Finalizando turnê internacional, Majur fala sobre diferença do público
"No Brasil, tudo gira em torno de números, de desempenho nas plataformas, e nem sempre o que acontece no palco tem o mesmo valor", afirma a cantora

Prestes a encerrar na Oslo Pride, no próximo sábado (28), a sua primeira turnê internacional, Majur conversou com a VEJA RIO sobre seus planos para o futuro e o que notou de diferente entre o público brasileiro e europeu.
A cantora passou por 10 países do velho continente com show que reúne sucessos do seu primeiro disco Ojunifé e momentos inéditos preparados especialmente para as apresentações europeias. “Encontrei um público muito interessado em arte, cultura, em conhecer o novo, em sentir a energia. Consegui me comunicar, e as pessoas também me entenderam, mesmo cantando em português. Foi surpreendente”, comentou.
Majur afirmou viver algo especial nesta temporada e criticou o fato do mercado brasileiro estar muito preocupado com números, muitas vezes em detrimento do que é apresentado nos palcos: “No Brasil, tudo gira em torno de números, de desempenho nas plataformas, e nem sempre o que acontece no palco tem o mesmo valor. Mesmo assim, seguimos insistindo, fazendo o que acreditamos, porque essa é a música que toca meu coração”.
Mesmo com o público brasileiro sendo mais caloroso a artista se surpreendeu com a receptividade em algumas apresentações. “No Brasil, a energia é constante do início ao fim. Mas em vários shows da turnê consegui fazer o público dançar, o que foi incrível. Na Finlândia, por exemplo, mesmo com o clima frio, o público se entregou de uma forma surpreendente. Foi muito especial”, destacou.
Para encerrar de forma emblemática essa passagem pela Europa, não esconde a ansiedade de se apresentar em uma das mais importantes Paradas do Orgulho LGBTQIA+. Majur acredita que sua luta por conquistas coletivas no Brasil agora será ampliada e disse estar feliz em perceber a importância de vozes como a dela ganhar protagonismo mundial.
Sobre o futuro entende que agora seus próximos trabalhos devem focar também no mercado internacional. “Quero alcançar ainda mais pessoas, viver momentos maiores e melhores. Cada país me ofereceu uma troca rica, com culturas diferentes. Eu amo isso”, finalizou.