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Otavio Furtado

Por Otavio Furtado, jornalista e consultor de diversidade & inclusão Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
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ONU quer fazer pesquisa sobre mercado de trabalho LGBT no Brasil

Levantamento servirá de base para estabelecimento de metas para o poder público e a inciativa privada

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Atualizado em 14 dez 2023, 12h47 - Publicado em 13 dez 2023, 08h12
 (Fauxel/Pexels)
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Conhecer as principais características e os gargalos dos integrantes da comunidade LGBTQIA+ que empreendem ou estão empregados no nosso país, ter dados científicos para discutir políticas públicas. Esses são alguns dos objetivos da pesquisa sobre mercado de trabalho LGBT no Brasil que o Pacto Global da ONU no Brasil quer fazer em parceria com Nhaí, startup voltada à inovação com base na diversidade, e a agência de propaganda AlmapBBDO.

“Mapear o tamanho do abismo é o primeiro passo para tirarmos da invisibilidade o que a população LGBTQIA+ sofre no mercado de trabalho. A partir desses dados, será possível atuar de forma mais precisa, com olhar específico para as devidas áreas de atuação e segmentos, assim como, sensibilizar e mobilizar a sociedade para ações urgentes e de definitivo impacto”, explica Tayná Leite, Head de Direitos Humanos e Trabalho do Pacto Global da ONU no Brasil.

A ideia da pesquisa é trazer respostas para a inclusão produtiva, ou seja levantando dados sobre empreendedorismo e também empregabilidade. Raquel Virgínia, fundadora e CEO da Nhaí, destaca que grande parte das pessoas da comunidade LGBTQIA+ que resolvem empreender o fazem porque não são absorvidas no espaços tradicionais de trabalho, e não por vocação. Ela ainda lembra que parte dos empreendedores, em especial pessoas trans, preferem fazer no meio digital para não ter questões com clientes ou fornecedores.

Para ela o censo será fundamental para estabelecer metas para auxiliar a inclusão de pessoas queer no mercado de trabalho.  “Em pesquisas anteriores a gente descobriu que 52% dos negócios LGBT são informais, não tem nem CNPJ. Ou seja temos um grupo de pessoas que movimentam a economia mas não estão no radar porque não são formalizados”, comenta.

O impacto das respostas irá repercutir no espaço acadêmico, porque os dados entrarão nas universidades e em espaços intelectuais; no poder público, já que as demandas passarão a ser feitas a partir de dados científicos; e também na iniciativa privada, que conhecerá melhor a realidade do mercado de trabalho para pessoas LGBTQIA+.

Para que em 2024 esse trabalho possa ser desenvolvido eles estão em busca de empresas que possam patrocinar a pesquisa sobre mercado de trabalho LGBT no Brasil. Para isso usarão os contatos da AlmapBBDO. Fernanda Tedde, COO da agência, acredita no êxito: “Tanto a Nhaí quanto a Almap trabalham com empresas que têm feito trabalhos com a comunidade LGBTQIA+. Temos conversas frequentes sobre diversos projetos, e elas têm se interessado, pois sentem falta de dados que deixem as conversas e projetos mais técnicos e embasados”.

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