Alpinista voluntário sobre Juliana: “Estamos tão devastados quanto vocês”
"Percebi que muitas pessoas do Brasil têm visto minha história, e preciso dizer: como civis, estamos tão devastados quanto vocês", disse o alpinista

O Instagram do voluntário que pegou a mochila e resolveu montar uma equipe para resgatar a niteroiense Juliana Marins foi invadido por mensagens de brasileiros e, de pouco mais de 200 mil seguidores, foi para 540 mil nesta quarta (25/06) e subindo.
O alpinista Abdul Haris Agam (@agam_rinjani), que é guia na montanha Rinjani e pertence a um grupo especializado em operações de risco na montanha, lugar onde Juliana caiu, reuniu uma equipe de voluntários e desceu mais ou menos 500 metros do penhasco até encontrar a brasileira. Nesta quarta (25/06), ele compartilhou detalhes da busca e fez homenagens: “Não pude fazer muito, só consegui ajudar desta forma. Que suas boas ações sejam aceitas por Deus. Amém!”.
As redes estão mobilizadas homenageando os voluntários, praticamente em todos os posts do perfil — haja tradutor par aos textões, até em inglês, de não brasileiros. Outra hashtag que tem se alastrado é #JustiçaporJuliana, sobre a negligência do governo daquele país.
De tantas mensagens, Agam escreveu para explicar algumas mensagens que estavam criticando os voluntários: “Percebi que muitas pessoas do Brasil têm visto minha história, e sinto que preciso dizer o seguinte: como civis, estamos tão devastados e indignados quanto vocês com o que aconteceu com a Juliana. A resposta foi lenta, faltou tecnologia adequada e recursos. Mas quero deixar claro: isso não é culpa dos voluntários, que têm trabalhado incansavelmente em circunstâncias difíceis. Se quiserem direcionar sua raiva, mire no lugar certo — nas contas de autoridades do governo da Indonésia. Nós também estamos cansados da incompetência deles. Sinceramente, se os turistas estrangeiros decidissem não vir mais para a Indonésia, acho que isso poderia ser um sinal de alerta. Talvez finalmente fizesse o governo agir para resolver as coisas. Atualmente, muito do turismo aqui é movido por interesses comerciais exploratórios, que privatizam locais naturais e culturais em benefício de grandes investidores, sem se importar com a comunidade local, o meio ambiente ou o nosso futuro coletivo. Sabe de uma coisa? O seu inimigo é o nosso inimigo também”.