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Por Otavio Furtado, jornalista e consultor de diversidade & inclusão
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Tudo sobre o caso de homofobia no Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia

Apesar de alertada pelo jogador, arbitragem não interrompeu a partida

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Atualizado em 16 mar 2024, 18h09 - Publicado em 16 mar 2024, 18h03

A etapa de Recife (PE) do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia, que acontece este fim de semana, ficou marcada por um caso triste de homofobia por parte de torcedores que proferiram ataques ao jogador Anderson Melo. O caso aconteceu em partida que foi disputada ontem (15/03).

O atleta fez um longo desabafo em suas redes sociais onde postou imagens de vídeos da transmissão do jogo onde é possível comprovar os ataques sofridos durante a partida (veja no posta abaixo). “Não sei se vão ler meu texto todo por não ser um atleta conhecido mundialmente, não sei se serei ouvido como gostaria, eu só sei que estou sem chão e pela primeira vez tiraram meu sorriso e as palavras”, escreveu.

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Uma publicação compartilhada por Anderson Melo – Personal (@andersonmelo92)

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Na postagem Anderson, que perdeu a mãe em agosto do ano passado, relatou que durante os fatos lembrou do medo que ela tinha de ver o filho sofrer por sua sexualidade. “Perdi o chão. Perdi a bola. Perdi o jogo. Mas não a minha força em estar aqui dividindo com vocês um crime explícito”, completou.

Já de volta ao Rio de Janeiro o atleta procurou a delegacia onde fez Boletim de Ocorrência e deixou um apelo à Confederação Brasileira de Vôlei, organizadora do torneio, e autoridades para que as medidas necessárias sejam tomadas e “isso não se repita mais como ninguém”, conforme escreveu em seu relato.

Entrevistado pelo site GloboEsporte.com, Anderson afirmou que procurou a arbitragem quando terminou o primeiro set mas os organizadores não teriam conseguido identificar quem foram os torcedores que fizeram os ataques homofóbicos. Em nota a Confederação Brasileira de Vôlei “conversou com a arbitragem e reuniu todas as informações necessárias”, mas não explicou porque árbitros e organização não pararam a partida mesmo com os ataques continuando.

Nota CBV homofobia no Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia
Em nota a CBV não explica porque o jogo continuou apesar do alerta do jogador (Site CBV/Reprodução)

A CBV repudiou o fato e disse que fez um boletim de ocorrência em uma delegacia de Recife e encaminhará o caso para o Ministério Público local. Após o episódio os organizadores do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia afirmam ainda que estão veiculando uma mensagem antes de cada partida na Quadra Central, mesmo o fato tendo ocorrido nas quadras secundárias:

“Atenção, torcedores! Racismo, homofobia e outros atos discriminatórios são crime, e não podem fazer parte dos eventos do voleibol brasileiro. Manifestações como as ocorridas nas quadras externas não podem se repetir. Esporte é diversidade, tolerância, respeito e inclusão! E respeito é um dos maiores valores que o esporte ensina! Vamos torcer com paixão! O voleibol por um mundo sem preconceito e discriminação!”.

O atleta está recebendo apoio de outros jogadores e personalidades. A Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco afirmou que mandou mensagem em privado para o atleta e que agirá junto do mesmo. A Atleta olímpica Ana Patrícia pediu justiça e afirmou que esse tipo de coisa não pode passar impune. A ex-atleta e comentarista do SporTV, Fabi Alvim destacou que deveriam ter parado a partida.

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