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Otavio Furtado

Por Otavio Furtado, jornalista e consultor de diversidade & inclusão Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Escalação de ator que interpreta filho de Odete Roitman recebe críticas

Influenciadores PCDs usaram as redes sociais para criticar escolha da TV Globo

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Atualizado em 24 jun 2025, 15h01 - Publicado em 24 jun 2025, 09h24
Quem fará o filho de Odete Roitman em Vale Tudo
Com carreira sólida no teatro musical, ator estreia em novelas na trama (Reprodução/Instagram)
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Mesmo sem ter aparecido muito na novela, a escalação de Guilherme Magon para interpretar o filho de Odete Roitman, que na nova versão de Vale Tudo não morreu, gerou críticas nas redes sociais. Segundo a sinopse, Leonardo teria ficado paraplégico depois do acidente de carro, mas o fato de um ator sem deficiência interpretar o personagem levantou questionamentos.

O ativista anticapacitista Ivan Baron criticou a escolha a afirmou que se trata de “perpetuação de estereótipos, exclusão e zero representatividade”. Ele citou o termo cripface que é usado para descrever quando um personagem PCD é interpretado por um ator sem deficiência.

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O ator, cineasta e jornalista Pedro Henrique França fez coro e também destacou que a escolha da TV Globo exclui pessoas com deficiência do mercado de trabalho. “Você está excluindo corpos que já são secularmente excluídos de estarem ali naquele espaço. É muito cruel escalar atores sem deficiência para representar um corpo com deficiência quando essas oportunidades narrativas são tão raras”, destacou para a coluna.

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Ele ainda lembra que em outra produção da emissora já há inclusão – Haonê Thinar e Pedro Fernandes fazem parte do elenco de Dona de Mim – e que o texto tem o cuidado de não usar narrativas melodramáticas ou humor capacitista. Pedro comenta ainda que na novela das sete há Carolina Santos, uma colaboradora com deficiência na dramaturgia. “Isso evidencia a importância de pessoas com deficiência não só à frente das câmeras, mas especialmente na dramaturgia e na direção”, completa.

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Para quem não concorda com as críticas da escalação em Vale Tudo, o jornalista lembra que assuntos como Blackface e Transfake já são mais amplamente debatidos e, que por isso, já existe um maior consenso a respeito. “É a mesma razão que se questiona escalar atores brancos para fazerem indígenas ou negros ou pessoas cisgêneras interpretando pessoas trans. As reivindicações sobre o blackface, por exemplo, ganharam mais adesão por que o Brasil é um país de maioria parda e negra. Mas olha quanto tempo foi necessário para ocuparem algum espaço? E ainda é pouco”, comenta.

Por fim afirma que é obrigação que o audiovisual repense suas narrativas sobre diferentes corpos e deem espaço para que pessoas com deficiência possam produzir, dirigir, escrever e atuar: “Somos muitos, somos muito capazes e não nos silenciaremos mais diante de tantos absurdos”.

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