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Otavio Furtado

Por Otavio Furtado, jornalista e consultor de diversidade & inclusão Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Paris 2024: Prata na Marcha Atlética, Caio Bonfim fala sobre homofobia

Atleta fez desabafo após terminar a prova em segundo lugar nesta madrugada

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Atualizado em 1 ago 2024, 09h05 - Publicado em 1 ago 2024, 09h04
Caio Bonfim, medalha de prata da Marcha Atlética, fala sobre homofobia
 (Alexandre Loureiro/Divulgação)
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A madrugada foi especial para o Time Brasil. Pela primeira fez na história nosso país conquistou uma medalha olímpica na Marcha Atlética. O feito foi de Caio Bonfim, que conquistou a prata me sua quarta participação olímpica. “Em 2012 sai passando mal e tive que ser carregado na cadeira de roda; 2016, em casa, quarto; em Tóquio fui décimo terceiro; e hoje consegui ser prata. Paris agora faz parte da minha história”, celebrou.

Mas a comemoração não foi a única declaração de Caio depois de conquistar a inédita medalha. Ele aproveitou as entrevistas para fazer dois desabafos. O primeiro foi quando falou sobre as punições que tomou no fim da prova. “Eu sempre sofri com isso, um preconceito. Você vê que na câmera de chamada eles chamam cinco atletas e quatro são europeus. E aí tem dois sulamericanos liderando a prova, alguém tinha que tomar a falta”, reclamou sobre um possível favorecimento aos adversários. “Mas eu sou brasileiro, não desisto. É na raça”, completou em entrevista ara a TV Globo.

O segundo desabafo foi surpreendente, ao tocar em um assunto que sempre passa pela modalidade que pratica: a homofobia. Caio desabafou sobre: “O cara que me perguntou se foi difícil essa prova e eu disse não. Difícil foi desde o dia que fui marchar na rua pela primeira vez e fui xingado. Eu falei: Eu estou pronto pai, quero ser marchador. Quando eu falei isso por meu pai foi o dia que decidi ser xingado sem problema”, revelou em entrevista para a CazéTV.

Ele que é treinado pelos pais que também foram atletas da mesma modalidade completou: “Todo mundo um dia viu a Marcha Atlética e falou: O que é isso? Estranho. Eu não, cresci com aquilo. É normal. Por que as pessoas estou xingando e fazendo brincadeira?”. Por fim, emocionado disse que “valeu a pena pagar o preço”.

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