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Otavio Furtado

Por Otavio Furtado, jornalista e consultor de diversidade & inclusão Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Arquiteta abre discussão com banheiro agênero na Morar Mais

Espaço assinado por Andréa Silveira leva pra mostra de decoração debate sobre inclusão

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Atualizado em 20 nov 2023, 14h53 - Publicado em 19 nov 2023, 08h48
Arquiteta Andréa Silveira assina banheiro agênero na Morar Mais 2023
 (João Mário Nunes/Divulgação)
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Um dos debates mais acalorados das demandas da comunidade LGBTQIA+ chegou a Morar Mais 2023. A mostra de decoração que acontece no Jardim Botânico até o dia 26 de novembro apresenta um banheiro agênero, espaço criado pela arquiteta Andréa Silveira.

“Nossa ideia inicial não era essa, mas ao conhecer o espaço vi que tinha a oportunidade de abrir esse espaço de debate”, explicou a arquiteta. Para a Andréa é obrigação de todos ajustar os espaços para acolher todo mundo.

Sinalizado com os dois gêneros e com um letreiro fixado na parede em neon escrito “Um lugar para todes”, o banheiro agênero da Morar Mais 2023 quer levantar o debate para além das pessoas que fazem parte da comunidade LGBTQIA+. Para isso, Andréa nos contou que usou de alguns truques para aumentar a boa receptividade do projeto: “Colocamos bastante informação no banheiro que chama a atenção como uma maneira de diminuir a tensão inicial que poderia causar”.

Mostra Morar Mais 2023 apresenta banheiro agênero para ampliar o deabte a respeito do tema
Mostra Morar Mais 2023 apresenta banheiro agênero para ampliar o deabte a respeito do tema (João Mário Nunes/Divulgação)

Mesmo assim ela faz questão de destacar que o projeto deixa claro a intenção de ser um espaço sem gênero definido. Segundo a arquiteta o espaço tem levantado conversas interessantes entre os frequentadores a respeito do uso de um banheiro compartilhado e afirma que foram poucos casos em que presenciou retorno negativo. “Ainda não é confortável para todo mundo, mas me surpreendi com o retorno positivo”, explica.

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Outro ponto importante é que a mostra este ano acontece em um espaço educacional, na Casa Maternal Mello Mattos (Rua Faro 80, Jardim Botânico). Isso torna o debate ainda mais importante já que estamos falando de normalizar o uso de banheiros agêneros e há a possibilidade de apresentar o tema já na formação das crianças.

Banheiros agêneros são fundamentais para pessoas não binárias, que podem misturar comportamentos masculinos e femininos em um só corpo. Por isso o uso do banheiro separado por gênero se torna algo opressor. Ainda, espaços como esse ajudam no debate sobre o uso de banheiro por pessoas trans conforme sua identidade de gênero, embora seja fundamental garantir o acesso das mesmas a banheiros conforme sua identidade de gênero.

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