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Por Manu Müller, designer de interiores
Novidades e tendências de decoração
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Casa Cor: por que vale a pena visitar a mostra de decoração

A importância da iniciativa que completa três décadas e um pouco da minha história com este evento

Por Manu Müller
Atualizado em 16 mar 2021, 13h37 - Publicado em 15 mar 2021, 13h28

A pandemia fez com que voltássemos nosso olhar para a casa. Estamos vivendo um momento de reclusão em que nossa casa é mais do que apenas um abrigo, mas um lar que deve trazer bem-estar, um estado de espírito sereno e energizante que nos acolhe, seja em momentos alegres ou difíceis.

Nada como o evento Casa Cor para mostrar o que existe de mais novo no mercado de arquitetura e decoração, distrair a mente e buscar inspiração e coragem para uma nova decoração.

Para quem ainda não sabia, a Casa Cor nasceu em 1987 e é hoje uma das maiores e mais conhecidas mostras de arquitetura e decoração. O evento tem histórico de antecipar algumas tendências de decoração, arquitetura e paisagismo, onde é possível conferir diferentes revestimentos e mobiliário.

É uma grande vitrine onde podemos mostrar o trabalho, criatividade e estilo do arquiteto ou designer de interiores.

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Minha história com o Casa Cor começou nos anos 90, quando visitei o espaço da minha mãe e arquiteta Marcia Müller, que foi uma das pioneiras a prestigiar o evento. Não havia software 3D nem o botão “desfazer”, era apenas desenho feito à mão na prancheta, sem errar, ou tinha que raspar com a gilete para não perder o trabalho – quem nunca?

Lembro muito desse primeiro espaço, um ambiente minimalista dedicado ao artista, onde podia criar suas obras de arte e relaxar no seu longe-ateliê.  Ousado para o tempo, admirado por muitos e criticado pelos mais tradicionais, expor seu trabalho no Casa Cor é para quem tem o que mostrar – não sabe brincar não desce para o play.

Teve televisão suspensa por um cabo, cama com rodinha (não existia esse tipo de cama no mercado), parede verde, paletas de cores ousadas, teto colorido, piscina colorida, cortina colorida. Elementos considerados na moda, hoje em dia, eram novidade naqueles tempos e, no início, somente os mais ousados aderiram e foram seguidos por muitos outros.

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Anos depois, participei do meu primeiro Casa Cor como designer de interiores. Uau, foi emocionante! Nosso espaço foi uma majestosa sala de banho com direito a lareira, poltronas em couro e uma banheira no centro de um espaço de 80 metros quadrados envolta por um elegante dossel de tecido inglês. Desde então, participei no Rio de Janeiro e em São Paulo e, mais recentemente, apresentei a sala da colecionadora, um ambiente sereno, elegante e propício para apreciar uma vasta coleção de arte contemporânea.

Imagem mostra uma sala de banho com uma banheira no centro
Sala de banho espaço de Marcia e Manu no Müller Casa Cor 2014 (arquivo pessoal/Reprodução)

A graça do Casa Cor está nos desafios dos espaços que o profissional precisa criar. Tivemos uma edição em que o espaço era um galinheiro! O galinheiro foi transformado numa casa com jardim e piscina colorida. O antes e o depois é uma experiência muito gratificante e parece um passe de mágica.

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Esse ano o Casa Cor Rio comemora seus 30 anos num local muito especial no charmoso bairro do Jardim Botânico – um dos meus favoritos. A mostra está no casarão Brando Barbosa, erguido no século XIX, foi residência de Jorge e Odaléa Brando Barbosa. O palacete foi frequentado pela alta sociedade carioca nos tempos dourados e elegantes do Rio de Janeiro. Dos animados almoços a tardes intelectuais com artistas e políticos, os anfitriões recebiam com classe, pompa e circunstância seus ilustríssimos convidados.

Imagem mostra o Palacete Brando Barbosa
Palacete Brando Barbosa (arquivo pessoal/Reprodução)

Só a arquitetura do casarão já faz o passeio valer a pena. O imponente jardim de mais de um hectare de área verde e o piso do palacete com desenhos geométricos são ponto alto para os visitantes. A atmosfera luxuosa e triunfal da entrada rouba um suspiro do visitante ao entrar na propriedade com ares de nobreza. Aos braços do Cristo, o palacete é decorado com arcos, portais e esculturas. A sensação refrescante se dá logo ao entrar no jardim, cujo verde acompanha a vista de praticamente todo o casarão e cria uma atmosfera de quietude, ainda que seu entorno seja urbano e contemporâneo. Entre tantas belezas, há uma banheira que pertenceu Dona Teresa Cristina, esposa de Dom Pedro II. Nada mal tomar um banho nessa linda banheira de mármore contemplando o visual num banheiro com pé direito digno de um palácio.

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Uma salva de palmas para os que preservaram a identidade histórica do casarão, adicionando apenas um toque pessoal de modernidade, sabendo preservar as grandiosas janelas e portais, o verde e a iluminação natural, e harmonizar com elementos da decoração.  Equilíbrio é tudo, para casa, e para nós mesmos também!

Uma salva de palmas aos paisagistas. As plantas criam um microclima agradável e auxiliam no desempenho acústico, proporcionando conforto ambiental e tranquilidade e comodidade aos visitantes e, outrora, moradores. Os lindos jardins que complementam os existentes trazendo espécies exóticas e fazendo um contraste com elegância e harmonia, misturando o moderno ao clássico. Adoro esse mix! Destaco também os pequenos terraços transformados em espaços ajardinados com mobiliário e ambiente convidativos.

Imagem mostra fachada do Palacete Brando Barbosa
Palacete Brando Barbosa (arquivo pessoal/Reprodução)

E para terminar, um destaque para as paletas de cores que predominaram na exposição ressaltando o verde da Mata Atlântica. Adorei alguns tons mais ousados e imponentes e com texturas modernas.

Vale a pena conferir! Só lembre-se da sua máscara! Ah, e do álcool em gel também.

 

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