia, Clementina, de Elton Medeiros, além de sucessos de Zeca Pagodinho, Almir Guineto, Luiz Carlos da Vila e Xande de Pilares, entre outros partideiros. Sambas-enredos antológicos e sambas de terreiro também compõem o roteiro. 

“O palco do Rival Refit é o lugar ideal para nossa estreia, por toda sua história de valorização da MPB e de resistência cultural. E é esse o espírito de nosso show, valorizar a tradição e nossos mestres ancestrais”, afirma Nilcemar Nogueira.  

“Eu sinto uma alegria e uma saudade enormes dos encontros raízes que presenciei, sem ter noção, naquela época, da importância e do legado de nossos pais e avós. O grupo representa o resgate dessa memória, do samba, da vida, do cotidiano dos nossos ancestrais. Estou ansiosa pela estreia e certa de que estamos no rumo certo”, completa Selma Candeia. 

Cartola: poeta morreu em 30 de novembro de 1980, aos 72 anos
Cartola: poeta morreu em 30 de novembro de 1980, aos 72 anos (Divulgação/Divulgação)
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Com um legado do tamanho desses quatro gigantes, o projeto das “Matriarcas do Samba” tem fôlego para muita estrada.  Segundo o Dicionário da Música Brasileira, de Ricardo Cravo Albin, Cartola tem uma obra composta de 14 discos e 89 composições; Zé Kéti, 9 discos e 126 composições; Candeia, 17 discos e 133 composições, várias em parceria com Cartola; e Clementina de Jesus, 17 discos ao longo de sua carreira. 

“Vamos cantar e contar a história do samba por meio do legado de nossas famílias. Desde Tia Ciata, matriarca fundamental para o surgimento e proteção do samba carioca, aos tempos em que o gênero dialoga com o Cinema Novo, critica a ditadura e as desigualdades e se legitima no cenário cultural e musical do Brasil, de maneira sempre atual e pulsante. O Matriarcas do Samba é mais do que um grupo musical, é uma forma de levar à frente lutas que vão além da cultura e da arte – como o combate ao racismo e a valorização das mulheres”, explica Nilcemar Nogueira, neta de Cartola e idealizadora do projeto. 

Para Geisa Kéti, filha do autor de Opinião e A voz do morro, “o grupo também vai fortalecer a presença da mulher no samba, além de preservar e difundir a história de nossos pais para as novas gerações”. Acostumada a cantar “sem compromisso” em rodas de samba da cidade, Geisa faz planos de incluir canções “quase inéditas” de Zé Kéti nas apresentações. “Papai compôs Quero morrer na Portela e Clementina de Jesus no vale dos orixás para projetos muito específicos e, por isso, as músicas são desconhecidas do grande público. É hora de tirá-las do baú”, revela. 

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Vera de Jesus, a neta de Clementina, quando mais jovem chegou a fazer tímidas apresentações em shows de sua avó. Também participou de um grupo musical, mas achava que não seria cantora. Até que, em 2015, se lançou na carreira, interpretando sucessos da ‘rainha do partido alto’, além de composições próprias.  “Fiquei muito feliz com o convite para integrar o grupo. Minha avó é minha musa inspiradora e fico feliz em retomar seu legado e mostrar quem foi Clementina de Jesus para o samba e a cultura do país”, conta Vera. 

Sorte nossa, poder receber esse presente das herdeiras de alguns dos mais importantes sambistas brasileiros. Sucesso ao grupo que promete levar o samba de raiz a novas gerações e perpetuar o trabalho de seus ancestrais. Vida longa, muito axé, com a benção dos orixás e dos seus ancestrais. 

Quem quiser mais informações sobre o grupo e sobre o show:

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https://www.matriarcasdosamba.com.br

https://bileto.sympla.com.br/event/68127/d/102260

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