Conheça as drags do Rio que estão no Drag Race Brasil
A coluna conversou com exclusividade com as 5 participantes do Rio
A tão esperada franquia brasileira finalmente saiu. Desde a última semana estamos acompanhando a corrida pelo título da primeira temporada de Drag Race Brasil e o Rio de Janeiro vem forte na disputa, com cinco das doze participantes. A coluna conversou com as nossas representantes para você conhecer um pouco mais sobre cada uma delas.
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Betina Polaroid (Rio de Janeiro)
Há 8 anos fazendo drag, Betina chegou na cena de uma forma inusitada. Com o boom de RuPaul’s Drag Race no Brasil ela começou a frequentar shows e decidiu fazer um trabalho artístico fotografando outras drags. A partir daí veio a vontade de se mostrar como artista queer e surgiu a sua drag queen fotógrafa, com o sugestivo nome de Betina Polaroid.
“Me deparei com conflitos internos porque comecei a me identificar com aquela possibilidade de expressão artística e de questionamento de gênero. Me via com 5 anos de idade pegando batom da minha mãe escondido”, relembra.
Betina promete ao público uma drag queen aventureira, com muita garra e ao mesmo tempo humildade: “Jamais me imaginei ser capaz de estar presente ali. Algumas participantes são coroadas em concursos e o Drag Race Brasil é o primeiro que participo”.
Apesar de achar que a cena brasileira já foi impactada a partir do Drag Race e as drags cantoras que conquistaram uma visibilidade absurda, Betina ainda acha que a maior parte da cultura drag é vista com alguns estigmas. “Mostrar que existem diversas formas de fazer drag vai fazer a gente conquistar uma valorização maior no que diz respeito a oportunidades”, confia sobre o impacto do programa.
Hellena Maldita (São Gonçalo)
Por indicação de amigas que diziam que o programa era a sua cara, Helena começou a assistir RuPaul’s Drag Race e, como mesmo se define, virou uma “drag de banheiro”. Foi na faculdade de moda, ao conhecer colegas que se montavam, que resolveu tentar fazer também.
“Tinha uma professora na faculdade que estava fazendo 50 anos e disse que queria 50 drags de aniversário e eu me montei e fui”, lembra de um episódio marcante em sua trajetória. Nascia ali Hellena.
Quem assistir sua participação no programa encontrará uma pessoa sonhadora. “Sempre sonhei entrar. Comecei a fazer drag por conta do programa. E falei que um dia ia aprender inglês pra entrar no programa. Acabou que finalmente temos a nossa franquia”, comentou.
Uma maior profissionalização da arte drag é a expectativa de Hellena com o alcance de Drag Race Brasil: “A gente ser levada mais a sério, como pessoas que precisam se sustentar e não estão ali só pra dar close”.
Miranda Lebrão (Rio de Janeiro)
Nascida na Zona Oeste Miranda começou como grupo de teatro, entendendo o que era um ator montado e depois o que era ser uma persona drag. Rainha da Cinelândia ela se orgulha de levar o histórico carioca de figuras como Divinas Divas adiante.
“Desde que decidi que queria viver da arte drag eu precisei repensar a Miranda e colocar pro mundo de uma forma um pouco mais abusada”, comentou.
Miranda promete ao público entrega: “Eu sai de casa para trabalhar, para fazer drag. Pra colocar dentro do Drag Race o meu trabalho, que eu considero que é o que faço de melhor”.
Os vários momentos efervescentes no Rio de Janeiro para a cena carioca foi lembrado por ela na entrevista, mas ainda acha que está muito fechado em ambientes de concursos. Sobre o impacto do programa profetizou: “É um momento de primavera. Podemos esperar o surgimento de novas drag queens, de novas oportunidades, de reconhecimento e valorização”.
Organzza (Rio de Janeiro)
Há Organzza existe há cinco anos, por conta de um concurso para drags iniciantes. Mas por ser ator e bailarino a prática de montação já existia na sua vida.
“Sou uma pessoa muito competitiva e senti que precisava fazer parte disso (Drag Race Brasil). Estamos num momento de virada na cena brasileira e acho importante para furar as bolhas e cada vez mais essa arte ser valorizada em todo o país”, explicou sobre sua vontade de estar no programa.
Ela promete se entregar de corpo e alma, assim como sempre fez em todos os concursos que participou. “Todas ali estão mostrando as artes individuais. Vão assistir o que a gente já faz já que fomos selecionados pelo que já somos”, comentou.
Organzza já considera a cena carioca um fervo: “Acho que a gente já conseguiu furar a bolha de drag entre quatro paredes, até mesmo com drag fazendo eventos durante o dia”. Com o Drag Race Brasil ela espera que isso seja ampliado. “Mas precisamos entender que esse é o início porque muitas coisas já vieram antes da gente”, finalizou.
Shannon Skarllet (Rio de Janeiro)
“Nunca tinha passado na minha cabeça que eu faria drag”. Apesar de fazer teatro desde os 13 anos, foi só com 17 anos que Shannon conheceu melhor a cena através de uma amiga que se montava, mesmo assim ainda houve um certo estranhamento. “Na época era meio heteronormativo e ainda tinha um certo preconceito sobre a coisa feminina”, lembra.
“O negócio de concurso me pegou porque sou uma pessoa competitiva. E pensei que podia experimentar, mas sempre com aquela história que apenas queria saber como ia ficar”, contou.
“Podem esperar muita brincadeira, muitos memes e afins”, promete Shannon para quem assistir a sua participação em Drag Race Brasil. Ela já pensava em participar do programa, mas não imaginava que viria a versão brasileira.
Com a franquia brasileira ela acredita que cada vez mais pessoas participarão do movimento e brinca: “Tá virando moda ser drag”. Por performar com algumas queens que participaram das edições gringas do programa em shows no Brasil ela espera que a franquia brasileira abra novos horizontes mundialmente para as drags brasileiras.
Drag Race Brasil está sendo transmitido pela MTV Brasil, pela Paramount+ para toda a América Latina e pela WOW Presents Plus para o resto do mundo.