Otavio Furtado

Por Otavio Furtado, jornalista e consultor de diversidade & inclusão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Continua após publicidade

Erika Hilton explica a importância do PL do casamento homoafetivo

Relatora do PL na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados explica porque precisamos de legislação para assegurar o direito

Por otavio_furtado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
24 jun 2024, 08h51
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Assegurado em todo país desde 2013, graças a uma decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) impedindo que cartórios de todo o país se recusassem a converter uniões estáveis entre pessoas do mesmo sexo em casamentos ou a celebrá-los, o casamento homoafetivo ainda não é lei no Brasil. Tal fato coloca o direito em constante ameaça, por isso Erika Hilton (PSOL-SP) trabalha para que o Projeto de Lei 580 de 2007 seja finalmente aprovado no Congresso Nacional.

    Publicidade

    A parlamentar foi anunciada no início deste mês como nova relatora do PL na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados e já adiantou que seu relatório, ao contrário do aprovado ano passado na Comissão Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família; será para que o casamento entre pessoas do mesmo sexo agora vire lei.

    Publicidade
    Erika Hilton é relatora da PL do Casamento Homoafetivo
    (X/Reprodução)

    “Não só o casamento homoafetivo, mas toda política voltada à população LGBTQIA+ precisa ser um direito assegurado pelo Congresso Nacional. Hoje nós temos uma garantia assegurada pelo Supremo Tribunal Federal (em maio de 2011 o STF equiparou as relações entre pessoas do mesmo sexo às uniões estáveis entre homens e mulheres, reconhecendo, assim, a união homoafetiva como um núcleo familiar) que pode ser reavaliada a depender da configuração do próprio Supremo ou revogada por legislações contrárias produzidas pelo Congresso”, pontua Erika.

    Continua após a publicidade

    Por isso a deputada federal acredita que a aprovação na Câmara dos Deputados e no Senado será um avanço importante: “Mostrará que o Brasil reconhece a união de pessoas do mesmo sexo e vai na contramão desse retrocesso”. Erika lembra que os direitos da população LGBTQIA+ que são assegurados através do judiciário acontecem justamente pela omissão por parte do Congresso.

    Publicidade

    A líder do PSOL na Câmara dos Deputados acredita que a tramitação do PL será conturbada: “Será extremamente desafiador, inclusive se isso chegar a ser votado em um ano eleitoral. O que a extrema direita usa para a construção da sua plataforma é a agenda de costume, trabalhando com o pânico moral pra desinformar, amedrontar e assustar a sociedade. Será um debate muito duro, nós enfrentaremos muito discurso de ódio”.

    Erika destaca que espera o que chama de “tentativa absurda” de colocar o campo religioso contra a proposição e enfatiza que o PL trata de casamento civil igualitário. “Como se a gente tivesse obrigando os pastores e padres a realizar esse matrimônio. Nós não estamos, até porque não é competência do parlamento entrar nos direitos religiosos”, lembra.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Mesmo assim promete lutar para a aprovação do projeto de lei, destacando que o mesmo trará outros impactos além do casamento em si. Segundo Luciana Musse, professora de Direito de Família do Centro Universitário de Brasília (CEUB), a aprovação trará outros benefícios à população LGBTQIA+ como obrigação alimentar, inclusive ao pagamento de alimentos compensatórios, direito sucessório, que disciplina a herança e o testamento, entre outros.

    Erika Hilton fala sobe PL do casamento homoafetivo
    Erika Hilton será a relatora do PL do casamento homoafetivo na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados (Divulgação/Divulgação)

    A deputada Erika Hilton lembra ainda que essa conquista, embora ligada diretamente a comunidade queer, impactará em toda a sociedade. “Se nós garantirmos direitos para pessoas LGBTQIA+ talvez no futuro não estaremos tendo que brigar contra um PL que é o 1904 (conhecido como PL do aborto), que quer revogar direito de mulheres e crianças do nosso país. Uma coisa está interligada a outra. O retrocesso de grupos específicos também descamba na violação de direitos de outros grupos”, explica.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Por fim, a parlamentar ressaltou a importância da decisão da Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, Daiana Santos (PC do B-RS), de que o projeto deveria ser relatado por uma pessoa da comunidade. “Primeiro demarca a nossa chegada naquele lugar e o nosso trabalho. Nós não estamos só nas ruas brigando, estamos formulando a política. Estamos sentando nos espaços de tomada de decisão para dizer que estamos ali para assegurar os nossos direitos e os direitos do povo brasileiro de um modo geral”, finaliza.

    Publicidade
    Publicidade

    Essa é uma matéria fechada para assinantes.
    Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

    Domine o fato. Confie na fonte.
    10 grandes marcas em uma única assinatura digital
    Impressa + Digital no App
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital no App

    Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

    Assinando Veja você recebe mensalmente Veja Rio* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
    *Para assinantes da cidade de Rio de Janeiro

    a partir de 49,90/mês

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.