Da chegada de uma bebê ao aniversário de 102 anos de uma vovó festeira, o carioca inventa novas formas de comemorar junto
Por Patrícia Pereira
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Atualizado em 20 Maio 2020, 18h03 - Publicado em 20 Maio 2020, 14h46
O ser humano se reinventa. E, no isolamento social, escancara uma de nossas necessidades básicas pouco reconhecida na antiga rotina pré-pandemia: a de celebrar a vida. Tá, todo mundo gosta de uma festa, mas quase ninguém se dá conta do quanto comemorar junto é algo essencial ao indivíduo.
Nesta semana, em busca de boas notícias em meio a tantas mortes, me deparei com festejos diferentes de tudo a que estávamos acostumados, mas repletos de emoção. Em cada um deles, deu-se um jeito de, ainda que fisicamente distante, estar perto e gritar com voz alegre: vida longa! Seja a um bebê, a uma senhora de 102 anos ou a muitas pessoas, de diferentes idades, que venceram a Covid-19.
A história mais inusitada, pra mim, foi a de uma vovó festeira que faria 102 anos. Como sempre, já havia planejado a festa de 2020. Tinha até tema: Carnaval. Foi frustrada pela chegada do novo coronavírus e passaria a data em casa, apenas com um de seus oito filhos, com quem mora, no condomínio Rio2, em Jacarepaguá.
Uma neta, inconformada, convocou por WhatsApp toda a vizinhança para celebrar com sua avó da sacada. Teve até DJ para puxar o parabéns e cantar com dona Maria Luiza, que estava na varanda toda arrumada e com balões, a música preferida dela: “Trem das Onze”.
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Ali perto, no Recreio dos Bandeirantes, a gestante Adriane Mendes, 33 anos, não escondia a frustração de não viver tudo o que havia planejado para a chegada, tão esperada, de sua primeira filha. Um destes momentos seria o chá de bebê, que foi cancelado com tudo pronto e na véspera de começar a distribuir os convites.
Se os familiares e amigos não poderiam estar próximos neste momento especial, por que não darem uma passadinha rápida em frente ao prédio dela, de dentro do carro, com máscaras rosas para lembrar a chegada da bebê e fazendo muito barulho? Uma “charreata” surpresa foi organizada pela irmã e pela melhor amiga, com direito a mesa de bolo improvisada em um balanço no canteiro central da pista.
“Foi muito emocionante, muito importante pra mim. Já vou estar privada de tanta coisa, inclusive da proximidade da família pra curtir comigo a chegada da Bruna. E eu pude ver e sentir de perto o carinho das pessoas que fazem parte da minha vida e estão fisicamente distantes”, disse Adriane ao Rio de Boas Notícias.
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Outra comemoração que já virou rotina nos hospitais do Rio – e que a gente não se cansa de ver – é a fila de médicos e enfermeiros a aplaudir os pacientes que vencem a Covid-19 e recebem alta. Revigora. Dá fôlego e esperança a quem deixa o hospital, a quem fica e a todos nós que assistimos à cena.
E é assim, reinventando as celebrações, seja com pessoas próximas ou com desconhecidos, que reafirmamos um de nossos distintivos como espécie: somos seres sociais, precisamos viver em comunidade. Mais do que isso: temos a necessidade de festejar juntos.
Patrícia Pereira é jornalista e há dois anos criou o Rio de Boas Notícias (www.riodeboasnoticias.com.br). Lá publica diariamente histórias positivas que ocorrem em solo carioca.
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