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Otavio Furtado

Por Otavio Furtado, jornalista e consultor de diversidade & inclusão Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
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Como é a preparação dos julgadores do Desfile das Escolas de Samba

Com experiência de quem já foi julgador oficial e agora faz parte do Estandarte de Ouro, Bruno Chateubriand revela os detalhes

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Atualizado em 9 fev 2024, 12h23 - Publicado em 9 fev 2024, 08h22
Como é o preparo dos julgadores do Desfile das Escolas de Samba
 (Jaqueline Gomes/Divulgação)
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Com a experiência de sete anos como julgador oficial da Liesa, no quesito Alegorias e Adereços, e atualmente parte do corpo de jurados do prêmio Estandarte de Ouro, Bruno Chateaubriand me revelou como é a preparação dos julgadores do Desfile das Escolas de Samba do Carnaval do Rio de Janeiro.

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Quem acha que a preparação acontece apenas perto do carnaval se engana. Bruno conta que acompanhas as agremiações e os preparativos para os desfiles ao longo do ano inteiro: “Quando toca a sirene para uma Escola entrar é o início do fim de um processo. O trabalho começa em abril, quando é escolhido o enredo, passa pela sinopse quando é elaborada a construção do samba-enredo, e eu vivencio isso o ano inteiro. Frequento as quadras desde que elas reabrem e visito os 28 barracões (12 do Grupo Especial e 16 da Série Ouro) para acompanhar cada detalhe do processo criativo de todos os segmentos das Escolas de Samba”.

Podemos dizer ainda que até mesmo histórico com o maior espetáculo da terra é importante. E ligação com o carnaval o colunista da Veja Rio tem de sobra. A história de Chateaubriand com o Desfile das Escolas de Samba começa da forma mais básica, desfilando na Sapucaí, mas se transforma rapidamente numa conexão próxima com as agremiações, quando foi Presidente de Ala da Tradição e Estácio e chegou a estagiar com o carnavalesco Oswaldo Jardim.

É também estudando constantemente sobre o espetáculo que Bruno se prepara. “Minha monografia de conclusão de faculdade foi feita sobre o barracão da Escola de Samba”, lembra. Parte dessa paixão pelo conhecimento sobre o mundo das Escolas de Samba virou até livro. Lançado recentemente pelo jornalista, “Mestre-Sala e Porta-Banderia, uma arte essencialmente nossa” é um mergulho na arte do bailado que risca a Sapucaí.

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Livro de Bruno Chateaubriand sobre mestre-sala e porta-bandeira
Paixão pelas Escolas de Samba virou livro que fala da arte do Mestre-Sala e Porta-Bandeira (Jaqueline Gomes/Divulgação)

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Tudo isso será usado não só na premiação do Estandarte de Ouro, onde mais uma vez fará parte da banca de jurados, como também nos comentários para a Band na transmissão do Desfile da Série Ouro. Bruno estará pelo segundo ano trabalhando na transmissão e celebra a oportunidade: “Temos escolas de grande tradição na Série Ouro, como Império Serrano, que é a quarta maior ganhadora de títulos (9 no total) do Grupo Especial, Estácio de Sá, São Clemente e União da Ilha, e outras tantas”.

Sobre a diferença em ser jurado da Liesa e do Estandarte de Ouro, Chateaubriand explica: “Existe uma diferença enorme. O julgador da Liesa busca as falhas pra dar as notas. É a sua opinião sobre aquele quesito seguindo o regulamento. Já no Estandarte a gente busca os acertos. Existe um colegiado que tem a preocupação de respeitar as tradições e valorizar o protagonista que é o sambista. Os 13 julgadores debatem sobre cada quesito e todos votam em tudo”.

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