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Por Rita Fernandes, jornalista
Um olhar sobre a cultura e o carnaval carioca
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Acaso Casa: encontro mágico de Mariene de Castro e Almério, no domingo (11)

Afastada por mais de um ano, a dupla se reencontra no interior do Brasil para live com repertório completo do show e DVD

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Atualizado em 9 jul 2021, 17h43 - Publicado em 9 jul 2021, 17h43

Depois de um ano e meio sem se verem, afastados pela pandemia, Almério e Mariene se reencontraram no interior do Brasil para a live “Acaso Casa” que acontece no próximo domingo, dia 11, às 16h, revisitando o inesquecível show realizado em 2017, no Teatro XP, no Rio. Com certeza, será um presente para o público, que verá não só a força da conexão desses dois artistas, mas também um repertório maravilhoso, que reflete a essência do trabalho de ambos e que ganhou novas dimensões, a partir do lugar escolhido. São dois artistas com trabalhos individuais muito fortes, que traduzem a verdade de um Brasil com cheiro de terra, de vento, de rio, de natureza.

“O que aconteceu aqui com a gente, durante esses dias de ensaios, foi um verdadeiro encontro espiritual. Esse lugar onde estamos só reforça o que nos une, como pessoas e artistas. Nós somos isso, o interior do Brasil”, diz Almério, que saiu de Pernambuco em uma viagem de carro que durou mais de quinze horas, para encontrar a amiga .

“Reencontrar Almério foi absurdamente mágico. Ele é uma pessoa encantadora, iluminada. A gente se viu pela última vez na véspera da estreia de Acaso Casa em março, em Salvador, que acabou não acontecendo. Nós estávamos com o show pronto quando tudo fechou e tivemos que cancelar. Reencontrá-lo aqui foi como um sonho. Eu viajei um tanto e ele outro tanto para fazer esse encontro acontecer”, conta Mariene.

Almério diz que foram quatro dias de ensaios, de conversas no chão de terra, de intimidade e muita poesia.
Almério diz que foram quatro dias de ensaios, de conversas no chão de terra, de intimidade e muita poesia. (Divulgação/Arquivo pessoal)

O nome ‘’Acaso Casa’ não poderia ser mais oportuno, quando ainda estamos nos resguardando para conter essa doença que ainda nos assombra. No show, eles vão reproduzir todo o repertório do DVD, marcado pela afetividade, em canções que remetem à memória musical da casa de cada um. Entre solos e duetos, o público vai desfrutar de músicas como ‘Segredo’, ‘Na Primeira Manhã’, ‘Foguete’, ‘Lamento Sertanejo’ e ‘Espumas ao Vento’, que já revelam o tom da apresentação.

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Criado a partir de um encontro inusitado entre Mariene e Almério na casa de José Mauricio Machline, o show virou DVD e teve origem numa noite de improviso entre os dois artistas. Recém apresentados,  viraram a noite cantando juntos, como dois amigos que se conhecessem há anos, e cada um trazia uma música que fazia referência às suas origens. A química foi tanta, que deu origem ao show, criado e dirigido pelo anfitrião em duas antológicas apresentações. Os planos para a estreia no Teatro Castro Alves, na Bahia, e no Teatro Santa Isabel, em Recife, foram interrompidos em março de 2020, com a chegada da pandemia do coronavirus. Desde então, Almério e Mariene não haviam mais se encontrado.

Mariene é baiana, começou como cantora na Timbalada, nos tempos de Carlinhos Brown, e depois ganhou as plateias do país. Despontou no cenário musical brasileiro identificada como “uma força da natureza”. Seu conterrâneo Roque Ferreira – um dos compositores prediletos dela – intuiu certa vez que Mariene nunca pisava num palco sozinha: alguma força superior entrava com ela em cena e impregnava sua música. Quem a viu crescer nesses anos todos, pôde notar em detalhes a lapidação de seu canto, potente, afinado e caloroso.

Almério nasceu em Altinho, cidade do interior de Pernambuco, pertinho de Caruaru, e é considerado um dos grandes nomes da nova cena musical brasileira, ganhador do Prêmio da Música Brasileira 2018 na categoria Cantor Revelação. Influenciado pelos aboios do avô na zona rural de Altinho e pelas bandas de pífanos de Caruaru, a música de Almério nasce com tonalidades modernas e tributária da, digamos, MPB heroica dos anos 1960 e 1970. Apadrinhado pelos pernambucanos Alceu Valença e Geraldo Azevedo e pela paraibana Elba Ramalho, ele conheceu o Rio de Janeiro quando fez abertura para o show O Grande Encontro, dos três artistas nordestinos.

intimidade em que vivem, resguardados em segurança da pandemia.
Os dois artistas viajaram muitos quilômetros para se encontrar em lugar que refletisse o momento de intimidade em que vivem, resguardados em segurança da pandemia. (Divulgação/Arquivo pessoal)

“O chamado de Mariene eu atendo a qualquer hora e em qualquer lugar. Cada vez que a gente se encontra num palco – e nesse caso, um lugar muito especial –, o que nos une é sempre um grande mistério. Essa energia que rola entre a gente é muito especial. Quando canto com ela, a sensação é de uma plenitude enorme. As coisas acontecem naturalmente, e quanto mais o tempo passa, fica mais especial para mim. Como uma dança ancestral, uma espécie de encantamento, de muita fé, de muita religiosidade”, se desmancha em elogios o cantor.

Mariene conta que esse era um projeto que estavam esperando muito acontecer, mas que tiveram que aguardar para que todos estivessem em segurança. “A gente vinha se resguardando e agora estamos vacinados, testados e seguros. Tudo está sendo feito de forma muito respeitosa, com todos os cuidados necessários”, explica.

O nosso desejo da dupla é, daqui pra frente, levar esse show a lugares do interior, que reflete muito do que eles cantam. “Essa é a nossa alma cigana, a gente gosta de estrada, de lugares mágicos, encantados. Acaso Casa vem da nossa essência, reflete a nossa forma de viver”, finaliza a cantora.

Para assistir o show que será no domingo, dia 11, às 16h, basta acessar o link https://www.sympla.com.br/acasocasa—mariene-de-castro-e-almerio__779709

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Rita Fernandes é jornalista, escritora, roteirista, pesquisadora de cultura e carnaval e presidente da Sebastiana.

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