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Lu Lacerda

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Jornalista apaixonada pelo Rio

Teatro, por Claudia Chaves: “Nossa história com Chico Buarque”

Com um enredo simples, o espetáculo transcende o formato do musical biográfico

Por lu.lacerda
Atualizado em 6 jun 2025, 11h07 - Publicado em 6 jun 2025, 09h02
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 (Annelize Tozetto/Divulgação)
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“Eu só sei que falava e cheirava e gostava de mar
Sei que tinha tatuagem no braço e dourado no dente
E minha mãe se entregou a esse homem perdidamente, laiá, laiá, laiá, laiá
Ele vinha sem muita conversa, sem muito explicar
Eu só sei que falava,torcia e gostava de futebol
Tinha olhos de ardósia e uma banda a cantar
E o Brasil se entregou a esse homem perdidamente…” (Trecho da música “Minha História”, canção de 1971 composta pelo músico italiano Lucio Dalla)

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(Annelize Tozetto/Divulgação)

Chico Buarque, cantando timidamente com um violão no banquinho — uma banda metafórica de um Brasil que precisava acordar —, se tornou, em uma noite, via uma televisão em preto e branco, há 60 anos, uma esperança, um portão para a beleza e a alegria. Com um enredo simples, “Nossa História com Chico Buarque” transcende o formato do musical biográfico.

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(Annelize Tozetto/Divulgação)

São três momentos nos quais vemos um país representado por duas famílias cariocas. “Minha História” é um espetáculo que transcende o formato tradicional de musical — que sai da televisão, do clipe do Fantástico, para as difusas, confusas experiências afetivas. A peça acompanha a trajetória dessas famílias ao longo de três gerações — 1968, 1989 e 2022 — momentos cruciais da história brasileira, marcados respectivamente pela Ditadura Militar, pela redemocratização e por recentes desafios democráticos.

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(Annelize Tozetto/Divulgação)

O que torna Minha História um espetáculo impactante é sua dramaturgia bem articulada, assinada por Rafael Gomes e Vinicius Calderoni. Mais do que desfilar mais de 50 canções, a trilha — brilhantemente costurada por Alfredo del Penho — transforma as letras das músicas em texto dramático, expondo situações políticas e sociais, e destacando conflitos e afetos cotidianos de famílias com o desejo de “dar certo”.

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(Annelize Tozetto/Divulgação)
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O projeto nasce de uma conversa entre Andrea Alves, a bem-sucedida produtora da Barca dos Corações Partidos, e Rafael Gomes, que também assina a direção, com a intenção de mostrar que o gênero musical pode ter propostas além de falar de amor ou listar composições famosas. Há conflitos claros em três níveis: o social, o histórico e o individual, todos evidenciando os impactos e as transformações no comportamento das pessoas nos últimos 60 anos.

ENSAIO Nossa história com Chico Buarque © Renato Mangolin 021
(Renato Mangolin/Divulgação)

Mais do que uma aula, é uma encenação viva, com artistas vindos de formações e estilos bem diversos, como Laila Garin, Francisco Salgado, Renata Vilela, Artur Volpi, Dom Capelari, Larissa Nunes, Luísa Vianna e Odilon Esteves, com participações especiais de Ju Colombo e Soraya Ravenle. Além de se alternarem entre os mesmos personagens ao longo das épocas, todos vivem pelo menos mais de um tipo em cena.

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(Annelize Tozetto/Divulgação)

Ao abrirmos a varanda da saudade e folhearmos um álbum de recordações, a peça — cujas cenas se desenvolvem num cenário simples, que representa como o espaço da rua afeta o espaço da casa — tem a coragem de afirmar que o maior mito da música brasileira é capaz de significar a história de cada um de nós.

Nossa História com Chico Buarque
De 6 a 29 de junho
Quintas e sextas, às 19h; sábados, às 15h e 19h; domingos, às 17h.

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Teatro João Caetano (Praça Tiradentes, s/n)
Vendas em https://funarj.eleventickets.com/

Claudia Chaves
(Arquivo/Arquivo pessoal)
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