RioFilme: um olhar para os idosos criativos
Os editais da RioFilme deste ano, com inscrições abertas esta semana, trouxeram mudanças de acordo com esse novo tempo

O Rio está entre os três estados brasileiros com o maior percentual de idosos (pouco mais de 3 milhões), de acordo com o Censo Demográfico — a partir dos 60, mas, a medir pela longevidade e atual estilo de vida ativo, esse número teria que mudar.
Os editais da RioFilme deste ano, com inscrições abertas esta semana e com maior investimento da história, R$ 100 milhões, trouxeram mudanças de acordo com esse novo tempo: a inclusão de mais um grupo, os cineastas da maioridade, que serão beneficiados com pontos adicionais na classificação dos projetos selecionados.
No primeiro trimestre deste ano, a produção cinematográfica carioca teve 80% da participação no mercado (market share) do cinema nacional, impulsionado por “Ainda Estou Aqui” (Oscar de melhor filme internacional) e “Auto da Compadecida 2” (com recursos da RioFilme). Ambos os cineastas dessas produções, tanto Walter Salles, 69, quanto Guel Arraes, 71, pela legislação, são considerados bem idosos.
A lista de “idosos” ativos é enorme: Ruy Guerra, 93 anos; Luiz Carlos Lacerda o Bigode, 79; Lúcia Murat, 76; Anna Muylaert, 61; Walter Lima Jr., 86; Neville d’Almeida, 84 e assim vai. A lista de idosos criativos querendo uma oportunidade deve ser bem grande, e qualquer um pode se inscrever. “A ideia é facilitar o financiamento a grandes realizadores que não têm mais a mesma capacidade de captar recursos”, diz Leonardo Edde, diretor-presidente da RioFilme.
O edital também garante pontuações adicionais a projetos apresentados por mulheres, PCD’s, indígenas, pessoas negras, trans e moradores de áreas mais pobres do Rio.