Rainer Cadete sobre filho: “Me mostrou que o racismo não é distante”
Pai e filho levam livro Olhares que Filtram à Bienal do Livro Rio

Revisitar o processo de entender de forma mais profunda o racismo para ensinar seu filho a se defender. Através de crônicas no livro Olhares que Filtram, que escreveu ao lado do filho Pietro, Reiner Cadete compartilha as reflexões e desafios de um homem branco criando um filho negro.
“Esse livro nasceu da urgência de falar sobre o racismo que atravessa os afetos, os silêncios, os convívios mais íntimos, inclusive dentro das famílias”, destaca o ator que estará ao lado de Pietro em uma sessão de autógrafos no próximo domingo (15), na Bienal do Livro Rio 2025.
A publicação é um encontro sensível entre pai e filho que expõem suas diferentes maneiras de enfrentar o tema de forma cotidiana. “Pietro me mostrou que o racismo não é uma ideia distante. E ao testemunhar suas palavras, sua coragem e sua visão de mundo, fui me transformando como pai, como homem branco, como alguém disposto a rever, a se responsabilizar e a seguir aprendendo”, completa Cadete.
Para o filho, o aconchego de um chão seguro oferecido pelo pai foi fundamental para enfrentar o racismo de cabeça erguida: “Meu pai me ensinou a ter coragem, a me amar profundamente e a nunca abaixar a cabeça diante da injustiça”. Mas ressalta que foi sua vivência que entendeu o quão complicado e exaustivo é esse processo. “Isso me fez pensar sobre como o amor próprio do homem negro foi historicamente atacado, e como resgatar esse amor é, por si só, um ato revolucionário”, completa.
Pietro é filho do relacionamento que Reiner teve com a bailarina Lily Alvez. Atualmente com 18 anos trabalha como escritos e influenciador digital.