Vila Galé inaugura resort histórico em Ouro Preto
Vila Galé Collection Ouro Preto fica em prédio histórico de 1779

“Minas está na moda”. A frase dita com entusiasmo pela assessora-chefe da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Luciana de Melo, resume bem o momento vivido pelo estado, que hoje é um dos protagonistas no turismo nacional.
Em 2024, Minas registrou um crescimento expressivo de 12,6% no setor, bem acima da média brasileira de 4,9%. E não para por aí: o estado ocupa o segundo lugar no ranking de novos hotéis em desenvolvimento, com 21 empreendimentos previstos até o fim do ano, segundo o estudo Panorama da Hotelaria Brasileira 2025. Fica atrás apenas de São Paulo, ultrapassando destinos tradicionais como Rio de Janeiro e Bahia.
É nesse cenário efervescente que a rede portuguesa Vila Galé inaugura o seu mais novo empreendimento: o Vila Galé Collection Ouro Preto. E não deve parar por aí — até 2027, a marca promete um novo hotel em Brumadinho. Ambos fazem parte da linha Collection, uma proposta da rede que vai além da hospedagem: busca revitalizar monumentos históricos, transformando-os em hotéis sofisticados, mas sem perder a alma e a memória dos lugares onde se instalam.
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Em Ouro Preto, a escolha não poderia ser mais simbólica. O prédio — que começa sua história em 1779 como o 1º Quartel do Regimento de Cavalaria de Minas Gerais — abrigou a Coudelaria Imperial, centro de criação de cavalos de raça. Mais tarde, com a República, virou sede das Escolas Dom Bosco. Mas sua relevância vai além: o local foi testemunha de eventos como a Revolta de Filipe dos Santos (1720), a Inconfidência Mineira (1789) e a Revolta do Ano da Fumaça (1883), além de ter recebido visitas de Dom Pedro I e Dom Pedro II. E, para quem gosta de episódios dignos de roteiro de cinema, vale lembrar: o espaço chegou a ser esconderijo de Tiradentes, um dos maiores símbolos da luta pela independência.

Estivemos lá para conferir de perto as instalações do hotel, que, embora ainda em soft opening, já impressiona. Por ora, 215 dos 311 quartos estão funcionando, enquanto outras áreas seguem em ajustes finais. Localizado no distrito de Cachoeira do Campo, a pouco mais de 20 minutos do centro histórico, o hotel aposta na vocação familiar: são três restaurantes, um bar, cinco piscinas aquecidas (uma delas no elegante Satsanga Spa & Wellness), duas piscinas infantis, um clube exclusivo para a criançada, pista de kart e até uma pequena provinha de como é voar em um balão.
Também vale mencionar as sete salas de convenções — uma delas com capacidade para mil pessoas —, auditório, capela, biblioteca, sala de jogos, haras, horta pedagógica e até um lago com pedalinhos, que, por enquanto, ainda não está aberto ao público.


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Outro ponto que chama a atenção é a estreia vitivinícola da Vila Galé fora de Portugal. Famosa pela produção de vinhos e azeites no Alentejo, com a marca Santa Vitória, e no Douro, com a Val Moreira, a rede começa agora a explorar o potencial de Ouro Preto para o cultivo de vinhas e oliveiras. Entre as castas plantadas, estão a portuguesa Touriga Nacional e as francesas Chardonnay e Sauvignon Blanc — um mix que promete boas surpresas no futuro.
A proposta de manter viva a memória do local se estende ainda a três espaços museológicos: um dedicado à Polícia Militar, já aberto, outro aos Salesianos e um terceiro ao cavalo Mangalarga Marchador, raça emblemática e, claro, presente no haras do hotel.
No Brasil desde 2001, a Vila Galé já contabiliza 12 unidades e prepara novos voos: a próxima inauguração será o Vila Galé Collection Amazônia, em Belém, prevista para 2025, reforçando a aposta da marca em destinos que aliam natureza, cultura e história.
A jornalista Alessandra Carneiro viajou para Ouro Preto a convite do Grupo Vila Galé e do Governo de Minas Gerais